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Frotas eléctricas: poupa-se na energia e no ambiente

Em 2016 foram vendidos 756 novos veículos totalmente eléctricos no mercado português. O cenário ainda não é fantástico, mas a tendência aponta para o crescimento.

26 de Maio de 2017 às 16:48

Viver num mundo em que as estradas são percorridas acima de tudo por veículos eléctricos já não é uma miragem. Também ainda não é uma realidade generalizada, mas aos poucos o interesse pelos carros movidos a energia eléctrica está a aumentar.

 

Na Noruega, por exemplo, só em Janeiro deste ano os veículos eléctricos representaram 37% do total de carros vendidos, sendo que no país nórdico já existem mais de 100 mil veículos deste género nas estradas. A Noruega acaba por ser um exemplo especial pois é de longe um dos países onde os veículos eléctricos têm uma maior taxa de penetração, a rondar os 5%.

 

Em Portugal, o panorama dos veículos eléctricos está a evoluir, ainda que esteja numa realidade de desenvolvimento muito distinta. De acordo com dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em 2016, foram vendidos 756 novos veículos totalmente eléctricos no mercado português – sem contar com os carros importados. O valor não representa sequer 1% das vendas totais de veículos ligeiros de passageiros registados no ano passado, mas mostra ainda assim um aumento de 17,2% em comparação com as vendas de veículos eléctricos de 2015.

 

De acordo com valores da Associação de Utilizadores de Veículos Eléctricos, estima-se que existam em Portugal perto de 4.200 veículos movidos a energia eléctrica – entre veículos totalmente eléctricos e veículos híbridos.

 

Dado o grande volume de carros que existem – perto de dois mil milhões em todo o mundo –, as mudanças que têm sido operadas pela introdução de mais veículos eléctricos nem sempre são imediatamente notórias. Mas a verdade é que, por cada carro eléctrico que chega às estradas, está a ser feita uma contribuição para um mundo menos poluído.

 

Seja para utilização pessoal, seja para uma utilização profissional, a questão ambiental é sem dúvida um dos aspectos mais valorizados nos "carros verdes". A substituição dos motores de combustão por motores eléctricos permite reduzir de forma significativa os níveis de emissão de poluentes.

 

Um exemplo: no ano passado Portugal foi o país escolhido pela Uber para um teste de integração de veículos eléctricos no seu serviço. Em apenas três meses foi possível reduzir em 20 toneladas as emissões de CO2 que teriam sido feitas por veículos equivalentes movidos a combustíveis fósseis.

 

Ser amigo do ambiente é um aspecto que contribui para uma maior participação de responsabilidade social no caso das empresas, o que pode traduzir-se depois numa imagem institucional mais positiva junto dos seus clientes ou junto de potenciais novos utilizadores.

Mas há mais motivos que ajudam a justificar por que razão cada vez mais os carros eléctricos estão a posicionar-se como uma escolha para quem procura soluções de mobilidade.

 

O baixo investimento que é feito no abastecimento dos veículos eléctricos a longo prazo pode acabar por representar uma poupança muito significativa nas despesas totais com o veículo, algo que sendo apetecível para as utilizações pessoais, é especialmente interessante do ponto de vista das empresas que precisam de gerir uma frota de veículos.

 

Autonomia prepara-se para grandes viagens

A evolução tecnológica registada nos últimos anos tem permitido suprimir aquela que era uma das grandes lacunas apontadas aos veículos eléctricos: a questão da autonomia. Os modelos mais recentes apresentados pelas marcas já apresentam níveis de autonomia consideráveis – entre os 150 e os 300 quilómetros – e que são suficientes para deslocações de médio alcance.

 

Esta evolução, aliada à expansão da rede de postos de carregamento eléctrico, já garante também outras condições nas deslocações de médio e de longo curso. Apesar da expansão que a rede tem conhecido em Portugal, fazer grandes deslocações em veículos eléctricos ainda envolve algum planeamento sobretudo se o objectivo for realizar a viagem num curto espaço de tempo – neste caso é preciso considerar o "abastecimento" em postos de carregamento eléctrico rápido.

 

Nos postos de carregamento rápido, é possível recuperar 80% da autonomia dos veículos em 20 a 30 minutos. Nos restantes postos de carregamento podem ser necessárias várias horas até que a bateria fique totalmente carregada. Na A1, que liga as cidades do Porto e Lisboa, existem dez postos de carregamento rápido, cinco em cada sentido de rodagem, nas seguintes estações de serviço: Antuã, Pombal, Leiria, Santarém e Aveiras.

 

Actualmente existem perto de 500 postos de abastecimento em Portugal que são pertencentes à rede Mobi.E e que por enquanto ainda são gratuitos – os planos do Governo são de que até ao final do primeiro semestre passem a ser pagos. Mesmo com esta mudança à vista, a questão do valor gasto no abastecimento dos veículos eléctricos é outro dos pontos a favor deste segmento.

Um abastecimento de 30 minutos em postos de carregamento rápido poderá custar entre 1,5 a três euros, dependendo do operador responsável. Ou seja, consoante as características do veículo e também das condições de condução, percorrer cerca de 200 quilómetros pode custar menos do que uma refeição diária.

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