"Os portugueses estão a comprar mais veículos elétricos, é previsível que a quota de mercado de vendas de veículos elétricos ou híbridos, em 2021, possa atingir os 20%. São sobretudo usados nas deslocações urbanas, porque nas viagens mais longas era mais difícil saber com que contar tanto com postos de carregamento, como com os tempos de paragem", referiu António Pires de Lima, presidente da Comissão Executiva da Brisa.
Para colmatar esta falha surgiu este projeto da Brisa, Via Verde Electric, que vai permitir carregar os veículos elétricos num tempo rápido, 10 a 15 minutos. "Neste Verão queremos que se possa fazer as autoestradas da rede Brisa, de Valença a Faro, de Lisboa a Elvas, do Porto a Vila Real com a viatura elétrica, híbrida sem ansiedade elétrica. Uma rede que terá 84 postos de carregamento distribuídos por 21 áreas serviços", revelou António Pires de Lima.
Mas, como sublinhou o líder da Brisa, "este projeto não nasceu ontem, foi sendo preparado num registo colaborativa, participativo, com vários parceiros, para que o regresso às viagens e as autoestradas este Verão pudesse ser feito em novas condições de mobilidade elétrica".
Num balanço sobre o passado recente, António Pires de Lima recordou que o tráfego nas autoestradas da Brisa em 2020 foi seriamente afetado pelas medidas de confinamento necessárias para fazer face à pandemia de Covid-19. O tráfego caiu mais de 25% em relação a 2019, o último ano normal, e continuou no primeiro trimestre de 2021 com uma quebra de quase 40% em relação a 2019 e quase 30% em relação a 2020.
Sustentabilidade e digitalização
"São tempos muito exigentes mas também desafiantes. Esta pandemia serviu também para alguns aspetos bons e positivos e um deles visto de fora, de quem chegou à Brisa há poucos meses, foi o facto de, com a pandemia, nos parecer que alguns temas que já estavam presentes nas preocupações e na vida dos agentes públicos, das pessoas, terem conhecido uma grande aceleração, nomeadamente os que têm a ver com a sustentabilidade e a digitalização", reconheceu António Pires de Lima.
Hoje são os mercados, os acionistas, os investidores a "porem nota forte na premência e urgência de combatermos as alterações climáticas e a darmos respostas aos desafios da sustentabilidade em tudo aquilo que é nossa atividade económica, em tudo o que fazemos".
Lembrou que a Brisa está bem preparada para este desafio, porque foi considerada, em 2019 e em 2020, a operadora mais qualificada no ranking da GRESB que avalia mais de 400 empresas de infraestruturas em termos da responsabilidade social, da qualidade de governação e, sobretudo, da sustentabilidade ambiental.
"A Brisa ficou em primeiro lugar entre as empresas de infraestruturas europeias neste ranking. É a operadora de autoestradas mais sustentável do ponto de vista ambiental em todo o mundo", concluiu António Pires de Lima.
O antigo ministro da Economia fez referência ao desafio da descarbonização mundial até 2050, que "é um desafio que apela ao melhor da natureza humana, capacidade das pessoas, dos governantes, das empresas porque é um desafio gigantesco".
Em 2019 foram emitidos mais de 51 mil milhões de toneladas de gases com efeito de estufa que têm de ser reduzidos a zero até 2050. Destas emissões de carbono a nível mundial cerca de 16% foram provocados na área dos transportes, mas em Portugal cerca de 24% do dióxido de carbono que emitido em 2019 teve origem nos transportes, o que torna o "desafio ainda maior".
"Até 2030 na Brisa temos o compromisso de reduzir pelo efeito da nossa atividade as emissões de dióxido de carbono em 60% e vamos abraçar no novo plano estratégico, que estamos a desenhar durante o próximo mês, até 2045 a Brisa terá uma atividade que seja do ponto de vista das emissões neutral em carbono", anunciou António Pires de Lima.