Para se criar e desenvolver uma start-up em Portugal são necessários dar alguns passos. Adelino Costa Matos, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), aconselha o que se deve fazer: "Aferir se o mercado necessita do produto ou serviço que se pretende desenvolver; gizar um plano de gestão; efectuar o levantamento da legislação aplicável ao negócio; elaborar um orçamento; e criar um plano de negócio no qual se avaliem, entre outros aspectos estratégicos, as possibilidades de financiamento do projecto."
Para facilitar este processo, existem actualmente em Portugal "excelentes centros de incubação e programas de aceleração de start-ups", nos quais através de formação, mentoria e networking não só se reforçam as competências dos empreendedores como se testa a viabilidade das suas ideias de negócio.
Questionado sobre como se conseguem fundos para a criação de uma start-up, responde que felizmente existe, em Portugal, uma grande variedade de apoios ao empreendedorismo, pelo que seria fastidioso enumerar todos eles. "Destaco apenas o Startup Voucher (bolsa de 691,70 euros mensais para ideias de negócio, atribuída durante um ano), o Programa Momentum (bolsa de 691,70 euros mensais mais incubação e alojamento gratuitos durante 12 meses para recém-graduados e finalistas do ensino superior que tenham beneficiado de apoio social durante o curso), o Vale de Incubação (apoio de cinco mil euros para a contratação de serviços de apoio ao desenvolvimento do negócio em incubadoras), o Programa Semente (deduções fiscais até 25% do investimento realizado e até um máximo de 40% da colecta no IRS anual, durante um período de três anos, para quem entrar no capital social de start-ups inovadoras) e as calls da Portugal Ventures (entidade responsável pelo investimento público de capital de risco)."
IEFP, IAPMEI, ANJE e muito mais
Adelino Costa Matos acrescenta que existem ainda os apoios do IEFP e do IAPMEI, as linhas de crédito com garantia pública, os incentivos comunitários no âmbito do Portugal 2020 ou do Horizonte 2020, o capital de risco – público e privado –, o microcrédito, os business angels e o mutualismo.
Também a ANJE disponibiliza um vasto conjunto de ferramentas de apoio ao empreendedorismo, como o Prémio do Jovem Empreendedor, a Loja do Empreendedor, protocolos com instituições bancárias para financiamento, 11 centros empresariais/incubadoras, programas de aceleração, acções de formação especializada e consultoria empresarial, para dar alguns exemplos.
Sobre os custos de criar uma start-up, explica que o valor do registo comercial de uma sociedade no balcão "Empresa na hora" é de 360 euros, abrangendo a taxa de publicação na internet. Todavia, empresas que apresentem o "desenvolvimento tecnológico ou a investigação científica como objecto social pagam apenas 300 euros". Esse é, aliás, o perfil habitual de uma start-up, relembra. O valor do registo pode, no entanto, aumentar no caso de "constituição de sociedades com entrada de bens móveis ou imóveis ou participações sociais sujeitas a registo". Será ainda necessária a "liquidação do IMT e de outros impostos em conformidade com a natureza jurídica dos negócios".
O presidente da ANJE não se esquece de apontar que há países na União Europeia onde o registo de uma sociedade é "gratuito", existindo muitos outros onde custa "menos de 100 euros".