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Volume de prémios do segmento não vida mantém-se a crescer a bom ritmo

Crescimento da atividade económica, conjugado com um perfil evolutivo mais moderado dos custos com sinistros, deu origem a um assinalável aumento do resultado técnico deste segmento.

17 de Março de 2020 às 16:12
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Para saber como se encontram os ramos vida e não em Portugal, pedimos um balanço a José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS). No que diz respeito ao ramo não vida fala num volume de prémios que se mantém a crescer a bom ritmo (+8%, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 5 mil milhões de euros). Isto por efeito combinado do crescimento da atividade económica o que, conjugado com um perfil evolutivo muito mais moderado dos custos com sinistros (+1,5%), implicou um assinalável aumento do resultado técnico deste segmento. Este passou de 177 milhões de euros, em 2018, para 238 milhões de euros. É uma variação homóloga de +61 milhões de euros (+34,6%).

 

O presidente da APS refere que um dos principais responsáveis por este crescimento dos resultados não vida foi o ramo incêndio e outros danos, que viu o volume de prémios a crescer acima dos 7% e com o resultado a registar também um novo aumento – para um total de 87 milhões, mais 52 milhões de euros face ao período homólogo. Este resultado é o mais alto desde que a APS recolhe a informação das contas do setor com o atual Plano de Contas para as Empresas de Seguros (PCES). Apesar de em 2019 se ter assistido a alguns eventos climáticos com relativa gravidade, como foram os casos das depressões Elsa e Fabien, a verdade é que, felizmente, estes não assumiram a dimensão de alguns trágicos acontecimentos ocorridos em anos anteriores.

 

A importância do ramo automóvel

 

João Galamba de Oliveira informa ainda que outro dos responsáveis pela evolução positiva dos resultados do segmento não vida foi o ramo automóvel, o maior do segmento, em que a produção cresce sucessivamente desde 2014 atingindo em 2019 os 1,8 mil milhões de euros (+7% face a 2018). Já ao nível do resultado, os dados provisórios para 2019 apontam para um crescimento homólogo absoluto de cerca de mais 52 milhões de euros (registando assim um resultado total de 22 milhões de euros, em 2019, contra um resultado negativo de 30 milhões de euros, em 2018).

 

Ramo vida

 

Quanto ao ramo vida José Galamba de Oliveira, explica que o segmento vida em Portugal deparou-se com fortes constrangimentos ao desenvolvimento do seu negócio, em particular nos produtos financeiros, por força da atual conjuntura de baixas taxas de juro. "Os reflexos destas limitações fizeram-se sentir na forte quebra de produção registada em 2019 (-14%) e nos resultados da conta técnica vida observados no final de 2019 (197 milhões de euros), uma redução de 45% (-164 milhões de euros) face a período homólogo de 2018."

Com um volume considerável de responsabilidades, e de ativos afetos a estas, este ramo apresenta normalmente "uma maior sensibilidade às flutuações dos mercados financeiros", logo não é novidade que se constate "o decisivo contributo que a componente financeira teve para a evolução do resultado técnico vida em 2019 (-147 milhões em termos homólogos).

 

APS quer cobrir risco sísmico a nível nacional

 

Questionámos ainda o responsável da APS sobre outras temas da atualidade que influenciam a atividade seguradora. É o caso das alterações climáticas que têm dado origem a cada vez mais fenómenos atmosféricos adversos. Quisemos saber de que forma estes fenómenos, não raras vezes catastróficos, estão a mudar o setor segurador. O presidente da APS explica que esta questão afeta sem dúvida o setor, pois o core business é, precisamente, a antecipação do risco.

 

"Segundo os dados recentes, este é um risco real, cujo crescimento se tem registado a uma taxa mais acelerada do que seria expectável. Cabe ao setor antecipar a probabilidade de os riscos acontecerem e apresentar propostas coerentes às famílias, às empresas e à sociedade. Por exemplo, o caso dos incêndios de 2017 foi novo para o país, que não estava preparado." Estes incêndios foram um aviso de uma realidade inquietante, a qual mostra que o número e a severidade dos eventos "cresceram nos últimos 40 anos".

 

Explique-se que as alterações climáticas e os fenómenos sísmicos são as duas grandes origens das catástrofes naturais. "Neste sentido é que, além de seguir com grande proximidade esta dinâmica, a APS apresentou um projeto de diploma para a criação de um Sistema de Proteção de Riscos Catastróficos que inclui a cobertura de risco sísmico a nível nacional".

 

Importante investimento na tecnologia

 

Sobre a forma como a tecnologia está a mudar o setor segurador no geral, o presidente da APS responde que "a tecnologia é um pilar fundamental na forma como as pessoas vivem, trabalham, e se relacionam hoje". As empresas do setor, prossegue, têm realizado um "importante investimento para estar presente nesta nova dinâmica e antecipar as necessidades deste novo consumidor, para o qual o mundo virtual ocupa uma posição essencial no seu dia a dia".

 

A aposta estratégica, refere, assenta em dois eixos fundamentais: "Dar continuidade à digitalização do setor e numa relação mais estreita com os clientes, viabilizada através das ferramentas digitais." "O resultado tem sido uma alteração do próprio modelo de negócio das empresas seguradoras, uma vez que implica uma maior celeridade e eficácia na relação com o cliente final."

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