Estamos perante uma crise económica sem precedentes, gerada pela pandemia de covid-19, e toda a sociedade é chamada a dar o seu contributo para que possamos ultrapassar, tão rapidamente quanto possível, mais um momento difícil da nossa história. O tecido empresarial nacional, que é esmagadoramente constituído por PME, é determinante para a retoma e, desde logo, as empresas da construção e do imobiliário têm sido um exemplo claro de resiliência e de contributo positivo para a recuperação do país.
Por isso, é necessário, desde logo, dirigir uma palavra aos empresários do setor que, de uma forma geral, se mantiveram em atividade ao longo de todo este período, a exemplo do que se passou na generalidade dos países, o que foi determinante para que as obras continuassem a ser executadas nos nossos hospitais, casas e demais infraestruturas, mantendo-as operacionais e seguras.
Foi através do seu esforço, da sua capacidade de enfrentar o aumento dos custos e dificuldades operacionais, de adotar medidas capazes de promover a segurança e a saúde dos trabalhadores e de todos aqueles que contactam com o setor, que foi possível garantir um percurso sem disrupções dignas de nota.
O desafio que constitui recuperar a economia portuguesa e recolocá-la numa trajetória de crescimento e de convergência com a restante Europa exige que o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência constitua um efetivo instrumento de transformação da economia em direção a modelos de crescimento mais inclusivos e sustentáveis. Por isso, são necessárias empresas mais resilientes, com capacidade produtiva e de inovação, assegurando condições para uma retoma sustentada, e assentar num tecido empresarial robusto e competitivo.
"Recuperar Portugal, Construindo o Futuro" é o mote do PRR e, neste plano, a habitação, a construção de infraestruturas essenciais, a inovação e a renovação do tecido produtivo e empresarial são dimensões essenciais que terão de ser uma realidade ainda este ano. Assim, deve-se incrementar a capacidade de planear e cumprir uma calendarização dos investimentos estruturantes. Este é um fator determinante para que o investimento privado tenha possibilidade de perspetivar o seu futuro com a segurança que se exige e as empresas nacionais consigam dimensionar-se e capacitar-se, antecipando adequadamente, o volume ou o tipo de obras e a forma como vão ser lançadas e realizadas.
Em concreto, e no que diz respeito ao setor, estamos a falar de capacitação das empresas e de qualificação dos profissionais, matérias cruciais num contexto em que a capacidade de resposta perante os desafios da sustentabilidade e da digitalização vai exigir novas competências que é necessário antecipar. E, desde já, tem de se apoiar esta transição para o novo ciclo de investimentos que terá de ser liderado pelas empresas nacionais.
Por seu turno, a AICCOPN estará ao lado das empresas, promovendo a defesa dos seus interesses, intensificando o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido conjuntamente com as entidades reguladoras e fiscalizadoras no combate à ilegalidade e à informalidade. Iniciativas como a marca R.U.-I.S. - Reabilitação Urbana Inteligente e Sustentável ou a campanha "Construção Segura e Saudável" são instrumentos de apoio à competitividade e à capacitação empresarial que a Associação irá continuar a disponibilizar porque, no #mundoaiccopn, estamos juntos e somos mais fortes.