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“A CHEP criou um dos negócios de logística mais sustentáveis do mundo”

A volatilidade das economias, a instabilidade das cadeias de abastecimento e a escalada dos custos vieram sublinhar as vantagens da adoção de soluções reutilizáveis e colaborativas no setor dos transportes e logística, afirma Ana Paula Sardinha, country manager da CHEP em Portugal.

23 de Novembro de 2022 às 09:54
Ana Paula Sardinha, country general manager CHEP Portugal
Ana Paula Sardinha, country general manager CHEP Portugal
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Em Portugal há cerca de 30 anos, a CHEP é uma empresa de soluções para a cadeia de abastecimento. Através das suas paletes, caixas e contentores, que constituem autênticos pilares invisíveis da cadeia de abastecimento mundial, a CHEP contribui para negócios de logística mais eficientes, sustentáveis e seguros. A empresa faz parte do Grupo Brambles, que está presente em aproximadamente 60 países, nomeadamente na América do Norte e na Europa Ocidental. Em Portugal, conta com mais de 700 clientes.

De que forma a CHEP serve o desenvolvimento do setor dos transportes e logística em Portugal?

As nossas soluções para a cadeia de abastecimento ajudam a levar mais mercadorias a mais pessoas e a mais lugares, sempre com a premissa-base de contribuir para a sustentabilidade dessas operações. Como pioneira da economia colaborativa, a CHEP criou um dos negócios de logística mais sustentáveis do mundo, que partilha e reutiliza as suas plataformas, sob um modelo conhecido como "pooling".

Estamos em Portugal há cerca de 30 anos. O nosso negócio foca-se principalmente nos setores de bens de consumo de rotação rápida (como alimentos secos, comestíveis e produtos de saúde e cuidados pessoais), produtos frescos, bebidas, comércio retalhista e fabrico em geral. A empresa conta com mais de 700 clientes, tem 12.000 pontos de entrega e movimenta cerca de 11.000 milhões de paletes. Para manter a proximidade e o nível de serviço a que acostumámos os nossos clientes e parceiros, temos 11 centros de serviços estrategicamente distribuídos, conseguindo estar próximos dos grandes centros de distribuição do setor do retalho.

Concretamente, que soluções oferecem a este setor?

A CHEP Portugal conta com um portefólio de produtos desde a "primeira milha", assegurando soluções para o transporte de matérias-primas, até produtos para a distribuição geral, como a famosa europalete e a palete industrial. Também temos soluções para loja, que permitem a promoção e reposição eficaz e rápida no ponto de venda. A nossa oferta inclui uma gama de soluções para otimizar as cadeias de abastecimento, de modo a torná-las mais eficientes e sustentáveis. A título de exemplo destacamos os programas de Transporte Colaborativo, e soluções como o programa "Carbon Neutral", que permite que os nossos clientes compensem as emissões de CO2, tornando as suas operações neutras em carbono. Disponibilizamos igualmente soluções inovadoras que permitem a digitalização dos nossos ativos, através de dispositivos de "track and trace", e com recurso a ferramentas de análise para loja, relacionadas com o posicionamento de produtos e marcas.

Em termos de atividade, a disrupção a que assistimos no último ano, e que contribuiu para a escassez de madeira e uma maior stockagem em armazéns de fornecedores, levou uma falta de paletes no mercado a nível global, o que veio evidenciar um ponto de melhoria na nossa empresa. A necessidade de ajuste a esta nova realidade exige uma preparação para enfrentar este e novos desafios de forma sustentável, resiliente, rápida e satisfatória para todos os intervenientes. Para tal, a CHEP está a transformar o seu negócio, de forma a que sejamos fornecedores preferenciais de soluções logística inovadoras, resilientes, mais eficientes, fortes e resistentes em termos financeiros. Esta nova abordagem fez-nos dar uma maior importância à necessidade de proteger mais as nossas plataformas, de forma a garantir em primeiro lugar um serviço de excelência aos nossos clientes existentes, sem deixar de envolver os nossos parceiros na delineação de cadeias de abastecimento mais ágeis, colaborativas e eficientes e que nos permitam recuperar os nossos ativos rapidamente e com menos custos possíveis. Esta questão em torno da reinserção de ativos nas cadeias de abastecimento é crucial para que possamos reduzir o efeito negativos nos nossos clientes


Consideram que é possível ganhar eficiência e tornar as operações logísticas mais sustentáveis?

A nossa oferta está baseada em soluções logísticas reutilizáveis, mais eficientes e sustentáveis, em alternativa às de uso único. Posicionamo-nos no setor através de soluções que visam não só o transporte e armazenamento de produtos de forma segura até aos diversos pontos, mas também a constituição de operações eficientes, a otimização da capacidade de carga, e a redução dos quilómetros em vazio. O nosso posicionamento como parceiros neutros e a visibilidade que temos sobre milhões de movimentos de paletes, em toda a Europa, permite-nos identificar sinergias de transporte, e atrair os nossos clientes e parceiros para fluxos logísticos partilhados, com o objetivo de otimizar as operações e, em última análise, reduzir as emissões de CO2.

Na vossa perspetiva, quais são as questões mais prementes para o setor da logística e dos transportes?

Consideramos que existem de momento duas questões prementes. A primeira está relacionada com a necessidade de reforço da atratividade da atividade, quer seja pela qualificação e reforço de competências, pela inclusão e diversidade, ou por benefícios e remunerações. Esta realidade levou a que nos últimos anos a escassez de motoristas de pesados de mercadorias tenha aumentado, criando um problema de disponibilidade, de qualidade e de serviço. Por outro lado, a falta de matérias-primas exige que sejam repensados os modelos de operação dos diferentes "players" neste setor.

Para além das questões que impactam diretamente o nosso negócio, preocupamo-nos com os diversos desafios inerentes à logística e transportes. Neste sentido, a CHEP criou uma comunidade – a AIRSHARED – que une todos os intervenientes das cadeias de abastecimento, fabricantes, retalhistas, operadores logísticos e transportadores, de forma a encontrar eficiências, soluções, sinergias, e reduzir o impacto ambiental, económico e social da atividade.

Quais considera serem as principais tendências de futuro na vossa atividade? Como é que a CHEP planeia continuar a diferenciar-se e a ser competitiva no futuro?

Nos últimos anos, e fruto dos vários cenários globais que trouxeram desafios acrescidos às suas operações, a CHEP criou um modelo empresarial mais resiliente, ágil e sustentável.  Esta transformação está a impulsionar uma mudança radical na criação de valor da CHEP.  Estamos a acelerar o nosso programa de transformação digital para ir ao encontro da ambição estratégica de reinventar soluções de "pooling" sustentáveis para as cadeias de abastecimento do futuro.  No futuro, as soluções digitais irão ser facilitadoras e promotoras de sinergias entre todos os intervenientes, para criar cadeias de abastecimento mais inteligentes e sustentáveis. Estamos a prepararmo-nos para elevar e criar novos padrões para as cadeias de abastecimento do futuro – sempre com o objetivo de prestar um serviço de excelência e melhorar a experiência do cliente, acompanhando as tendências e necessidades das empresas e organizações.

"As soluções digitais irão ser facilitadoras e promotoras de sinergias entre todos os intervenientes, para criar cadeias de abastecimento mais inteligentes e sustentáveis" Ana Paula Sardinha, country general manager da CHEP Portugal
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