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Tejo, o eterno espectador e testemunha de Lisboa

Desde a gastronomia aos barcos tradicionais, desde a sardinha ao seu porto, tudo envolvido num fado sentido, o Tejo será sempre a principal testemunha de uma Lisboa em movimento e em transformação.

18 de Janeiro de 2022 às 11:12
Miradouro no Pilar 7, ponte 25 de abril
Miradouro no Pilar 7, ponte 25 de abril
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"Chama-lhe marinheiro sem rumo nem rota, sempre atrás das asas de alguma gaivota, ele numa onda atira-lhe um beijo e assim namoram, Lisboa e o Tejo". O fado, eternizado por Maria da Fé, devolve o rio à cidade e torna-o num espetador e a principal testemunha do seu desenvolvimento. Desde a Exposição do Mundo Português, em 1940, que Lisboa e as suas margens refazem o seu contacto com o rio, hoje um claro elemento de união entre margens tão distintas mas tão claras na sua complementaridade.


O rio Tejo, um dos principais da Península Ibérica, sempre desempenhou um papel crucial ao longo da história no incentivo ao crescimento da região. Lisboa é, também disso, espetadora privilegiada, aproveitando-se deste elemento como fator de coesão entre as suas gentes e um dos maiores estandartes quando apresentada aos turistas.




Valências do Tejo

São múltiplas as identidades que o rio confere às cidades por onde passa, desde Toledo, em Espanha, a Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal, Almada ou Lisboa, onde o seu estuário é atravessado pelas pontes 25 de Abril – uma das maiores pontes suspensas da Europa, que liga a capital a Almada – e a Ponte Vasco da Gama, de cerca de 17 km de comprimento. Identidades que se degustam, em forma de gastronomia, desde logo na sardinha assada que ganha em Lisboa um protagonismo especial nas festas dos Santos Populares.


Identidades que se cruzam nas tradicionais embarcações do Tejo ou no seu porto. Hoje só é possível pensar em cidades portuárias que vivam da sinergia gerada pela interação das duas partes: um porto ativo e uma cidade dinâmica, num diálogo constante e de comunicação regular. São onze os municípios que fazem fronteira com o porto de Lisboa: Oeiras, Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira, Benavente, Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal e Almada. É esta característica de realidades municipais diversas, dentro da área metropolitana de Lisboa, que confere a Lisboa e ao seu porto originalidade perante outros casos de cidades portuárias no mundo. Aliás, o porto vai estando atento às necessidades dos cidadãos e tem ativamente colaborado em apoiar as vertentes do usufruto do rio, dos jardins e das vias numa aposta sustentável de coabitação sustentável.


A renovada Estação Sul e Sueste

O rio adapta-se às suas margens da mesma forma que as cidades se renovam para o acolher. Um claro exemplo disso é a reabilitada estação fluvial Sul Sueste, agora com condições únicas para a atividade marítimo-turística, o transporte fluvial entre as duas margens, novos espaços de lazer, esplanadas e um centro de promoção do rio. Uma reabilitação que envolveu o investimento de 30 milhões de euros, 75% dos quais provenientes das taxas turísticas e os restantes 25% de verbas asseguradas pela Associação Turismo de Lisboa (ATL).


O projeto, executado pela ATL, por incumbência da Câmara Municipal de Lisboa (CML), integra várias iniciativas, todas elas interligadas, nomeadamente a reconstrução do Muro das Namoradeiras, a retirada do aterro do Cais das Colunas, a reabilitação e equipamento da Estação Sul e Sueste, a criação do Centro Tejo, a reabilitação da Doca da Marinha com quiosques, esplanadas e uma obra artística de Julião Sarmento, bem como a instalação das embarcações tradicionais do Tejo. Faz ainda parte desta renovação o Centro Interpretativo da História do Bacalhau, localizado no Torreão Nascente do Terreiro do Paço.

Nesta valorização cultural, patrimonial e identitária de Lisboa, o Tejo reforça o seu papel como elemento de união das duas margens do rio e dos ativos culturais e turísticos dos vários municípios da região, dinamizando também o comércio, a restauração e as atividades culturais e de animação da Baixa de Lisboa e do Centro Histórico.


Doca da Marinha abre pela primeira vez ao público

A reabilitação da Doca da Marinha, aberta o ano passado ao público pela primeira vez na sua história, tornou-se um espaço aberto para fruição de todos, com ciclovia, arborizado, com quiosques e esplanadas, áreas de lazer e lugar para eventos culturais, incluindo um vasto relvado, recebendo ainda pontões flutuantes para acolher embarcações tradicionais. Este é um projeto da autoria do arquiteto João Luís Carrilho da Graça, onde os peões e as vistas sobre a cidade e o rio recuperam prioridade face ao automóvel.


A primeira referência a embarcações tradicionais do Tejo foi feita por Estrabão, no século I AC, sendo que em 1820 existiam 2200 embarcações a circular no Estuário que, mais tarde, estiveram em risco de extinção com a diminuição do tráfego fluvial. Com o apoio da Marinha do Tejo, este património é agora valorizado, através da instalação de 25 embarcações tradicionais que rematam com a sua beleza o usufruto e movimento na Doca da Marinha e disponibilizam um diversificado leque de passeios no Tejo.

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