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Transição irreversível para uma mobilidade sem emissões

Em Portugal, face à urgência que a mobilidade sustentável impõe, há planos a nortear o caminho para alcançar os objetivos pretendidos. De norte a sul do país.

19 de Setembro de 2022 às 11:38
Pedro Baganha, vereador da Câmara Municipal do Porto e responsável pelo Pelouro do Urbanismo e Espaço Público
Pedro Baganha, vereador da Câmara Municipal do Porto e responsável pelo Pelouro do Urbanismo e Espaço Público
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O Pacto Ecológico Europeu apela a uma redução de 90% das emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes, para que a UE se torne uma economia com impacto neutro no clima até 2050. Portugal está em linha com o processo e, para alcançar esta mudança, há que tornar todos os modos de transporte mais sustentáveis, disponibilizar alternativas num sistema de transportes multimodal e criar os incentivos adequados para impulsionar a transição. A intervenção dos vários territórios nacionais será, em grande parte, definidora da velocidade da mudança.



Cascais, na linha da frente


“A gratuitidade dos transportes públicos para todas as pessoas que vivem ou trabalham em Cascais foi uma medida pioneira no país, e na Europa, que começa agora a ser replicada”, afirma Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais.


Com uma estratégia que atua do lado do preço, da qualidade e do conforto, como fatores indutores de uma mudança de hábitos, Cascais possui uma frota de autocarros completamente nova, com videovigilância e wi-fi, e toda a rede integrada de transportes – autocarros, bicicletas, parques, trotinetes, etc. – está incorporada numa única aplicação: a MobiCascais. Foi, também, criada uma larga rede de parques de estacionamento dissuasores, junto dos principais hubs de transportes (como as estações de comboio) e em pontos-chave, de onde os passageiros podem seguir para os nós principais.





Na linha da frente para a criação de uma rede de transportes limpa e autossustentável, Cascais está a desenvolver mais um projeto pioneiro: a aquisição de autocarros movidos a hidrogénio e a construção de uma estação de produção, armazenagem e abastecimento deste combustível.



O Porto acelera a caminho da mobilidade sustentável


De acordo com Pedro Baganha, vereador da Câmara Municipal do Porto e responsável pelo Pelouro do Urbanismo e Espaço Público, as políticas e os investimentos em execução provocarão alterações naquilo que é hoje a mobilidade das pessoas, melhorando significativamente a oferta, a eficiência e a qualidade de serviço dos transportes públicos. Através da utilização de um conjunto de terminais e interfaces estratégicos – como o Terminal Intermodal de Campanhã –, “será reforçada a articulação intermodal, de modo a assegurar uma repartição mais equilibrada da utilização dos diversos meios de transporte”.


Em simultâneo, a criação de condições para uso de modos suaves, através da gestão do estacionamento e da restrição do uso do transporte individual, visa reduzir o número de veículos na via pública.


Além de ter renovado a gratuidade dos transportes públicos até aos 18 anos, é de salientar a forte aposta numa política de transportes coesa e sustentável. Neste sentido, Pedro Baganha sublinha que “a frota a operar pela STCP é cada vez mais eficiente em termos económicos e ambientais” e, “até 2030, o município tem como objetivo atingir os 40% de descarbonização da frota da STCP”. Para já, 70% da frota municipal é elétrica ou híbrida plug-in.


O Porto participa, ainda, no projeto europeu C-Streets, no âmbito do qual está a implementar um corredor de alta qualidade para os transportes públicos numa das grandes artérias da cidade, e conta com o novo serviço Explore Porto, que permite planear viagens em autocarros da STCP, localizar táxis ou pontos de partilha dos modos suaves.



A região de Coimbra abre as portas à mudança


A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) tem desenvolvido uma ação concertada no âmbito da mobilidade sustentável. Desde a implementação de um projeto de transporte flexível a pedido (SIT FLEXI) em zonas de baixa densidade demográfica – reduzindo a quantidade de rotas fixas realizadas – até ao aumento da rede de postos de carregamento elétrico para veículos, criação de ciclovias e de estacionamento para bicicletas, sistemas para utilização pública de bicicletas ou de trotinetes e percursos pedonais que vão abrangendo toda a região. Para Emílio Torrão, presidente da CIM-RC, “estão a ser criadas condições para que os modos suaves de mobilidade se tornem o modo de transporte de eleição”.






"Estão a ser criadas condições para que os modos suaves de mobilidade se tornem o modo de transporte de eleição." Emílio Torrão, presidente da CIM-RC

Além de um concurso internacional para concessão do transporte público de passageiros com requisitos que protegem o meio ambiente, da candidatura ao Programa Operacional Centro 2020 ou da integração do projeto europeu PrimaaS (Prioritizing Low Carbon mobility Services for improving accessibility of citizens), a CIM-RC está a dotar-se dos meios necessários para a gestão integrada dos serviços de mobilidade prestados pelos operadores existentes na região, para a integração dos modos tradicionais de transporte coletivo com outros modos de transporte inovadores (bike sharing, ride sharing...) e para a respetiva informação ao público, na demanda de uma mobilidade sustentável.



CIM Viseu Dão Lafões, na senda da mobilidade sustentável


Nuno Martinho, secretário executivo da CIM VDL, assinala que se está “a implementar um projeto que irá criar mais 12 ciclovias dentro dos perímetros urbanos dos municípios, ligando escolas, edifícios públicos, centros de transportes, etc., privilegiando o uso quotidiano da bicicleta. Em simultâneo, será constituída uma rede intermunicipal de bicicletas públicas, com mais de 100 bicicletas e dezenas de estações, distribuídas pelos vários concelhos, para uso gratuito e partilhado.”





"Estamos a implementar um projeto que irá criar mais 12 ciclovias dentro dos perímetros urbanos dos municípios." Nuno Martinho, secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões

Com base no Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transporte, o mesmo refere que foi desenhado “um conjunto de ações visando a melhoria das condições de mobilidade da região”. Foi ainda criado um serviço público de transporte flexível, “Ir Vir”, que melhorou a mobilidade e aumentou o número de circuitos e ligações quotidianas oferecidas.



AMAL: a mobilidade sustentável aquece no Sul do país


António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), aponta algumas medidas e projetos em curso, ou já levados a cabo, para implementar a mobilidade sustentável na região. Desde a aplicação do PART, que reduziu em 50% a tarifa dos passes rodoviários e ferroviários, até ao alargamento e melhoria da rede de oferta do transporte rodoviário municipal local e intermunicipal, através da concessão Vamus Transportes do Algarve, a atratividade do transporte público tem vindo a aumentar significativamente.

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