João Mota Lopes | O sistema de informação da Segurança Social é utilizado diariamente por mais de 12 mil funcionários.
O combate à fraude e à fuga ao pagamento de prestações e contribuições sociais estão nas prioridades de acção do Instituto de Informática da Segurança Social e, a par da conquista de maior eficiência, têm orientado os esforços de modernização das infra-estruturas e aplicações usadas para operar este sector do Estado.
"Tem sido orientação estratégica do actual conselho directivo prosseguir uma linha de modernização das infra-estruturas e aplicações de suporte às várias áreas da actuação da Segurança Social, com vista à melhoria de eficiência operacional e redução de custo", explica João Mota Lopes, vogal do conselho directivo.
Cabe ao Instituto monitorizar o sistema de informação que todos os dias é utilizado por mais de 12 mil funcionários da Segurança Social, gerir e processar os mais de 11 milhões de remunerações e pagamentos de prestações feitos todos os meses, desenvolver e gerir as aplicações usadas neste universo de acção do Estado.
Simplificar estas tarefas tem sido a missão dos últimos anos e cobre várias frentes. Um dos vectores mais importantes é a optimização de recursos, outro a modernização do posto de trabalho, assume o vogal do conselho directivo.
Os grandes númerosda consolidação
Até final do ano, o Instituto terá consolidado uma estrutura de 600 servidores, espalhados por todo o país, numa operação coordenada a partir de dois centros de dados em Lisboa e em Viseu.
O projecto é ambicioso e não pretende apenas consolidar máquinas físicas em máquinas virtuais. Também prevê a consolidação de toda a infra-estrutura de Microsoft Exchange espalhada pelos vários distritos em centros principais e a consolidação dos mais de 300 servidores de AD (Active Directory) distribuídos pelo país.
Em resultado, a complexidade da operação será reduzida e fica garantida uma gestão mais centralizada da informação, melhorando a qualidade do serviço prestado e potenciando novas melhorias, sublinha João Mota Lopes.
O trabalho de bastidores é uma das peças-chave para operacionalizar uma plataforma de combate à fraude que, recorrendo a modelos analíticos, pretende ir cada vez mais longe na detecção de padrões de comportamento que indiciem risco de utilização indevida de prestações sociais ou fugas ao pagamento. Pretende-se automatizar a detecção de situações de incumprimento e afinar a capacidade de cruzar informação, fazendo-o em fases cada vez mais precoces e de forma cada vez mais interligada com outros serviços da Administração Pública, como a Autoridade Tributária ou a Autoridade para as Condições de Trabalho, entre outros. As tecnologias de Big Data já começaram a ser exploradas.
Outra missão da mesma tarefa é garantir que quem está no terreno, fiscais e assistentes da segurança social, ou representantes de outras entidades públicas com acesso à informação nas bases de dados da segurança social, possam ter acesso integrado às várias aplicações de negócio a partir de qualquer local. O projecto de modernização do posto de trabalho que o Instituto de Informática também conduz neste momento insere-se aí e permite levar o sistema de informação para a rua e responder a qualquer necessidade de informação no momento.
"Há muitas situações em que somos nós a ir ao terreno e em que é importante ter um conjunto de ferramentas que garantam as mesmas condições de trabalho que existem em ambiente de escritório", sublinha João Mota Lopes. "Esta é por isso outra das nossas grandes áreas de foco - a criação de condições de mobilidade a todos os utilizadores da segurança social. Pretende-se que tenham mais produtividade em postos de trabalho mais modernos, com todas as condições de mobilidade", acrescenta o responsável.
Renovação tecnológica acelera mudanças
Uma parceria estratégica com a Microsoft, assinada já este ano pelo Instituto de Informática da Segurança Social, acelerou a transição para versões mais modernas de um conjunto de soluções da fabricante que introduziram maiores capacidades de mobilidade e garantiram o suporte necessário para intensificar o trabalho dos técnicos no terreno, com informação em tempo real. No projecto de Modernização do Posto de Trabalho Padrão assumem destaque tecnologias como o Windows 8.1 e o Office 2013, no ambiente de trabalho dos utilizadores, o Microsoft Direct Access, no acesso remoto e seguro a dados, ou o Bitlocker para a segurança integrada de todo o ambiente de trabalho.