A DS Automobiles é hoje uma referência na Europa no que diz respeito a veículos elétricos ou híbridos plug-in. Em entrevista, David Correia, brand manager da DS Automobiles Portugal, dá a conhecer um pouco melhor essa área da marca francesa.
Como é que a DS olha para o mercado de mobilidade elétrica e híbrida? Qual é a vossa estratégia neste campo?
A DS tem um know-how único em matéria de eletrificação. É uma marca que está na linha da frente em sistemas de motorização elétrica, como se comprova pelos títulos de campeã de Fórmula E nas temporadas de 2019 e 2020, em que a DS impôs as suas tecnologias face a muitas marcas de renome. Isto é relevante porque a DS aproveita diretamente as tecnologias desenvolvidas nesse campeonato 100% elétrico para suportar o seu trabalho de investigação e desenvolvimento dos nossos produtos para uma mobilidade mais sustentável.
Quando anunciámos o lançamento da marca, em 2014, assumimos que a DS teria a eletrificação no centro da sua estratégia. Com efeito, desde 2019, a DS Automobiles começou a apresentar uma gama 100% eletrificada, com motorizações totalmente elétricas ou híbridas plug-in, o que designamos como gama E-TENSE. Há dois anos, a DS tornou-se na marca multienergias com as mais baixas emissões de CO2 na Europa e, em 2021, voltámos a ocupar o primeiro lugar nesse ranking. Significa que nos posicionamos como referência em matéria de CO2 e de eletrificação da gama, e este é um ponto muito importante para todos os clientes, em particular para os clientes empresariais, que gerem frotas.
Isto demonstra já a especialização bem-sucedida da DS em matéria de eletrificação, que iremos acelerar, na medida em que, a partir de 2024, cada novo modelo criado pela DS Automobiles será exclusivamente 100% elétrico.
A DS está numa estratégia de crescimento que visa oferecer aos clientes alta eficiência tecnológica, dinamismo e requinte. Note-se que a DS assenta em três pilares essenciais: "savoir-faire" francês do luxo, numa visão guiada pelo espírito "avant-garde"; produtos excecionais, para clientes que procuram expressão pessoal, design excecional e tecnologia inovadora; e serviço de referência, pensado para o dia a dia dos clientes, online e offline.
Qual é a oferta da DS nos modelos elétricos e híbridos?
A DS é uma marca em crescimento, continua a expandir-se e a enriquecer a sua gama. Dito isto, a gama eletrificada da DS já existe desde 2019 com o DS 3 CROSSBACK E-TENSE (100% elétrico) e o DS 7 CROSSBACK E-TENSE (híbrido plug-in). Estamos a duplicar a nossa oferta em Portugal com o lançamento de dois modelos marcantes, o DS 4 com versões híbridas plug-in E-TENSE, além de motorizações térmicas, e o DS 9 que propõe exclusivamente versões híbridas plug-in E-TENSE.
O DS 9 é o nosso topo de gama; um modelo híbrido plug-in que recorre à nossa tecnologia mais avançada e à maior expressão de requinte da marca, além de beneficiar das mais recentes tecnologias de segurança e de apoio à condução que tornam os modelos da gama DS tão distintos. Para este topo de gama foram selecionadas duas variantes híbridas plug-in E-TENSE, em duas versões de equipamento extremamente completo: Performance Line+ e Rivoli+.
O DS 9 E-TENSE 4x4 360 cv é a versão mais potente do modelo e da gama de automóveis da DS Automobiles. A mecânica híbrida plug-in deste quatro rodas motrizes – um motor PureTech de quatro cilindros de 200 cv, acoplado a dois motores elétricos (110 cv à frente e 113 cv atrás) – gera uma potência máxima de 360 cv. A sua autonomia máxima é de 51 km (ciclo WLTP) e o consumo de combustível e as emissões de CO2 são limitados a 1,8 litros aos 100 km e a 41 g/km.
Já o DS 9 E-TENSE 250 cv de duas rodas motrizes conta com um motor PureTech de quatro cilindros, com 200 cv, associado a um motor elétrico de 80 kW (110 cv). Este conjunto substitui a motorização de 225 cv. Uma nova bateria de 15,6 kWh (capacidade total) permite-lhe uma autonomia máxima de 67 km (ciclo WLTP) e com apenas 26 gramas de emissões de CO2 por quilómetro, estando o consumo de combustível limitado a 1,1 litros aos 100 km.
Quais as principais características do DS 4?
O DS 4 conta com versões híbridas plug-in e motores de combustão. As expectativas para este modelo são elevadas, pelo segmento em que se insere — dos familiares compactos — e pela expressão que tem em Portugal. Vem elevar o patamar do segmento e preencher um espaço até agora vazio no que diz respeito em atenção ao detalhe, de requinte e de sofisticação. Este quarto modelo da gama marca uma nova evolução do design DS, que surge aqui com um requinte inigualável, engenharia de vanguarda e tecnologias avançadas, muitas inéditas neste segmento C-Premium. É um automóvel carismático, eficiente e aerodinâmico. Assenta numa nova evolução da plataforma multienergias EMP2, com resultados positivos visíveis em matéria de desempenho. E o seu sistema híbrido, alimentado por uma bateria mais eficiente, debita 225 cv de potência e assegura 55 km de autonomia em modo puramente elétrico, e o consumo de combustível é de apenas 1,3 litros/100 km e as emissões de CO2 cifram-se em 29 g/km (ciclo WLTP). Ou seja, é um modelo que consegue associar uma silhueta e proporções únicas no segmento, a um nível de requinte e ajudas à condução inéditas, com um patamar tecnológico de topo.
E em relação ao DS 7 CROSSBACK?
Trata-se de um modelo num segmento que é muito apetecido, o dos SUV compactos, e no qual o DS 7 foi muito bem recebido, por estar particularmente bem adaptado ao nosso mercado e por responder bem às expectativas dos clientes. É um SUV profundamente tecnológico e requintado, tratado quer a nível das tecnologias, quer do requinte e do conforto como uma peça de joalharia, que oferece um bem-estar absoluto em dimensões e numa habitabilidade inédita. É flexível e potente, particularmente nas duas motorizações híbridas plug-in E-TENSE: uma versão de 225 cv e uma versão de 300 cv com tração às quatro rodas.
Já o DS 3 CROSSBACK…
Foi o primeiro modelo a surgir na gama DS, o DS 3 CROSSBACK é um dos modelos que vieram inaugurar o segmento B SUV Premium. É o veículo mais completo a nível tecnológico num segmento relativamente recente. É o nosso SUV compacto que se destaca também pelo requinte e por um poderoso estilo vanguardista. Na sua versão 100% elétrica E-TENSE, o DS 3 CROSSBACK beneficia de uma autonomia de 341 km (ciclo WLTP) e a possibilidade de recarregar a bateria até 80% em apenas 30 minutos.
Vai haver novidades na DS nesta área este ano?
Este ano, a DS Automobiles acelera particularmente a sua oferta de produtos assentes na eletrificação, com as já citadas duas novidades, o DS 4 e o DS 9, atualmente em fase de lançamento no mercado português. Dois modelos marcantes que oferecem as melhores perspetivas à marca. São ambos determinantes para uma marca premium, pelos segmentos de mercado em que se integram – o primeiro no segmento C, um dos mais representativos e de maior volume de vendas em Portugal, e o segundo no segmento D, com atributos que lhe permitem ser opção também no segmento E. Ambos vão permitir trazer novos clientes para a marca e provar que a DS oferece uma experiência diferenciada.
Quais foram os resultados da DS neste segmento em 2021?
Assente nas vendas dos dois modelos que já existiam na marca, o DS 3 CROSSBACK e o DS 7 CROSSBACK E-TENSE, a DS Automobiles teve em 2021 uma excelente prestação no mercado português premium de veículos de passageiros (VP), reforçando a sua implantação como marca e alcançando um expressivo crescimento de vendas de 27,2%, num desempenho bastante superior ao do mercado global de veículos de passageiros (+0,8%) e em total contraciclo com o mercado premium VP, que regrediu 2,3% comparativamente ao ano anterior. Estivemos no top 3 das marcas premium que registaram maiores crescimentos de vendas em 2021, em Portugal, o que considero particularmente significativo.
Com este resultado, subimos uma posição no ranking de marcas e garantimos uma quota de 1,71% no mercado premium VP. A gama E-TENSE (híbrido plug-in ou 100% elétrico) foi decisiva, tendo permitido à DS realizar uma fatia expressiva de 61% das suas vendas em versões eletrificadas (LEV), num ano em que o mix LEV do mercado premium VP se ficou pelos 20%.
Estes excelentes resultados alcançados em 2021 demonstram a validade da estratégia da marca e da excelência dos nossos produtos em termos de aceitação junto dos clientes premium portugueses, que nos põem também em lugar de destaque nas suas avaliações de qualidade em termos de serviço prestado pela nossa rede de concessionários.
Quais as expectativas para este ano?
Após o fortalecimento da marca no ano passado, o ano de 2022 será desafiante para a DS Automobiles, com a duplicação da oferta para quatro modelos, com a chegada dos novos DS 4 e DS 4 CROSS ao segmento médio e da berlina estatutária DS 9, e com o alargamento significativo da nossa rede de DS Stores em Portugal. Vamos ter uma oferta mais diversificada e fortalecida para os clientes premium e vamos estar mais próximos deles através da nossa representação em Portugal em termos de rede. As expectativas são, por isso, que a DS reforce o seu crescimento e posicionamento como marca premium em Portugal.
Quais são, no vosso entender, as grandes vantagens deste tipo de veículos?
Na nossa perspetiva de marca premium, existe, desde logo, uma premissa-chave, que é termos de proporcionar permanentemente aos nossos clientes a mobilidade e a capacidade de se deslocarem aonde desejem, inclusivamente numa perspetiva de crescentes restrições em várias cidades europeias.
Por outro lado, a sociedade no seu conjunto é chamada a desempenhar o seu papel na transição energética e na descarbonização em curso. Ao posicionar-se como a referência na Europa em matéria de CO2 e de eletrificação da gama – no mercado europeu, a DS é a marca premium multienergias com a média mais baixa de emissões de CO2 –, a DS mostra que é possível abraçar a eletrificação, transmitindo vantagens importantes aos clientes, designadamente os empresários que gerem frotas. Para uma empresa, por exemplo, a vantagem fiscal que uma viatura eletrificada tem face a uma viatura com motor de combustão é de tal forma significativa que este facto, associado a um custo de utilização inferior, torna o seu TCO (Custo Total de Utilização) mais reduzido. E este é um terceiro aspeto que quero realçar.
Por fim, a eletrificação permite-nos desenvolver produtos automóveis excecionais com desempenhos e prazer de condução assinaláveis, mantendo, contudo, emissões e consumos muito reduzidos. É disso exemplo o DS 9 E-TENSE 4x4 com uma potência de 360 cv, que deriva diretamente das tecnologias que a DS utiliza no Campeonato do Mundo de Formula E.
No âmbito da mobilidade elétrica e híbrida, como definem o mercado português? Por onde pode crescer?
Sabemos que existe uma tendência clara de crescimento das vendas de viaturas eletrificadas em detrimento das vendas de veículos de combustão. Em 2021, o crescimento das vendas de viaturas eletrificadas foi de 46% face a 2020, enquanto o mercado automóvel na sua globalidade estagnou. Inclusivamente em 2021, pela primeira vez no mercado português, comercializou-se um maior número de viaturas LEV do que, por exemplo, viaturas a diesel ou veículos comerciais ligeiros. O mercado está a transformar-se em direção à eletrificação, no entanto, o ritmo a que está a fazê-lo não é o suficiente. O crescimento passa por se atuar em todo o ecossistema de mobilidade e por estimular a adoção das viaturas de baixas emissões.
O que pode ser feito, em termos legislativos e de apoio, para dinamizar este mercado?
Esta é uma questão particularmente importante e que continua "em cima da mesa". Portugal tem um dos parques de veículos mais envelhecido da Europa e é necessário ajudar os clientes e as empresas a renovarem as suas frotas. Ao ritmo atual de crescimento levaria mais de 100 anos para renovar este parque por automóveis LEV. Pelo lado do produto e da tecnologia, como vemos, estamos a fazer a nossa parte. A DS tem 100% da nossa gama eletrificada, pertencemos ao Grupo Stellantis, que é já um ator de referência com mais de 40 modelos LEV, e estamos totalmente comprometidos com a transição energética, mas são necessárias infraestruturas e incentivos para acelerar este processo, algo que o novo Governo terá a possibilidade de fazer, seja através do Fundo Ambiental ou de políticas específicas.