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Visões do futuro da banca

A tecnologia permite confiança e conveniência, abrindo um mundo de oportunidades nos negócios.

Filipe S. Fernandes 31 de Outubro de 2023 às 14:30
Eduardo Moradas, Paulo Cardoso do Amaral e João Ribeiro da Costa. Pedro Catarino
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"As tecnologias estão em toda a sociedade e em todas as atividades e a banca não poderia ser a exceção. Por via da natureza do seu negócio, da dimensão de muitas das suas instituições, da supervisão, tem estado mais avançada em muitas frentes e continuará a estar. A tecnologia vai permitir, para além da confiança, a conveniência e assim abrir um mundo de oportunidades nos negócios das atividades quotidianas dos particulares e das empresas", afirmou Eduardo Moradas, administrador executivo do Bison Bank, durante o pequeno-almoço/debate "Banca do Futuro: Desafios de Transformação, Inovação e Governance", uma iniciativa do Jornal de Negócios e da Claranet que se realizou no Pestana Palace em Lisboa.

"As pessoas não pensam em segurança, pensam, sobretudo, em confiança", disse Carlos Silva, diretor de Segurança e Proteção de Dados no Banco CTT. Recordou que o banco dos CTT nasceu a partir de uma marca poderosa, e a lógica da sua criação tem a ver como uma forma de capitalizar a confiança na empresa e a marca mais antiga de Portugal, que tem mais de 500 anos. "A população portuguesa, sobretudo a mais envelhecida, confia na marca CTT porque está habituada a mandar uma carta e ela chegar ao seu destino intacta. O grande desafio é fazer com que as pessoas confiem nesta transformação digital, garantindo a confiança das pessoas que vão utilizar os serviços", salientou Carlos Silva.

Antecipa que, com as novas gerações, a mediação física do banco vai diluir-se, "não é necessária, acontece naturalmente". Mas hoje, e nos próximos tempos, garantir a confiança "passa por educar os utilizadores, oferecer tranquilidade, mostrar-lhes a responsabilidade. Esta confiança tem de se continuar a manter, nomeadamente nas novas tecnologias que vamos ter no futuro", sublinhou Carlos Silva.

Revolução da conveniência

Para Eduardo Moradas, a confiança é importante mas salientou que "vai haver uma revolução de conveniência em muitas matérias e mais rápida do que estamos a imaginar". No futuro será mais fácil fazer transações, compras, haverá muito esta facilitação e que torna mais simples a vida das pessoas, das empresas, das organizações. "Há um mundo de inovações, mas tem de ser feita de forma segura, porque estamos a falar de patrimónios tanto de pequena dimensão como de grande, desde a de 2 euros até à de milhões, para que não haja alguém que se aproprie indevidamente do património que circula", conclui Eduardo Moradas.

"A responsabilidade e a segurança são inerentes à banca e com tantas mudanças que se perspetivam temos de garantir que não as perdemos. Para o cliente, o futuro da banca é que esta dê qualidade, garanta que lhe é entregue um serviço com qualidade", referiu Afonso Fuzeta Eça, diretor executivo do Centro de Excelência de Inovação e Novos Negócios do BPI.

Considerou que se fala muito do futuro da banca, "mas não nos podemos esquecer de que é um negócio. Tem acionistas a quem temos de responder e entregar rentabilidade, por isso temos este desafio, o que numa indústria com tanta mudança não pode ser esquecido, tem de continuar a ser um negócio interessante".

A trilogia de conveniência, de confiança e de segurança é crítica para o futuro da banca, considerou Paulo Cardoso do Amaral, professor auxiliar convidado da Católica Lisbon. Na sua opinião, "as sociedades hoje aprendem muito mais depressa do que antes, quando a gestão da mudança em relação à tecnologia era mais lenta".
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