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Conseguiremos alimentar-nos sem destruir o planeta?

A solução para alimentar a crescente população mundial sem usar mais recursos naturais pode estar na agricultura regenerativa, um modelo de produção em que a inovação se encontra com a tradição.

11 de Maio de 2023 às 17:06
Os resíduos vegetais protegem e alimentam o solo. No Ribatejo está a nascer uma nova forma de produzir tomate através da Agricultura Regenerativa.
Os resíduos vegetais protegem e alimentam o solo. No Ribatejo está a nascer uma nova forma de produzir tomate através da Agricultura Regenerativa.
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As projeções das Nações Unidas indicam que no ano 2030 seremos 8,5 mil milhões de pessoas no planeta e que, em meados do século, chegaremos aos 9,7 mil milhões de bocas para alimentar, o que obrigará a aumentar a produção agrícola em 40% nas próximas três décadas, e simultaneamente a reduzir a sua pegada ambiental.

 

A agricultura regenerativa pode ser a resposta para este desafio de dimensões globais. Em muitos aspetos, a agricultura regenerativa é tão antiga como a própria agricultura, sendo um modelo de produção de alimentos no qual a inovação se encontra com a tradição. Centra-se na reabilitação da saúde do solo, estimulando e mantendo a sua fertilidade e biodiversidade, através de técnicas e práticas agrícolas que o protegem.

 

Para a Syngenta, uma empresa multinacional da área das sementes e da proteção das plantas, a agricultura regenerativa pode apoiar a transformação dos sistemas alimentares mundiais e está a ajudar os agricultores a fazer a transição para práticas de agricultura regenerativa com benefício para os próprios agricultores, para a sociedade e para o planeta.

 

Tornar mais sustentável o cultivo do tomate no Ribatejo

Em Portugal, um dos maiores e melhores produtores mundiais de tomate para transformação em polpa e outros derivados, cultiva-se anualmente, sobretudo no Ribatejo, mais de um milhão de toneladas de tomate, que é transformado em fábricas da região e exportado para todo o mundo. No entanto, o sistema atual de monocultura do tomate, e com intensa mobilização do solo, esgota e empobrece os terrenos.

 

Um consórcio de investigação está a estudar uma nova forma de produzir tomate no Ribatejo, aplicando os princípios da agricultura de conservação: mínima perturbação do solo (plantação do tomate em faixa de solo mobilizada na linha, com 15 cm); cobertura permanente do solo com plantas ou resíduos vegetais (durante o outono-inverno o solo é revestido por uma mistura de espécies gramíneas e leguminosas, benéficas para a saúde e a fertilidade do solo, e evitando a lixiviação de nutrientes); e rotação e diversidade de culturas (rotação bienal entre tomate e girassol). O projeto TomAC decorre na Lezíria de Vila Franca de Xira, em campos de tomate do Ag-Innov – Centro de Excelência do Grupo Sugal, envolvendo a Syngenta, investigadores da Universidade de Évora, e a Aposolo – Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo, sendo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

 

O objetivo do projeto é identificar práticas alicerçadas na agricultura de conservação que permitam aumentar a sustentabilidade agronómica, ambiental e económica do sistema de produção de tomate para indústria. Em 2021-2022, o primeiro ano do ensaio, os investigadores concluíram que a cultura de cobertura no inverno aumenta a biomassa no solo, retendo nele mais azoto e outros nutrientes que o tomate precisa para se desenvolver, reduzindo assim a necessidade de aplicar fertilizantes. A produção de tomate na parte do campo com rotação de culturas foi 31% superior (110 toneladas/hectare), comparativamente com o sistema convencional de tomate em monocultura (75 toneladas/hectare), e os custos de produção reduziram-se em 385 euros por hectare na parcela onde foram aplicados os princípios da agricultura de conservação à cultura do tomate. Os investigadores vão continuar a estudar este novo sistema de produção por mais dois anos.

Programa protege insetos polinizadores

Noutra vertente, o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável incide sobre a proteção dos insetos polinizadores, como as abelhas. O declínio dos polinizadores é uma realidade e uma ameaça à humanidade que exige ação coletiva de entidades públicas e privadas. A Syngenta iniciou há mais de 15 anos um programa internacional de estímulo da biodiversidade na agricultura – o Operation Pollinator – que consiste em instalar nas zonas improdutivas dos campos agrícolas margens floridas multifuncionais que servem de alimento e refúgio para as abelhas e outros insetos polinizadores e auxiliares.

 

Em Portugal e Espanha, o programa Operation Pollinator já beneficiou mais 16.200 hectares, em pomares, vinhas e campos de cereais. Várias empresas agrícolas portuguesas, tais como a Vitacress, a Veracruz, a Sogrape, o grupo Sogepoc, entre outras, aderiram a este programa, que conta com a validação científica do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, através do FLOWer Lab.

 

Por fim, refira-se o mais recente projeto da Syngenta na área da sustentabilidade ambiental, que é um sensor, baseado em inteligência artificial, para monitorizar a biodiversidade nos campos agrícolas 24 horas por dia, sete dias por semana, sem necessidade de intervenção humana. Com este projeto, a ambição desta companhia é criar a primeira rede mundial de monitorização da biodiversidade em campos agrícolas, a partir de sensores automáticos, fiáveis e de baixo custo, e partilhar a informação de forma aberta com agricultores, investigadores e decisores públicos, em prol do bem público. O sensor de biodiversidade está a ser testado em diversos casos de estudo, em culturas agrícolas como a framboesa, a melancia e o girassol, a nível mundial.

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