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No retrato da evolução da dívida de 2020-2024, João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, refere que, apesar das considerações positivas feitas pelas agências de rating e pelo mercado sobre o trajeto da dívida portuguesa, "temos de continuar a trabalhar para manter este percurso. A Comissão Europeia antecipa que, para 2024, Portugal pode não vir a atingir os dois dígitos de dívida pública, mas o Ministério das Finanças tem hoje praticamente por certo que é absolutamente realizável ter uma dívida pública abaixo de 100%, enquanto nos outros países se assiste a uma quase estabilização da dívida pública", sublinha João Nuno Mendes.
Portugal abandona o grupo dos países mais endividados da União Europeia quando atingir o nível dos 98,9%.
Referiu ainda que, cada descida de 10 pontos-base, se repercute em menos 300 milhões de euros anuais em juros.
Portugal abandona o grupo dos países mais endividados da União Europeia quando atingir o nível dos 98,9%.
O Ministério das Finanças tem hoje praticamente por certo que é realizável ter uma dívida pública abaixo de 100%. João Nuno Mendes
Secretário de Estado das Finanças
No Programa de Estabilidade e Crescimento, previa-se 92% para 2027. "Se nós atualizarmos o Programa de Estabilidade no primeiro semestre de 2024, é evidente que vamos ter de tomar em consideração matérias como o abrandamento económico, terá de ser feito um conjunto de cálculos, mas é provável que em 2027 ou 2028 estejamos próximos da dívida da Zona Euro, que é um valor em torno dos 90%", explicou o secretário de Estado das Finanças. Este contexto tem um impacto direto nos yields da dívida pública. Em 2015-16, Portugal era 0 décimo sexto em termos das yields mais elevadas da União Europeia, hoje é o nono que tem as taxas de juro mais baixas e que eram, a 15 de novembro, de 3,31%. "Estamos a 9 pontos-base do custo das emissões no mercado da União Europeia e temos um diferencial de menos 30 a 40 pontos-base em relação a Espanha e de 100 pontos-base em relação a Itália. O senso comum não diria que é este o diferencial, o que tem que ver com os resultados da política orçamental, económica, e de cumprir o que é prometido." Secretário de Estado das Finanças
Referiu ainda que, cada descida de 10 pontos-base, se repercute em menos 300 milhões de euros anuais em juros.