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Formação de Executivos Maio 2019
Notícia

O que procura o mercado?

As competências técnicas estão longe de ser o único fator de diferenciação na hora de recrutar, mas a predisposição para algumas áreas ajuda.

23 de Maio de 2019 às 14:52
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Os estudos mostram que a dinâmica no mercado de emprego, num conjunto alargado de áreas, está nos níveis mais elevados dos últimos anos e também revelam que a transformação digital dos negócios está a deixar posições em aberto, por falta de recursos adequados para as preencher. Mostram ainda que enquanto as competências técnicas mais requisitadas se vão moldando ao ritmo das tendências, as chamadas soft skills têm um peso cada vez maior nas decisões das empresas e na forma como gerem o seu talento, dados que os especialistas em recrutamento confirmam.

 

  

"As empresas estão cada vez mais à procura de executivos que estejam recetivos à mudança, à integração e conhecimento das novas ferramentas tecnológicas, a priorizar o desenvolvimento das novas gerações, a capacidade de tomar decisões e com uma enorme capacidade de liderança", garante Carlos Maia, diretor regional da Hays Portugal.

Tornou-se essencial que os executivos "tenham uma predisposição inata para as novas tecnologias e capacidade para liderar na era da transformação digital. Com os avanços tecnológicos é essencial que as suas aptidões acompanhem também esta evolução",  acrescenta o responsável.

 

 

Capacidade para correr riscos e tomar decisões rápidas é premiada

 

 

"A par das competências técnicas, as ditas soft skills continuam a revelar-se como essenciais e no topo das mais procuradas", confirma Catarina João Morgado. "No contexto atual, o conhecimento técnico tem de andar de mãos dadas com a capacidade de resolução de problemas, a adaptabilidade, a colaboração e a liderança, entre outras, para garantir o sucesso de qualquer profissional, continua a responsável pela PwC’s Academy em Portugal.

 

 

A liderar os seus negócios, as empresas querem ter quem saiba atuar no momento exato, perceber os desafios do negócio e contorná-los. Querem líderes com capacidade para motivar equipas, transmitir valores e incentivar a autonomia, características que se tornaram chave para reter as gerações de talento que estão a entrar no mercado de trabalho. "Estas gerações precisam de ver os seus líderes como mentores, alguém em quem poderão confiar, admirar e adotar o mesmo estilo de trabalho", sublinha Carlos Maia.

 

 

Numa frase, a "liderança, a comunicação, o trabalho em equipa, a orientação para os resultados, a resiliência e, em algumas culturas empresariais, a criatividade e a inovação" continuam a fazer a diferença, remata Carlos Sezões, partner da Stanton Chase, multinacional especializada no recrutamento de executivos.

 

 

Algumas destas aptidões têm muito de inato, mas podem ser potenciadas através da formação e muitas empresas começam a ter um papel ativo no seu desenvolvimento, financiando a formação dos colaboradores ou integrando o coaching no pacote de benefícios, como sublinha Carlos Maia. Quem quiser investir por conta própria, também não faltam opções, integradas em programas de âmbito mais lato, ou especificamente orientadas aos temas da liderança.


O valor acrescentado está na diferenciação humanos vs. Máquinas

 

A transformação digital dos negócios e a automatização de processos vai eliminar milhares de postos de trabalho nos próximos anos. Os números são conhecidos. Também se sabe que serão criados tantos ou mais empregos, muitos deles novos, graças ao mesmo fenómeno. A questão que vale a pena colocar é por isso saber como se podem começar a preparar já hoje as competências que tenderão a criar mais valor no futuro.

 

     

Marco Gomes, principal na Mercer Jason, responsável por produtos e parcerias, explica que "as competências de futuro estão muito ligadas ao que as funções de futuro nos vão exigir, ou seja, muito mais maturidade cognitiva (pensamento crítico e criativo) e empatia". Com a tecnologia a assumir um papel cada vez mais central na vida das empresas e a tomar conta das funções rotineiras e de menor valor acrescentado, "torna-se urgente desenvolver cada vez mais as competências que são únicas no ser humano" e que podem potenciar o uso de tecnologias como a inteligência artificial.

 

 

Esta é uma tarefa das empresas, mas também de cada profissional, individualmente, defende o responsável. "É muito importante que as empresas assumam um papel crítico no suporte ao desenvolvimento dos seus colaboradores, seja ao nível de re-skilling ou upskilling nas funções, mas que as pessoas tenham também em mente que é prioritário focarem-se no seu desenvolvimento e aprendizagem constante."

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