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Valorizar património para dinamizar a economia do turismo

A região Centro é rica em património histórico classificado pela UNESCO. Os fundos do Centro 2020 têm sido um instrumento importante para potenciar essa herança e desenvolver novas estratégias de aproximação à cultura.

09 de Setembro de 2019 às 06:50
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Promover a valorização do património cultural e afirmar a região como um destino turístico de excelência está entre as prioridades de ação do Programa Centro 2020, que já ajudou a pôr no terreno vários projetos. Por diferentes vias, são um contributo para envolver os residentes com a herança e o património histórico da região e torná-la um pretexto para novas experiências culturais. Ao mesmo tempo agem para reforçar o posicionamento do Centro do país como destino para os turistas que procuram diversificar pontos de interesse e descobrir novas geografias em Portugal.

 

Investimento na proteção, valorização, conservação e promoção do património cultural

O Centro 2020 aprovou 37 projetos de proteção, valorização, conservação e promoção do património histórico e cultural com elevado interesse turístico, nomeadamente património classificado de âmbito nacional, envolvendo um investimento total de cerca de 20,5 milhões de euros, e um apoio de fundos europeus de 13 milhões de euros. Dos 37 projetos apoiados, 35 são de iniciativa municipal e 2 de entidades do Ministério da Cultura.

 

Atrair turistas

Os Lugares Património Mundial do Centro e o projeto Ópera no Património são dois exemplos. O primeiro – Lugares Património Mundial do Centro – põe em destaque os conjuntos patrimoniais da região classificados como Património da Humanidade da UNESCO.

Ao ligar um conjunto de referências turísticas da região, o projeto criou um produto turístico integrado que, além de ter como objetivo valorizar cada um dos elementos que o compõem, foi pensado para maximizar o potencial dos monumentos mais visitados da região, reforçando a sua capacidade de atrair turismo, mas também a pensar no fomento de novos projetos e novos negócios.

O roteiro cultural tem ambições de inspirar novos projetos regionais e criar oportunidades para os que já existem, na área da cultura e noutras (gastronomia e natureza, por exemplo), tornando mais rica a experiência de quem visita a região e aumentando a estada média dos visitantes, como assumem os promotores.

 

Trazer novos públicos para a cultura

Nas iniciativas que a região viu nascer no âmbito do Centro 2020, o Ópera no Património é um roteiro artístico-cultural, que teve a primeira edição em 2017, repetiu-se em 2018 e volta a animar seis concelhos este ano. Batalha, Coimbra, Leiria, Viseu, Pinhel e Vila Nova de Foz Côa são municípios envolvidos, que contam ainda com o apoio da Universidade de Coimbra e uma forte dinâmica de ligação a escolas e outras instituições públicas.

Fazem parte deste roteiro 91 apresentações, entre elas incluem-se ópera em versão cénica, ópera em versão de concerto, música coral sinfónica, música de câmara e um conjunto de outras iniciativas, como sessões didático-pedagógicas, conferências, ou master classes.

A ideia é diversificar argumentos para levar as populações a descobrirem o património da região, usando a música como ferramenta central e criando espetáculos de dimensão cénica, com cantores, bailarinos, técnicos de cena e equipas criativas a interpretarem obras de referência na história da música.

 

Enriquecimento cultural

A música é o mote principal, mas não é o único, porque a par da agenda musical – e em articulação com esta – são organizadas visitas guiadas e palestras, a tirar partido das características dos espaços que acolhem os eventos. Também aqui, os monumentos classificados pela UNESCO têm lugar de destaque, embora os eventos se estendam por um conjunto mais alargado de espaços e sejam desenhados para servir diferentes propósitos.

O objetivo desta Ópera no Património não é só o de aproximar do património e de uma oferta cultural que nem sempre está acessível a todos os públicos novas propostas. Pretende-se também criar oportunidades de enriquecimento cultural para jovens artistas em áreas com oportunidades menos abundantes fora dos grandes centros urbanos.

O projeto tem sido estendido às escolas dos concelhos envolvidos e nos últimos dois anos levou o contacto com a ópera a milhares de crianças.

À descoberta das jóias da UNESCO

O Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha e a Universidade de Coimbra - Alta e Sofia são os monumentos classificados como Património Mundial da UNESCO na região Centro, que fazem agora parte de uma rede estruturada, criada e dinamizada no âmbito do projeto aprovado ao abrigo do Programa Centro 2020.
Pedro Machado, Presidente da Turismo Centro Portugal, refere que a iniciativa garantiu um financiamento de dois milhões de euros para agir em cinco eixos principais: serviço educativo; programação cultural em rede; hospitalidade turística; envolvimento da comunidade e comunicação. "Os Lugares Património da Humanidade têm um valor universal e o Centro de Portugal tem a sorte de ter quatro, de valor inestimável, no seu território", diz Pedro Machado, acrescentando que existem vários roteiros, que juntaram aos lugares classificados pela UNESCO outros pontos de atração nas zonas envolventes. No site do projeto e nos postos de turismo da região Centro, estão disponíveis estes roteiros de três dias em cada um dos destinos com monumentos classificados. As intervenções físicas, ao nível da proteção e conservação do Património Mundial UNESCO, foram apoiadas pelo Centro 2020, envolvendo um investimento total de 8,5 milhões de euros, com 5,6 milhões de euros de fundos europeus.

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