A fusão realizada a 3 de maio de 2018 entre as duas associações do setor – a APEQ, associação empresarial cujas origens remontam a um grémio criado em 1963, e a AIPQR, associação gestora de cluster – deu origem à APQuímica. Esta, explique-se, é a associação empresarial de referência para o setor da indústria química. É ainda a entidade gestora do Cluster de Competitividade da Petroquímica, Química Industrial e Refinação – um dos 20 Clusters de Competitividade reconhecidos pelo IAPMEI e financiados pelo PT2020.
O objetivo da APQuímica é contribuir para a evolução sustentável das atividades dos seus associados, bem como para o reforço da sua competitividade, e para a melhoria contínua das suas práticas.
A APQuímica integra atualmente "mais de 60 associados, dos quais 39 são empresas industriais, sendo os restantes universidades, centros de I&DT e start-ups, e outras entidades públicas ou privadas com atividade relevante ao longo da sua cadeia de valor", explica Luís Araújo, diretor-geral da APQuímica.
O responsável da associação pinta um retrato de estabilidade do setor que "resistiu bem à crise do início do decénio, compensando a redução do mercado interno com o aumento das exportações". Atualmente, prossegue, a situação pode considerar-se "estável", ainda que nos últimos anos o investimento em novas unidades produtivas "tenha sido reduzido".
Pedida uma análise SWOT à indústria química nacional (ver quadro em baixo), Luís Araújo identifica como pontos fortes a localização do porto de Sines, as competências dos profissionais portugueses sem custos elevados, entre outros. Nos pontos fracos, recorda as falhas de integração nas cadeias de valor, o custo da energia e não só.
Análise SWOT à indústria química nacional
Pontos fortes:
Potencial logístico resultante da localização da sua costa e da existência dum porto com as características de Sines;
Disponibilidade de competências a diferentes níveis de formação, a custos moderados;
Universidades com boas competências na área da engenharia química, e com relações bem estabelecidas com o setor;
Existência de um setor ligado à floresta competitivo e bem integrado, proporcionando um mercado interno estável a diferentes produtos ligados à química.
Pontos fracos:
Falhas de integração nas cadeias de valor, principalmente relevantes em produtos intermédios e em especialidades;
Energia cara nas suas diversas formas (energia elétrica com custo acima dos referenciais europeus para indústrias semelhantes e gás natural com custos muito acima dos verificados noutras regiões do globo, nomeadamente EUA e Médio Oriente);
Ausência de grupos de dimensão internacional sediados em Portugal, com progressiva transferência dos centros de decisão para outros países, e empresas nacionais na sua maioria pouco capitalizadas.