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Competitividade não tem de assentar em más práticas de mercado

O Grupo 2045 actua há 27 aos no mercado da segurança privada e acredita que a regulação do sector é um passo incontornável para que não exista a distorção da concorrência.

29 de Março de 2017 às 11:15

Embora Portugal seja visto como um "país razoavelmente seguro" em resultado sobretudo do baixo nível de ameaça a que está sujeito, Jorge Silva Carvalho, CEO do Grupo 2045, considera que o grau de risco depende não só da ameaça, mas também de outro vector, as vulnerabilidades. E nesse caso, este responsável diz que o panorama nacional é "menos bom" já que, paradoxalmente é a percepção dessas vulnerabilidades que poderá catalisar a ameaça. Por outro lado, Jorge Silva Carvalho afirma que Portugal não pode, em matéria de segurança analisar a sua situação de uma perspectiva meramente individual na medida em que integra espaços geopolíticos que também dependem do esforço nacional em matéria securitária. "No fundo as nossas vulnerabilidades em matéria de segurança não nos afectam apenas a nós", assume o responsável.

 

O CEO do Grupo 2045 reconhece que existe uma preocupação em actuar correctamente por parte da globalidade das entidades fiscalizadoras, mas o défice de meios humanos e materiais, aliado à falta de coordenação que propicie uma actuação conjunta, tem constrangido a melhor e mais eficaz das actuações. "Destaque-se o esforço da PSP, através do seu departamento de segurança privada, em actuar sobre casos graves que distorcem a concorrência e prejudicam seriamente o mercado. Esse destaque é ainda de reforçar pelo papel pedagógico que tem vindo a desenvolver no sector da segurança privada, explicando e recomendando antes de punir", sublinha o gestor.

 

De forma muito sumária, Jorge Silva Carvalho considera que há ainda muito trabalho a realizar na área da legislação neste sector em particular. "A lei de segurança privada é uma boa lei embora padeça de alguns equívocos e de algum desajustamento à realidade do mercado nacional. No entanto, os maiores problemas colocam-se ao nível da deficiente regulação e controlo de certas práticas comerciais, em particular do uso sistemático por algumas empresas de formas de ‘dumping’ social", esclarece o responsável.

 

O CEO acredita que o mercado da segurança privada em todas as suas valências terá um valor aproximado de 700 milhões de euros e é muito competitivo. "O mercado da segurança privada, em particular no âmbito da vigilância humana e electrónica, é claramente um mercado "oceano vermelho", caracterizado por uma grande competitividade, o que aliado às práticas abusivas e violadoras da concorrência por parte de certas empresas o torna num mercado extremamente volátil e em depreciação", assume Jorge Silva Carvalho.

 

O próprio Estado, sobretudo em época de crise, "tem revelado alguma bipolaridade em que ao Estado legislador e regulador se opõe o Estado consumidor e contratante de serviços de segurança, com predomínio deste último. Esta situação tem um efeito sério de arrasto do sector privado", assinala o gestor.

Segundo ele, actualmente não há diferenças entre a posição das organizações públicas e privadas em relação a estas questões da segurança. "Tempos houve em que o Estado contratante tinha uma noção de que a segurança deveria ser um serviço prestado com qualidade em detrimento da lógica absurda e fria do preço mais baixo, particularmente se estamos a falar de qualquer preço. As organizações privadas sempre tiveram melhor percepção do custo da segurança, mas quase sempre na procura da melhor equação de ‘value for money’", reconhece Jorge Silva Carvalho.


Números do Grupo 2045

3.000 colaboradores

350 clientes corporativos   

1.200 locais geridos e monitorizados

12.000 câmaras de CFTV instaladas

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