Reina o otimismo, mas há cautelas. À pergunta que expectativas têm para o setor segurador em Portugal este ano, as respostas dos peritos na área são na generalidade positivas, embora com naturais ressalvas. Carlos Martins, diretor-geral da SABSEG, explica que, sem prejuízo da necessidade de se ter em linha de conta o momento difícil que se atravessa, "com a pandemia da covid-19 e desconhecendo ainda as suas implicações", há a expectativa de que o setor segurador, "apesar de ter de continuar o seu processo de recuperação, terá igualmente a capacidade de mais uma vez demonstrar a importância do seu papel na sociedade".
Nomeadamente – prossegue Carlos Martins – aproveitando "os ganhos resultantes, entre outros, da digitalização e otimização dos processos, para um eficaz enquadramento de políticas de subscrição que tenham em linha de conta as limitações e os constrangimentos que se colocarão às pessoas e às empresas". No caso da SABSEG, vai continuar a seguir "as melhores práticas na gestão das carteiras de seguros" que lhe estão confiadas, "construindo relações seguras".
Já Luís Tavares, diretor coordenador nacional da DS Seguros, diz que o mercado segurador em Portugal é "maduro", que vai "continuar a crescer e é bem provável que cresça acima dos 10% em 2020, se não houver grandes novidades a nível de macroeconomia mundial".
Por sua vez, Paulo Silva, diretor de desenvolvimento comercial da PRÉVOIR, afirma que o mercado segurador "é estável e seguro". "As novidades serão mais evidentes em matéria de digital, nomeadamente no ramo não vida." No que toca à PRÉVOIR continuará a "privilegiar o risco – morte, invalidez, incapacidade –" que considera serem prioridades para os clientes.
Acompanhar os desafios
Quanto às expectativas que a APROSE tem para o setor segurador em Portugal este ano, o seu diretor executivo, Corvaceira Gomes refere que tal como na atividade seguradora em geral, na de mediação em particular, espera-se que "os mediadores sejam capazes de acompanhar os desafios que o mesmo contexto, incluindo o de compliance regulatório, lhes coloca na qualidade de distribuidores e especialistas em seguros, com reforço e aprofundamento do relacionamento com as seguradoras enquanto parceiras, por um lado, e por outro, adaptando-se a clientes mais informados e exigentes". Estes clientes, explica o responsável da APROSE, requerem igualmente "respostas mais imediatas e canais de satisfação de necessidades de segurança, por parte do seu intermediário, que vão além do formato físico e presencial, e em que os seguros tradicionais tendem a perder valor num entorno crescentemente concorrencial".