As universidades conseguiram adaptar-se da melhor forma à passagem para o ensino digital ou híbrido, por força da pandemia. Clara Raposo, presidente do ISEG – Lisbon School of Economics and Management, Universidade de Lisboa, refere que a academia teve a possibilidade de se "reinventar e manter atividade, ainda que com recurso a um formato de ensino distinto".
"No ISEG encarámos mesmo a pandemia como uma oportunidade para experimentar coisas novas. Parar é que não foi opção! Demonstrámos que estamos bem preparados para ensinar e aprender à distância, com novas tecnologias e metodologias, e de o fazer com grande qualidade."
Clara Raposo acredita mesmo que a longo prazo esta experiência acabará por melhorar a eficácia do ISEG a dois níveis, quer no ensino online quer até no ensino presencial. "Aprendemos a desenvolver novas e mais soluções de ensino e a fazer melhor aquilo que já conhecíamos. No online vamos sendo mais criativos e no presencial mais emotivos. Vivemos um momento coletivo especial e temos de saber dar resposta às necessidades do mercado e dos estudantes, que formamos como profissionais e como pessoas", diz.
Les Roches
Quanto a Pedro Martins, educational counselor Portugal da Les Roches, faz um balanço "muito positivo" do ensino remoto. Reconhece que de início foi difícil para os alunos, habituados a um dia a dia dinâmico no campus, com rotação por diferentes áreas operacionais da escola, como restaurantes, cozinhas, aulas práticas e teóricas, entrevistas com grupos hoteleiros para os estágios e não só.
Hoje, porém, pode dizer que "foi um êxito, com excelentes resultados académicos e aproveitamento de todo este ano". "No dia 26 de fevereiro celebrámos mais uma cerimónia de graduação e os jovens talentos estão preparados para abraçar as oportunidades da indústria hoteleira internacional", assegura.
Católica Porto Business School
Já Gonçalo Faria, associate dean for Executive Education da Católica Porto Business School, faz uma "apreciação positiva" do ensino digital e híbrido, aproveitando para recordar que a inovação e a capacidade de adaptação à mudança têm sido historicamente características estruturantes da escola. "Efetuámos no ano de 2020 significativos investimentos em infraestruturas tecnológicas, de forma a garantir aos nossos alunos a excelência da sua experiência connosco, independentemente do formato. Olhando para trás, penso ser justo reconhecer que a nossa comunidade (alunos e docentes) se adaptou bem, num espaço de tempo muito curto, a uma nova realidade."
ISAG
Por sua vez Elvira Vieira, Diretora Geral do ISAG – European Business School, diz que a transição digital dos tradicionais modelos de ensino da sua Escola foi iniciada há cinco anos, pelo que a pandemia só acelerou esse processo. "A adaptação dos nossos estudantes e docentes ocorreu, por isso, de forma tranquila e positiva, sendo que o bom feedback que recebemos nos permitiu evoluir para a criação de formatos 100% digitais. Esta renovada oferta tem registado boa aceitação pelas novas gerações, nativas digitais, mas também por profissionais ativos que encontraram uma resposta mais ajustada às suas necessidades".