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Relatório mostra atraso no desenvolvimento sustentável das empresas em Portugal

Empresas portuguesas estão sensibilizadas para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, mas a maioria não consegue articular um business case. Faltam conhecimento e recursos, em especial nas PME, conclui estudo de Observatório da Católica.

11 de Maio de 2023 às 17:08
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O Observatório dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas empresas portuguesas é um projeto de investigação do Center for Responsible Business & Leadership na Católica-Lisbon, e que visa monitorizar e acelerar a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas em Portugal através do acompanhamento de um grupo de 60 Grandes Empresas e 100 PME.

 

O projeto tem três objetivos principais: promover um conhecimento claro do envolvimento das empresas portuguesas com os ODS; apresentar e divulgar boas práticas na implementação dos ODS no núcleo do negócio empresarial; e estimular, junto do tecido empresarial português, o conhecimento dos ODS e o reconhecimento do contributo essencial das empresas para a Agenda 2030. O principal resultado do Observatório é um relatório anual que avalia a forma como as grandes empresas e as PME percecionam e incorporam os ODS nas suas estratégias.

 

Primeiro relatório apresentado em outubro de 2022

O primeiro relatório do Observatório foi apresentado em outubro de 2022 e o segundo está previsto para outubro de 2023. Segundo Nuno Moreira da Cruz, diretor executivo do centro, "o estudo permite compreender, monitorizar e promover a adoção dos ODS pelas empresas portuguesas, com o intuito de alavancar a sua capacidade, eficiência e potencial contributo para a Agenda do Desenvolvimento Sustentável". E o que revelou este primeiro relatório? Em primeiro lugar, que as empresas em Portugal estão bastante sensibilizadas para o tema da sustentabilidade e reconhecem a sua importância. Segundo o estudo, 95% das grandes empresas e 77,7% das PME veem a sustentabilidade como uma oportunidade estratégica, num contexto em que 90% das maiores empresas e 65% das PME descrevem a estratégia geral da sua empresa como sendo a criação de valor para todos os seus "stakeholders".

 

Porém, observa Nuno Moreira da Cruz, "existe ainda dificuldade em associar a sustentabilidade a uma oportunidade de negócio". Segundo o relatório, 84,9% das grandes empresas e a maioria das PME (58,3%) vê os ODS como uma oportunidade de negócio. "No entanto, um terço das empresas considera a falta de um business case uma barreira para a operacionalização dos ODS", refere o responsável. "No que toca à implementação dos ODS, as barreiras prendem-se essencialmente com a falta de conhecimento de como operacionalizar estratégias de sustentabilidade eficazes", observa.

 

Conhecimento sobre sustentabilidade varia

Há ainda um fator relevante revelado pelo estudo agora apresentado: existe uma grande disparidade entre grandes empresas e PME no que diz respeito ao tema da sustentabilidade. Enquanto 76,7% das grandes empresas têm um elevado conhecimento dos ODS, apenas 52,3% da PME indica ter um nível de conhecimento similar. Ou seja, "enquanto as primeiras se encontram, na generalidade, preparadas e sensibilizadas para a necessidade de incorporar a sustentabilidade no core dos seus negócios, as PME estão ainda num momento inicial, quer de conhecimento, quer de incorporação dos ODS e da sustentabilidade nos seus negócios", diz Nuno Moreira da Cruz. Em jeito de conclusão, o responsável pelo Centro da Católica, observa que "apesar de, na generalidade, as empresas reconhecerem a importância destas agendas de sustentabilidade, ainda estão muito aquém dos níveis de implementação onde gostariam de estar. A falta de recursos suficientes para trabalhar o tema nas empresas (humanos essencialmente) é um fator que contribui para esta realidade". 

 

Nova legislação vai agravar desvantagem das PME

Uma realidade preocupante, se tivermos em conta que, como afirma Nuno Moreira da Cruz, "a nova legislação sobre sustentabilidade que vai entrar em vigor é talvez o maior desafio que as empresas enfrentam atualmente, prometendo aumentar o fosso entre grandes e pequenas e médias empresas neste tema". Para que tal não aconteça, "os incentivos e a capacitação direcionados às PME são essenciais", estima. "Fechar o gap entre intenção e implementação é talvez o passo mais urgente para que as empresas possam contribuir de forma efetiva para um dos maiores desafios da humanidade. A nova legislação será um desafio, mas também uma enorme oportunidade de trabalhar nestas lacunas e tornar o contributo das empresas mais transparente, mais efetivo e mais concreto", conclui o responsável da Católica.

 

Refira-se que o Center for Responsible Business & Leadership na Católica-Lisbon foi criado em 2019 com o propósito de contribuir para uma sociedade onde só existam negócios responsáveis geridos por líderes responsáveis. Segundo o seu diretor executivo, a atividade do organismo centra-se em "ensinar, investigar e consultar em quatro áreas fundamentais: business case for action (ou seja, a ligação direta entre sustentabilidade e melhores resultados financeiros); propósito; objetivos de desenvolvimento sustentável; e liderança responsável".  Para Nuno Moreira da Cruz, existe uma ligação e interação muito sólidas com o mundo corporativo, onde é veiculada sempre a mesma mensagem: "obviamente sem lucro nunca haverá preocupações sociais e ambientais, mas o que também é cada vez mais obvio é que sem essas preocupações dificilmente haverá lucro no futuro".

"As PME estão ainda num momento muito inicial, quer de conhecimento, quer de incorporação dos ODS e da sustentabilidade nos seus negócios." Nuno Moreira da Cruz, diretor executivo do Center for Responsible Business & Leadership na Católica-Business

 

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