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Portugal Digital Awards distingue transformação digital

José Ferrari Careto passa a integrar a galeria dos melhores líderes digitais em Portugal

23 de Dezembro de 2021 às 16:29
José Ferrari Careto, CEO da E-REDES, foi eleito Best Digital Leader na sexta edição dos Portugal Digital Awards
José Ferrari Careto, CEO da E-REDES, foi eleito Best Digital Leader na sexta edição dos Portugal Digital Awards
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Dados da IDC Portugal dão conta que, em 2022, 65% do PIB global deverá estar digitalizado. Esta aceleração vai obrigar à realização de um investimento global em tecnologia superior a 6 biliões de euros entre 2020 e 2023. Não será, por isso, de estranhar a dinâmica que o país tem vivido em matéria de desenvolvimento e implementação de processos nesta área. A sexta edição dos Portugal Digital Awards, organizada pela IDC Portugal em parceria com a Axians Portugal, distinguiu alguns dos projetos mais relevantes neste campo e deu ainda a conhecer o nome do Digital Leader do ano.



Best Future of Digital Infrastructure Project:

TD@CEGER, Ceger


Na categoria Digital Transformation Awards, a distinção foi para o projeto TD@CEGER. Se procura inspiração para conceber e realizar uma ambiciosa jornada de transformação digital no seu organismo, atreva-se a conhecer o TD@CEGER do CEGER – Centro de Gestão da Rede Informática do Governo. O trabalho assenta em quatro pilares essenciais – comunicações e infraestruturas, sistemas de informação, certificação eletrónica, pessoas e funções de trabalho das pessoas – considerados o core para o mapa estratégico.


Entre as diferentes medidas levadas a cabo neste projeto, contam-se o desinvestimento em datacenters, a transformação da arquitetura de segurança da rede core com mais indicadores de gestão e o robustecimento das condições de telecomunicações e alojamento dos equipamentos ainda in-house.


Tito Vieira, diretor do CEGER, refere que o projeto consiste "numa jornada de transformação digital do organismo" que aconteceu últimos "quatro anos". Começou com uma retrospetiva estratégica daquilo que se pretendia "e o digital acabou por ser a base de todas as iniciativas lançadas". Em quatro anos, foram apresentados "serviços inovadores na administração publica, trabalhámos numa área muito importante para nós que é a certificação eletrónica do estado e conseguimos transformar e produzir oferta de melhor qualidade e chegar a mais organismos públicos da AP".  Tito Vieira acredita que hoje em dia estamos perante "um organismo mais preparado para o que aí vem, mais eficiente e mais ágil".


O prémio representa "em primeiro lugar um reconhecimento de que a estratégia que a equipa definiu e as ideias que existiam há quatro anos foram possíveis de implementar e que deram resultados".




Digital Sustainability Award:

Magic Boxes, Too Good To Go


Na categoria Digital Sustainability Award, o prémio foi entregue ao projeto Magic Boxes da Too Good to Go que, de uma forma simples e acessível permite que todos tenham nas mãos o poder de "salvar" comida de qualidade. Por outro lado, com apenas alguns cliques ajudam também a preservar o planeta, reduzindo o desperdício alimentar e as emissões de CO2, trabalhando contra o desperdício alimentar.


Carina Dias, PR Manager da Too Good To Go, refere que esta "é uma aplicação que combate o desperdício alimentar" e que, ao mesmo tempo, "aproxima consumidores de estabelecimentos com excedente alimentar". Neste caso, os estabelecimentos podem disponibilizar na aplicação esse excedente alimentar que não é vendido durante o turno de serviço, "aos consumidores que o podem depois comprar a um terço do valor".


Já em utilização em Portugal, a app Magic Boxes "está no mercado há dois anos" e conta "uma base de utilizadores com mais de 950 mil nomes e quatro mil parceiros, tendo sido salvas mais de um milhão de refeições".  Recorde-se que a Too Good To Go está presente em 17 países e este é um modelo de negócio "que acaba por ser escalável em vários países europeus, Estados Unidos da América e no Canadá". Em Portugal, especificamente, este prémio significa "uma validação de uma camada de mercado que acaba por abraçar projetos que têm um modelo de negócio um bocadinho mais focado em propósito e em impacto positivo, mas que, ainda assim, não deixam de ser um modelo de negócio rentável e interessante".




Best Digital Transformation Idea:

SenseGlove, Glooma


Na categoria Digital Grand Awards, aplausos para o projeto SenseGlove, da Glooma. Conforme refere Francisco Ferreira, co-fundador da empresa, "a Glooma é uma start-up que atua na área da prevenção do cancro da mama". Para já, trabalha no desenvolvimento de "um dispositivo médico doméstico portátil que complementa a auto-apalpação da mama no domicílio". O principal objetivo "é simplificar a interpretação dos resultados e dar confiança à mulher em casa para que, sempre que surgir um alerta, possa atempadamente procurar um médico".


Neste momento, o projeto está numa fase "de estudos clínicos e estamos a fazer a validação". Francisco Ferreira explica que "existem já protótipos funcionais que estão a ser usados em estudos clínicos" sendo que, "em 2022 vamos passar do protótipo ao produto final para depois começar a ser comercializado em 2023".


O prémio agora recebido "é um reconhecimento de todo o trabalho que temos feito e é muito importante para nós vermos que também há espaço nestes eventos para as start-ups". Já Frederico Stock, co-fundador da Glooma, considera ainda importante destacar o facto de o prémio reconhecer "que não estamos a trabalhar em vão e que a aposta na transformação digital na área da saúde é algo que é reconhecido".




Best Digital Leader:

José Ferrari Careto, CEO, E-REDES


José Ferrari Careto, CEO da E-REDES, foi eleito Best Digital Leader nesta sexta edição dos Portugal Digital Awards. Este responsável diz ter "ficado muito satisfeito e orgulhoso pelo prémio" que acaba "por ser merecido essencialmente pelas equipas que tenho tido a sorte de liderar ao longo destes últimos tempos". Ferrari Careto recorda que, no Grupo EDP, se começou a trabalhar nos processos de aceleração digital "em novembro de 2017 e diria que mais cedo do que a generalidade das empresas". Foi um processo "muito interessante e com uma adesão muito grande em toda a empresa, com equipas muito motivadas e em que se cobriam todas as unidades de negócio". O trabalho desenvolvido assegurou que a empresa acabasse por ficar mais bem preparada "para enfrentar os desafios do COVID nomeadamente no que diz respeito ao trabalho remoto".


Mais recentemente, e já como CEO da E-REDES, José Ferrari Careto diz encontrar na empresa que lidera "o resultado daquilo que foi o esforço da digitalização do Grupo", percebendo que é agora possível "estar mais próximo dos clientes com ferramentas digitais e gerir melhor os ativos com base em informação, modelos preditivos, inteligência artificial e machine learning". Mas sobretudo, é possível ver "que os colaboradores têm uma vida mais facilitada ao utilizarem mais o digital nas suas operações sendo que a E-REDES é uma empresa de base digital, com operações distribuídas e técnicos que estão 24/7 dias no terreno".


Questionado sobre a responsabilidade acrescida que o prémio lhe poderá trazer, o CEO da E-REDES fala em "continuar a melhorar" sendo que este tipo de reconhecimento "serve como estímulo para saber que estamos no caminho certo, mas que ainda há muito para fazer porque estes processos nunca estão terminados".


E será que Portugal está no bom caminho em matéria de transformação digital? Ferrari Careto refere que, de uma maneira geral, "as empresas têm-se preparado muito bem para o tema do digital e o país tem progredido muito". A imagem que fica na cabeça, neste caso, "é a da onda gigante na Nazaré". Na prática "as organizações, assim como os surfistas, perante uma onda gigante só têm duas hipóteses: ou surfam essa onda ou são submersos e afogados por ela", diz. Aquilo que "todos nós estamos a fazer é surfar esta onda e o país tem feito bastante por isso", assegura José Ferrari Careto que destaca "o extraordinário desenvolvimento que o digital e o IT em geral têm proporcionado ao interior do país". Na verdade, "há um conjunto muito significativo de empresas que desenvolveram polos em zonas mais interiores do país, e isso tem sido um fator positivo pelo que tem trazido de pessoas novas, de desenvolvimento económico, de poder de compra e de todo o ponto de vista social".


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