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Uma janela de oportunidade

Portugal tem de aproveitar os fundos europeus para ultrapassar fragilidades que têm limitado a competitividade das empresas.

04 de Maio de 2022 às 14:39
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As empresas e a economia portuguesa preparam-se para entrar no segundo semestre de 2022 com os olhos postos no horizonte de produtividade e competitividade que os pacotes de fundos europeus atualmente em vigor no país prometem.


Depois da implantação do programa Portugal 2020, cujo envelope é de 26 mil milhões de euros e será executado até ao último dia de 2023, o Estado tem ao seu dispor os instrumentos de financiamento Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que destina a Portugal 16,6 milhões de euros para investir, e o quadro comunitário Portugal 2030 – vai de 2021 a 2027 e pode ser prolongado até 2029 –, que deixará ao dispor do executivo nacional 24,18 mil milhões de euros.


No caso das empresas, ser-lhes-ão destinados 5,5 milhões de euros, no que concerne ao PRR, e 6,7 mil milhões de euros ao abrigo do programa Portugal 2030. Em conjunto, o apoio combinado às empresas por conta destes dois novos pilares da economia nacional é de 12,26 mil milhões de euros. Por sua vez, o pacote Portugal 2020, ainda em execução, dirige 7 mil milhões de euros às empresas portuguesas.


Esta chuva de milhões com origem em fundos comunitários que vai cair no país durante os próximos anos é uma janela de oportunidade que, em janeiro, numa entrevista concedida ao Negócios em Rede, o presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, Francisco Sá, já considerava "única" para Portugal poder "ultrapassar algumas das fragilidades que têm limitado a competitividade das suas empresas" – debilidades essas que, sublinhou, "são, em grande medida, estruturais".


Depois do regresso à atividade normal das empresas que sobreviveram à pandemia, por conta do fim das restrições sanitárias associadas, Francisco Sá projeta, em relação às PME, que equilibrar a sua estrutura financeira, acompanhar a evolução dos mercados de atuação, repensar os processos numa perspetiva de maior eficiência e sustentabilidade ambiental, investir nos seus trabalhadores e apostar na transição digital terão de ser vistas como "prioridades" estratégicas. Só assim, tornando-se mais "resiliente e competitivo" em mercados "cada vez mais exigentes", o tecido económico português, constituído quase na totalidade (99%) por micro e PME, poderá "recuperar da crise".

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