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"Apesar de o setor bancário se apresentar muito melhor preparado para enfrentar choques adversos, é irrefutável que a brutal recessão provocada pela covid-19 terá efeitos profundos afetando inevitavelmente a banca. Sendo o incumprimento do crédito um indicador retardado das recessões, é quase certo que o volume de imparidades se venha a tornar mais significativo no próximo ano, em especial findo o período de vigência das moratórias", afirmou recentemente Mário Centeno, 54 anos, governador do Banco de Portugal na sua intervenção no Eurofi Financial Forum 2020, a 11 de setembro de 2020.
Nesse mesmo evento salientou que "o sistema financeiro terá um papel determinante. A flexibilidade proporcionada pelos supervisores deve continuar a ser utilizada para a concessão de crédito à economia, permitindo uma transmissão adequada das decisões monetárias. Não pode se transformar numa crise financeira. As economias estão a sair da crise atual com um nível de dívida mais alto. A sua sustentabilidade depende das decisões tomadas nesta fase. Um uso inteligente dos fundos permitirá que nossas economias superem o problema da dívida. Por fim, gostaria de enfatizar o caráter temporário das medidas monetárias e fiscais como resposta às crises temporárias. No entanto, a sua retirada prematura pode ser negativa para a recuperação de nossas economias. Precisamos de os manter pelo tempo que forem necessários".
A casa profissional
Mário Centeno chegou ao governo um ano depois da saída da troika e regressa, com uma crise sanitária e económica mundial, ao Banco de Portugal, que é a sua casa profissional. Como referiu no seu discurso na posse como governador do Banco de Portugal a 2 de julho de 2020, "a minha relação com o Banco de Portugal vem desde o já longínquo ano de 1993. Pela mão de quem é uma referência para todos os que estudam Economia e Finanças, o Professor António Sampaio e Melo. Com o seu incentivo doutorei-me pela Universidade de Harvard, assumindo desde logo o compromisso de voltar. E voltei ao Banco de Portugal em 2000".
Em 2013, quando era diretor-adjunto do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, a sua ascensão a nº1 foi vetada por Carlos Costa, então governador do Banco de Portugal. Mário Centeno passou a consultor do Banco de Portugal e a professor no ISEG. Aproximar-se-ia do Partido Socialista quando António Costa se tornou líder do partido em 2014. Foi o coordenador de um grupo de trabalho de 12 economistas cujo programa económico foi a base o futuro governo do Partido Socialista, que Mário Centeno viria a integrar como ministro das Finanças em novembro de 2015 até junho de 2020.
"Não acredito em estratégias de dividir para reinar. Nunca dou uma pergunta por respondida enquanto não ouvir o "outro lado". Sempre geri as instituições por onde passei de portas abertas, porque foi isso que aprendi em Harvard, onde tantos sabem o que é governar um país ou um banco central", disse Mário Centeno na sua posse, em que nem por única vez pronunciou o nome do seu antecessor.
Nesse mesmo evento salientou que "o sistema financeiro terá um papel determinante. A flexibilidade proporcionada pelos supervisores deve continuar a ser utilizada para a concessão de crédito à economia, permitindo uma transmissão adequada das decisões monetárias. Não pode se transformar numa crise financeira. As economias estão a sair da crise atual com um nível de dívida mais alto. A sua sustentabilidade depende das decisões tomadas nesta fase. Um uso inteligente dos fundos permitirá que nossas economias superem o problema da dívida. Por fim, gostaria de enfatizar o caráter temporário das medidas monetárias e fiscais como resposta às crises temporárias. No entanto, a sua retirada prematura pode ser negativa para a recuperação de nossas economias. Precisamos de os manter pelo tempo que forem necessários".
A casa profissional
Mário Centeno chegou ao governo um ano depois da saída da troika e regressa, com uma crise sanitária e económica mundial, ao Banco de Portugal, que é a sua casa profissional. Como referiu no seu discurso na posse como governador do Banco de Portugal a 2 de julho de 2020, "a minha relação com o Banco de Portugal vem desde o já longínquo ano de 1993. Pela mão de quem é uma referência para todos os que estudam Economia e Finanças, o Professor António Sampaio e Melo. Com o seu incentivo doutorei-me pela Universidade de Harvard, assumindo desde logo o compromisso de voltar. E voltei ao Banco de Portugal em 2000".
Em 2013, quando era diretor-adjunto do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, a sua ascensão a nº1 foi vetada por Carlos Costa, então governador do Banco de Portugal. Mário Centeno passou a consultor do Banco de Portugal e a professor no ISEG. Aproximar-se-ia do Partido Socialista quando António Costa se tornou líder do partido em 2014. Foi o coordenador de um grupo de trabalho de 12 economistas cujo programa económico foi a base o futuro governo do Partido Socialista, que Mário Centeno viria a integrar como ministro das Finanças em novembro de 2015 até junho de 2020.
"Não acredito em estratégias de dividir para reinar. Nunca dou uma pergunta por respondida enquanto não ouvir o "outro lado". Sempre geri as instituições por onde passei de portas abertas, porque foi isso que aprendi em Harvard, onde tantos sabem o que é governar um país ou um banco central", disse Mário Centeno na sua posse, em que nem por única vez pronunciou o nome do seu antecessor.
cv Em 1990 licenciou-se em Economia pelo ISEG onde fez o mestrado em Matemática Aplicada em 1993. Dois anos depois foi para Harvard onde fez o mestrado e o doutoramento. Regressou o Banco de Portugal onde foi entre 2004 e 2013 diretor-adjunto do Departamento de Estudos Económicos, Banco de Portugal e membro do Comité de Política Económica da Comissão Europeia. Nesse período foi ainda presidente do grupo de trabalho para o Desenvolvimento das Estatísticas Macroeconómicas, no Instituto Nacional de Estatística (INE) (2007-13) e membro da Comissão do Livro Branco das Relações Laborais (2006-2007).
Em 2015 foi eleito deputado pelo Partido Socialista e ministro das Finanças a 26 de novembro de 2015, tendo sido confirmado no cargo em outubro de 2019 mantendo-se até 15 de junho de 2020. Foi eleito presidente do Eurogrupo em 4 de dezembro de 2017 pelos ministros das Finanças da área do euro até 12 de julho de 2020quando terminou o mandato.
Em 2015 foi eleito deputado pelo Partido Socialista e ministro das Finanças a 26 de novembro de 2015, tendo sido confirmado no cargo em outubro de 2019 mantendo-se até 15 de junho de 2020. Foi eleito presidente do Eurogrupo em 4 de dezembro de 2017 pelos ministros das Finanças da área do euro até 12 de julho de 2020quando terminou o mandato.