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“Metas obrigam a planeamento e acompanhamento muito rigorosos”

MOBI.E sublinha estratégia nacional pioneira e medidas positivas, mas considera que metas exigentes requerem mais meios e acompanhamento. Indicadores da rede de carregamento batem recordes sucessivos.

13 de Setembro de 2023 às 15:22
Luís Barroso, presidente da MOBI.E
Luís Barroso, presidente da MOBI.E

A MOBI.E iniciou a sua atividade em 2015 com a importante missão de pôr a funcionar uma infraestrutura de carregamento universal e totalmente interoperável que garantisse a existência de pelo menos um posto de carregamento em todos os 308 municípios do país. Em 2020, com a concessão desta rede, esta empresa pública passou a posicionar-se como um facilitador do crescimento da mobilidade sustentável, particularmente da mobilidade elétrica, conforme nos explicou Luís Barroso, presidente da MOBI.E.

 

Em que projetos e iniciativas está a MOBI.E envolvida com o objetivo de promover a mobilidade sustentável?

A própria atividade da MOBI.E visa a promoção da mobilidade sustentável, quer enquanto entidade gestora da rede de mobilidade elétrica, quer enquanto instrumento público. Inicialmente, a MOBI.E teve um papel fundamental na criação da rede-piloto, e depois no mercado de mobilidade elétrica, centrando posteriormente a sua intervenção no papel de facilitador do crescimento do mercado, o que se tem verificado pelo crescimento do número de adesões de comercializadores de eletricidade para a mobilidade elétrica, de operadores de pontos de carregamento, de detentores de pontos de carregamento e, claro, de utilizadores de veículos elétricos. Paralelamente, também temos vindo a ser convidados a participar em inúmeros fóruns nacionais e internacionais que visam transmitir conhecimento sobre as melhores práticas do setor e desmistificar a transição energética da mobilidade. Refira-se que também criámos um sistema de informação em tempo real único, sobre a rede MOBI.E, e que está acessível no nosso site como MOBI.Data.

 

A vossa atividade está limitada a Portugal?

Este ano iniciámos um novo desafio que visa a internacionalização da atividade da empresa, com o principal foco, para já, em Espanha e na América Latina. Isto com três objetivos: em primeiro lugar, divulgar Portugal como país pioneiro e inovador no setor; em segundo, obter rendimentos que permitam prosseguir o desenvolvimento de novas ferramentas que facilitem a utilização da rede MOBI.E, e reduzam o custo para os utilizadores. Finalmente, queremos apoiar empresas portuguesas que se dedicam à mobilidade elétrica e sustentável e desejem internacionalizar a sua atividade.

 

Qual é a vossa perspetiva sobre a evolução da legislação e das medidas governamentais na área da mobilidade sustentável?

Neste campo, Portugal tem sido um exemplo e tem tomado atempadamente iniciativas legislativas e financeiras de apoio à transição energética da mobilidade, com uma estratégia que tem como objetivo tornar cada vez mais sustentável a mobilidade. Em 2010, o país foi pioneiro e inovador ao criar legislação específica para a mobilidade elétrica. Só em 2014 a União Europeia saiu com uma diretiva, e prepara-se agora para aprovar um regulamento europeu que assenta em muitas das características do modelo MOBI.E, como, por exemplo, a facilidade de uso pelo utilizador, a interoperabilidade de redes de carregamento, ou a divulgação pública de informação sobre a disponibilidade dos postos.

 

Em 2015, Portugal foi o primeiro país a assinar o acordo de Paris que, como sabemos, visa atingir a neutralidade carbónica a nível global em 2050. Em 2020, aprovou o Plano Nacional de Energia e Clima, fixando metas intercalares rumo à neutralidade carbónica, e que se encontram atualmente em revisão. Já este ano, o Governo aprovou a Estratégia para a Mobilidade Ativa Pedonal 2030, depois de ter aprovado anteriormente a Estratégia para a Mobilidade Ativa Ciclável 2030. Ao mesmo tempo, tem vindo a ser criado um conjunto de subsídios para apoiar a transição energética da mobilidade, com apoios via Fundo Ambiental para aquisição de autocarros sustentáveis, viaturas elétricas, instalação de postos de carregamento em condomínios e aquisição de bicicletas, a que se soma um conjunto vasto de isenções fiscais totais ou parciais.

 

E quais os principais desafios que se colocam ao desenvolvimento da mobilidade sustentável em Portugal?

Um processo de transição desta natureza é dispendioso e necessita de elevados fundos financeiros, que a dimensão económica do país terá de saber encontrar, para ter sucesso nos prazos estipulados. Também as metas da transição energética são cada vez mais exigentes e com prazos mais apertados, o que obriga a um planeamento e acompanhamento muito rigorosos. No caso da MOBI.E, já temos um estudo concluído sobre as necessidades para o cumprimento do futuro Regulamento Europeu para Infraestruturas de Combustíveis Alternativos, cujas conclusões iremos divulgar publicamente, provavelmente em outubro próximo, para permitir que todos os agentes ligados ao setor possam, desde muito cedo, planear as suas iniciativas.

"Já temos um estudo concluído sobre as necessidades para o cumprimento do futuro Regulamento Europeu para Infraestruturas de Combustíveis Alternativos." Luís Barroso, presidente da MOBI.E
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