Abraçar a tecnologia e tirar partido do que de melhor as soluções de TI têm para oferecer é condição indispensável num sector que se quer concorrencial, moderno e capaz de responder aos desafios de uma economia cada vez mais globalizada.
As empresas das áreas de logística e transportes devem garantir que as suas infra-estruturas assentam em soluções tecnológicas de execução ágil, dimensionável e interligada. As TI devem permitir às organizações do sector assegurar o rápido cumprimento de tarefas à primeira tentativa, dando-lhes uma visibilidade da empresa a 360º, ao mesmo tempo que ajudam a controlar custos e a gerir proactivamente cada etapa do processo.
Salvo alguns bons exemplos, a verdade é que ainda nem todas as empresas nacionais apostam fortemente na tecnologia. Conforme refere Raul Magalhães, presidente da direcção da APLOG, "o mercado nacional tem a dimensão que tem e em áreas de elevada especialização como esta, salvo algumas boas excepções, sente-se muito a dependência e o ‘delay’ face ao exterior".
Este responsável defende a importância de "uma maior dinamização de fóruns de partilha de conhecimento e de inovação no sector" de forma "que se consigam atingir patamares de know-how próximos dos benchmarks mundiais".
Recorde-se que já antes, durante o 21º Congresso da APLOG, que decorreu este mês em Lisboa, sob o mote "Logística Digital – Novos Desafios", Raul Magalhães falou num "mundo progressivamente digital e uma sociedade que se movimenta e avança a um ritmo nunca antes visto" com um conjunto de factores que geram transformações que "impactam directamente no consumidor: nos hábitos e tendências de compra, na maneira como comunicamos e relacionamos, nos negócios e no mundo laboral".
Em consequência, e "com este ambiente digital crescente", a pergunta que se impõe é saber "como conseguiremos cadeias de abastecimento centradas no consumidor, mais ágeis, rápidas e eficientes? Como podemos implementar cadeias de abastecimento orientadas para o cliente final? Como reforçar a colaboração com fornecedores e outros parceiros da cadeia de valor, num mundo onde os produtos são cada vez mais personalizados e centrados no cliente?"
A verdade é que a vaga da digitalização tem-se disseminado por todo o mundo, e Portugal assume destaque pela sua caminhada digital nesta fase 4.0: "Muito se tem feito, até em áreas algo conservadoras, como os portos, em que processos digitais como a JUP e JUL são hoje uma realidade", não esquecendo o "exemplo dos transportes, em que a desmaterialização dos documentos tem sido um sucesso".
O presidente da APLOG recorda ainda que "falar de tecnologia é também falar de automação, não só de armazéns, mas de operações mais complexas, na produção, nos portos, nos transportes, na utilização massiva da IoT e de advanced analytics".