A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos defende a rápida adoção dos veículos elétricos, privilegiando os 100% elétricos, a partir do momento em que já oferecem características, incluindo autonomias, perfeitamente ajustadas às necessidades dos portugueses e da grande maioria das empresas. "Os veículos elétricos ligeiros de mercadorias fazem parte dos veículos mais indicados para as frotas comerciais das empresas se eletrificarem, especialmente as empresas de distribuição nas grandes áreas metropolitanas, pois permitem o seu uso em ambiente urbano e numa área geográfica limitada", afirma Henrique Sánchez, presidente do Conselho Diretivo da UVE.
Para a UVE, são disso exemplo as frotas de diversas empresas públicas e privadas de grandes empresas de distribuição, de pequenos negócios particulares, de entidades públicas e das autarquias. Neste contexto, Henrique Sánchez salienta que estes "são veículos com um custo de utilização muito baixo e que já apresentam autonomias reais condizentes com a sua utilização". "A sua utilização em meio urbano facilita a regeneração na travagem e na desaceleração, o que permite a produção de eletricidade gratuita que será armazenada na própria bateria da viatura elétrica", informa.
Vantagens económicas e vendas que crescem
Segundo os dados mais recentes, pela primeira vez em Portugal foram vendidos mais ligeiros de passageiros 100% elétricos do que ligeiros de passageiros a gasóleo, "algo absolutamente impensável há poucos anos" aponta este responsável. Já no mês de março deste ano o conjunto dos veículos elétricos alimentados a bateria, dos híbridos recarregáveis e dos híbridos convencionais, com uma quota de mercado de 46.4% ultrapassaram os veículos com motores a gasolina que registaram uma quota de mercado de 40.2%. Outra marca muito interessante e que revela o aumento significativo das vendas dos veículos elétricos.
Apesar de a oferta dos ligeiros de mercadorias 100% elétricos ter vindo a aumentar, a UVE estima que a oferta atual ainda não satisfaz a enorme procura que se tem verificado nos últimos meses. Esta procura tem sido encorajada por diversos estudos comparativos entre tipos de motorização e tipologias de veículos que, conforme o perfil de utilização das empresas, mostram que os veículos elétricos já são mais competitivos na grande maioria dos segmentos do mercado automóvel.
Produção em Portugal vai aumentar vendas
Neste contexto da necessidade de aumentar da oferta de veículos elétricos, a UVE considera que é de saudar o recente anúncio da Stellantis Portugal que anunciou o início da produção de veículos elétricos ligeiros de mercadorias das suas marcas, Citroen, Peugeot, Opel e Fiat, na sua fábrica de Mangualde. A partir do início de 2025 serão fabricadas 50 mil unidades/ano dos modelos, Citroën ë-berlingo, Peugeot e-Partner, Opel Combo-e e Fiat e-Doblò. "A produção desta tipologia de veículos que ainda apresentam uma oferta inferior à procura atual, vêm também incentivar a produção automóvel nacional e criar novos postos de trabalho em áreas que se apresentam com um enorme potencial de crescimento", considera Henrique Sanchez.
Neste contexto, e em cada caso, como é que uma empresa pode determinar se um veículo elétrico e híbrido é a melhor opção para si ou para o seu negócio? Para o presidente da UVE, "sabendo de antemão quais os custos que tem atualmente com a sua frota com motores de combustão interna e compará-los com os previsíveis custos que terão com uma frota elétrica". Depois, prossegue, "contabilizando os incentivos à aquisição, os benefícios fiscais existentes, o custo da eletricidade que a própria empresa tem, a poupança na manutenção dos veículos elétricos, a isenção ou descontos no estacionamento público, os descontos nalgumas portagens (pontes Vasco da Gama e 25 de abril), e a produção de eletricidade através da travagem regenerativa". Para Henrique Sánchez, "tudo contabilizado as poupanças serão significativas utilizando uma frota elétrica".
Na sua opinião, "os veículos elétricos vão triunfar porque são melhores, muito melhores, que os equivalentes com motores de combustão interna, são mais eficientes – necessitam de menos energia para percorrer a mesma distância –, são mais económicos no custo total de utilização, não emitem gases com efeito de estufa (GEE) e têm um desempenho superior aos equivalentes com motores térmicos, mas, ainda mais importante, são uma peça fundamental no combate às alterações climáticas".