Cibercrime, riscos e oportunidades, assim como alterações climáticas. Estes foram os três temas analisados na 4ª edição do estudo "Zurich PME: Riscos e Oportunidades", conduzido pela GFK em oito países - Portugal, Áustria, Alemanha, Irlanda, Itália, Espanha, Suíça e Turquia. Vamos, por partes, perceber quais as conclusões a que chegou este estudo.
No cibercrime, uma em cada três pequenas e médias empresas portuguesas não vê ou nunca ponderou o cibercrime como uma ameaça ao negócio, pode ler-se. Cerca de 18,5% dos portugueses confessam não ter pensado no cibercrime como uma ameaça e 16% acreditam que a empresa é demasiado insignificante para os cibercriminosos.
Entre os países europeus auscultados, Portugal é o país que revela menor cuidado com este tema, sendo a Irlanda (41%) e a Espanha (33%) os países onde esta preocupação é mais evidente.
Riscos e oportunidades
Para as PME portuguesas, os principais riscos para o negócio são a falta de procura ou o excesso de inventário e o elevado nível de concorrência. Estas preocupações são partilhadas por empresas de vários países europeus, como Espanha (42%), Suíça (39%) Áustria (38%) e Itália (36%), que também enumeraram estes como os principais riscos.
Os danos na reputação e o receio dos incêndios começam a despertar mais a atenção dos empresários nacionais. Já ao nível internacional, o cibercrime na Europa, os danos no transporte nos EUA, os danos reputacionais na Ásia-Pacífico e as catástrofes naturais na América Latina são os riscos mais relevantes.
Nas oportunidades de negócio, 41,5% das PME portuguesas consideram crucial a redução de custos e despesas, o que corresponde a um aumento de 9% nos últimos quatro anos. A aposta em novos segmentos de clientes é igualmente considerada uma importante oportunidade. A necessidade de condições de crédito atractivas aumentou, assim como o pessimismo no que toca à falta de oportunidades a curto prazo.
Alterações climáticas
Os empresários portugueses mantêm-se pouco sensíveis para os riscos decorrentes das alterações climáticas. Das empresas nacionais inquiridas, 27% referem que o impacto dessas alterações seria nulo para o negócio. Irlanda, Itália, Suíça e Áustria partilham esta escassa preocupação.
Mesmo com os avisos da Agência Europeia do Ambiente – que identifica o sul da Europa e a bacia do Mediterrâneo como regiões vulneráveis às subidas das temperaturas médias, às alterações dos padrões da precipitação e, consequentemente, à subida do nível médio das águas do mar –, a percepção para este tipo de ameaças continua muito ligada aos efeitos sentidos no presente e não às previsões futuras.