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“O potencial do open banking ainda está por chegar”

O potencial por explorar terá a ver com a capacidade de tratar os dados que são partilhados, para gerar ofertas e produtos, mesmo que isso implique cruzar fronteiras de outros setores.

16 de Dezembro de 2020 às 12:00
Maria José Campos, administradora executiva do Millennium bcp Mariline Alves
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"Para a digitalização bancária contribuiu o confinamento em março de 2020, mas hoje os clientes da Caixa de Geral de Depósitos estão a usar os canais digitais muito acima do que faziam no confinamento", disse Rui Soares, diretor da direção da Caixa Direta, acrescentando que "a grande transformação foi o open banking, que abriu uma série de novas oportunidades".

A Dabox é a arma da CGD para o open banking com 70% quota de mercado, desta aplicação que permite transferências a partir de outros bancos, já foram feitos mais de 100 mil de downloads 50% dos bancos agregados por cliente não são da CGD e 40% das transferências são iniciadas a partir de outros bancos.

"O open banking tem sido uma frente prioritária para o Novo Banco, com introdução de soluções quer no âmbito das empresas com o NB network+, o assessor digital para empresas e negócios, quer no âmbito dos particulares através da NB smarter", sublinhou João Dias. No caso NB network+ tem novas funcionalidades de abertura de conta com videoconferência, crédito a negócios online, assessor digital baseado em open banking, e a nova app, a NB smarter, tem capacidade de agregação de contas (open banking) e personalização.

Para João Dias, "atualmente ainda subsistem vários temas técnicos que importa robustecer", sustentando que "o ecossistema português tem de se focar, no imediato, em robustecer a tecnologia subjacente ao open banking, uma vez que o crescimento deste vetor depende da qualidade do serviço de gestão de consentimentos, agregação de contas, iniciação de pagamentos".

Dois tabuleiros

Para Maria José Campos, o open banking é uma oportunidade "para nos tornarmos ainda mais relevantes para os nossos clientes" agregarem, gerirem e utilizarem as contas em outros bancos nacionais ou estrangeiros, incumbentes ou fintechs. Mas a administradora do BCP tem consciência de que "abre portas a novos players que se posicionam cada vez mais e concorrem com os bancos tradicionais na oferta de produtos e serviços. Estamos conscientes de que as nossas contas também são agregáveis e a informação aplicável a novas propostas de valor".

Em relação ao futuro, Maria José Campos considera que "vai ser essencial jogar em dois tabuleiros", porque os perímetros entre indústrias vão colapsar e a plataformização está a fazer ruir fronteiras que definiam as indústrias. "Queremos estar na linha da frente deste movimento oferecendo inovação nas nossas plataformas de interação direta, mas também avaliaremos oportunidades de um papel mais invisível por integração da nossa oferta nas jornadas de outros setores, desde que isso traga valor aos nossos clientes", referiu.

Na sua opinião, "hoje temos de ter a capacidade de perceber para onde é que os clientes estão a ir, não onde estão, e perceber como podemos capturar estas necessidades emergentes, mesmo que isso signifique cruzar fronteiras onde nunca estivemos".

Rui Soares afirmou que para se ter relevância as plataformas têm de abrir-se a "outros mundos, e se tem procura, audiência e faz sentido para a satisfação dos clientes, deve-se fazer a integração". "Pensamos que as verdadeiras potencialidades do open banking ainda estão por chegar. O potencial por explorar terá a ver com a capacidade de tratar os dados que são partilhados, para gerar ofertas e produtos", concluiu Isabel Guerreiro.
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