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Mercado tem ainda por onde melhorar

Apesar do aumento na venda de veículos híbridos e elétricos, há ainda um longo caminho a percorrer até que estes possam ser entendidos como uma efetiva alternativa pela larga maioria dos condutores.

23 de Fevereiro de 2022 às 10:14
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No pós-pandemia, a preocupação com o ambiente tornou-se mais evidente e a mobilidade verde ganhou ainda maior peso. Na realidade, os utilizadores começam a valorizar itens que, num passado não muito distante, pouco significado tinham para eles. À boleia desta realidade, a mobilidade híbrida e elétrica ganhou nova força.

 

Luís Barroso, presidente da MOBI.E, considera que "estamos a entrar num novo ciclo, o ciclo da consolidação". Assim sendo, importa trabalhar agora numa "maior integração da mobilidade elétrica com o setor dos transportes e dos outros modos de mobilidade, como os transportes públicos, a mobilidade partilhada e a mobilidade suave, de forma a garantir um correto planeamento das necessidades e consequentemente dos investimentos na rede de carregamento para a mobilidade elétrica". Por outro lado, Luís Barroso considera ainda importante "simplificar os procedimentos de instalação, de forma a permitir acelerar o ritmo de crescimento da rede Mobi.E".  

 

Preços de venda não ajudam

Do lado da Leiribéria, os seus responsáveis consideram que um dos grandes obstáculos dos veículos elétricos é, ainda, "o preço de aquisição". Assim sendo, seria determinante contemplar "um apoio no IVA das viaturas", que acabaria por se revelar "uma ajuda para a dinamização da mobilidade elétrica".

 

Para além disso, o aumento do preço da eletricidade "põe em causa a sustentabilidade deste veículo em carregamentos", dizem ainda os mesmos responsáveis. Não menos determinante será a definição de "um incentivo ao abate de veículos antigos, criando benefícios quando se opta por veículos mais ecológicos", considerada uma opção "inteligente de apoiar e equilibrar mais rapidamente o parque circulante".

 

João Soromenho, diretor comercial da Arval, fala ainda na "melhoria de acesso a infraestruturas de carregamento, seja na via pública, seja em muitos espaços de escritório e condomínios". Outro fator determinante na dinamização do mercado seria a melhoria "do tempo de carregamento", ambos entendidos como "elementos que não têm acompanhado a capacidade e velocidade da oferta tecnológica das marcas e que deixam ainda algum desconforto para diversas pessoas e empresas em diversos tipos de utilização". João Soromenho diz, no entanto, acreditar que também aqui "existirá uma evolução considerável nos próximos anos, tanto na simplicidade de carregamento como também pela contínua evolução da autonomia elétrica das viaturas".

 

Já enquanto cliente, Olivier Establet, CEO da DPD Portugal, recorda que, "neste momento, o investimento é suportado na íntegra pelas empresas" e acredita que, com um incentivo governamental para a utilização de veículos elétricos ou híbridos, "a adesão daquelas seria muito maior, até se atentarmos aos custos inerentes ao combustível fóssil".

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