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Comércio eletrónico em crescendo

As compras online aceleraram no último ano e meio, estimando-se que o valor do comércio eletrónico B2C tenha alcançado, em 2020, em Portugal, quase 8 mil milhões de euros.

03 de Novembro de 2021 às 12:15
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Em contexto pandémico, o comércio eletrónico ganhou força em Portugal e pelo mundo, tornando-se uma importante ferramenta de negócio para todos quantos procuram alavancar as vendas da sua empresa.

 

Segundo dados da Associação da Economia Digital (ACEPI) no seu estudo "Economia e Sociedade Digital em Portugal 2020", desenvolvido em parceria com a IDC, os portugueses estão mais digitais e o e-commerce está a alavancar o crescimento e a internacionalização das empresas portuguesas.

 

O estudo estima que o valor do comércio eletrónico B2C tenha alcançado, em 2020, em Portugal, "quase 8 mil milhões de euros". Um crescimento rápido e muito significativo "que constitui uma oportunidade única para as empresas acelerarem e otimizarem a sua estratégia de comércio digital e explorarem oportunidades de crescimento em novos canais, incluindo marketplaces e D2C", refere ainda o mesmo estudo.

 

Contas feitas, verifica-se, desde logo, uma penetração da internet em Portugal, com valores próximos da média europeia, um crescimento do número de compradores online, do volume e frequência das compras e a aceleração da transformação digital dos negócios das empresas. A IDC prevê que, em 2025, a percentagem da população que utiliza internet ultrapasse os 90%, convergindo com a média europeia.

 

Mas os números apresentados pelo estudo mostram que o valor do comércio eletrónico B2C e B2B, somado, em 2019, em Portugal, se situou nos 96 mil milhões de euros. Para 2020, estima-se um novo crescimento até aos 110,6 mil milhões de euros, "alavancado pelo impacto da pandemia da covid-19, que mudou profundamente os hábitos dos consumidores e transformou empresas e negócios".

 

Diz a ACEPI e a IDC que "57% dos utilizadores de internet podem vir a fazer compras online em 2020, subindo de 51% em 2019". O valor gasto e a intensidade de compras também estão a crescer, com 73% dos compradores online a fazer em média mais do que três a cinco vezes compras por mês.

 

Valor das compras aumenta

 

Cerca de 60% dos compradores online afirmam ter aumentado o valor das suas compras através da internet sendo que, fruto da pandemia, começou a comprar-se "mais em lojas online portuguesas e menos em sites estrangeiros".

 

Nas categorias de compras online destacam-se agora as "refeições entregues ao domicílio", que no ano anterior não tinham expressão, e os "produtos alimentares e bebidas", que este ano refletem a alteração comportamental dos portugueses provocada pela pandemia, diz ainda o estudo. Mas outras foram as categorias afetadas positivamente, como a de equipamentos para utilizar em casa – tanto informáticos, como eletrodomésticos –, que "registaram crescimentos acentuados", enquanto "nos serviços digitais se destacou a categoria Filmes e Séries".

 

O estudo refere que os compradores online em Portugal, na sua grande maioria, "confiam nos serviços digitais e nas lojas online, existindo cada vez menos receio na sua utilização". Ainda assim, "os pagamentos por referência multibanco continuam a ser o método preferido dos portugueses". Não será, no entanto, de descurar o crescimento do MB Way e de outras "wallets" eletrónicas. A maioria dos compradores afirma gastar entre 100 e 500 euros por ano em compras online, "tendo havido um crescimento de cinco pontos percentuais nas compras entre 500 e 1000 euros".

 

A percentagem de empresas com presença na internet ultrapassa já os 60% do número total de empresas existentes, sendo que no estudo anterior apenas 40% das empresas tinham presença online. Um crescimento que em muito se fica a dever "ao aumento da presença na internet das micro e pequenas empresas".

 

Já quando se trata de comércio eletrónico, cerca de 27% das empresas inquiridas dizem utilizar este canal para comercializar os seus produtos ou serviços em Portugal.

 

E-commerce alavanca internacionalização

 

Quando se trata de comércio eletrónico, a taxa de empresas de grande dimensão que vende online situa-se nos cerca de 52%. Já as empresas que têm o comércio eletrónico como uma forma de exportar online os seus produtos e serviços indicaram que os países que possuem um maior peso no volume do comércio eletrónico são Espanha e França, com um peso próximo dos 40%, logo seguidos do Reino Unido e dos PALOP. Menos positivo é o facto de a grande maioria das empresas que realiza comércio eletrónico ainda não integrar a loja física com a loja online, cabendo essa integração a "cerca de 25% das empresas", diz este trabalho. 

 

Cerca de 70% das empresas inquiridas já utilizam fatura eletrónica e a sua utilização irá aumentar, uma vez que muitas empresas a pretendem implementar no curto prazo.

 

O estudo da ACEPI/IDC estima que o valor do comércio eletrónico B2B/B2G em Portugal (vendas de empresas a outras empresas ou ao Estado) ultrapasse os 103 mil milhões de euros em 2020.

 

Comércio eletrónico: exemplos a seguir

 

As grandes multinacionais contam já com bons casos de estudo em matéria de comércio eletrónico. Filippo Battaini, head of IDC retail insights da IDC Europe, deu alguns exemplos de retalhistas que apostaram em tecnologia e conseguiram bons resultados em 2020, apesar da pandemia.

Assim sendo, as vendas online da Inditex, dona da Zara, cresceram 74% e a Sonae MC registou um aumento de 80% do e-commerce. Mas, segundo a IDC, apenas "9% das empresas têm uma estratégia com foco na inovação" sendo que as restantes 91% têm ainda de investir, mais ou menos consoante os casos, na "digitalização e inovação" para se "adaptarem à nova realidade e serem competitivas".

Penetração da internet em Portugal

 

Os números não enganam: cada vez mais pessoas, em Portugal, têm acesso à internet. Segundo dados do portal Pordata, tem-se registado um efetivo crescimento nesta área. Por exemplo, em 2020, 84% dos agregados familiares portugueses tinham ligação à internet em casa. Contudo, este número fica ainda aquém da média europeia que se situa nos 91%.




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