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Notícia

Frotas desempenham um papel importante

Mercado das frotas constitui um dos principais canais de vendas do setor automóvel.

30 de Outubro de 2019 às 12:15
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O setor das frotas é um mercado dinâmico em Portugal. Até setembro deste ano, o mercado automóvel esteve menos ativo do que no período homólogo de 2018. As incertezas no que diz respeito às questões fiscais em virtude do novo ciclo de ensaios WLTP, o facto de os consumidores não saberem ao certo que carros devem comprar, as exigentes metas de emissões de CO2 na UE, o abrandamento da atividade económica na Europa e no mundo, o Brexit, e não só, estão na origem desta ligeira travagem do mercado automóvel, como explica Helder Pedro, secretário-geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, em entrevista neste especial. Não obstante, o mercado de frotas assume um papel muito importante no mercado empresarial, constituindo um dos principais canais de vendas do setor, afirma o mesmo responsável.

 

Também João Soromenho, diretor comercial da Arval Portugal, recupera os números avançados pela ACAP para falar do momento atual do mercado automóvel em Portugal, afirmando que este se encontra, em geral, com um ligeiro decréscimo de vendas de viaturas novas na ordem dos 5%.

 

"Durante o 1º trimestre do ano registou-se uma queda de vendas do mercado automóvel provocado pela confusão em torno do cálculo do imposto devido às regras do WLTP. O ciclo WLTP teve certamente impacto quer ao nível das frotas automóveis, quer ao nível da entrega de novas viaturas e, além disso, na alteração de algumas motorizações que levaram a que as marcas efetuassem alguns acertos nos preços finais das viaturas", explica João Soromenho. O contributo do WLTP para os dados de emissões de CO2 nas viaturas teve um impacto direto no custo das viaturas – prossegue. E, apesar de nem todos os modelos terem sido sujeitos a um agravamento de imposto (ISV), pode considerar-se que "em 2019, de uma forma geral, houve um agravamento da carga fiscal".

 

Face à entrada do WLTP e por uma questão de preocupação ambiental, a Arval Portugal está há algum tempo a "trabalhar com os seus clientes e parceiros no sentido de introduzir nas frotas automóveis viaturas mais ‘amigas’ do ambiente – elétricos, híbridos e plug-in".

 

A crise faz parte do passado

 

Mesmo com os números "menos animadores" dos primeiros nove meses de 2019 – e aqui colocam-se aspas em menos animadores porque convém informar que em 2018 o volume de vendas total foi de 228 mil unidades, o valor mais elevado dos últimos 16 anos –, o mercado automóvel tem crescido no geral em Portugal nos últimos anos. E o setor da gestão de frotas tem acompanhado esse crescimento.

 

"Após os anos da crise, o mercado tem reagido fortemente e tem tido crescimentos acentuados. O mercado das frotas tem acompanhado, tendo um peso significativo no mercado total. No caso da Audi o peso das empresas ultrapassa os 70% das vendas, o que evidencia a importância deste mercado para a marca", refere Pedro Machado, fleet manager da Audi.

 

Por sua vez Nuno Serra, diretor de Marketing da Volkswagen, confirma o crescimento do setor da gestão de frotas e diz que "como um dos principais segmentos de mercado tem sido um forte impulsionador do mercado total".

 

O futuro

 

No que diz respeito aos desafios para o futuro das frotas de automóveis, estes passam pela adaptação das organizações e marcas às novas tendências de mobilidade – elétrica, híbrida… –, à digitalização, ao "car sharing" ou à condução autónoma. A esta questão, João Soromenho responde que os desafios para o setor de frotas automóveis estão totalmente ligados às tendências de evolução do próprio setor. Ou seja: está a falar da mobilidade sustentável, da transição energética, da conectividade, das viaturas autónomas e da economia de partilha.

 

"Portanto, a substituição dos combustíveis fósseis para as energias alternativas com o desenvolvimento e a popularidade dos carros elétricos e híbridos é uma realidade incontornável", refere o responsável da Arval e continua: "Por outro lado, há o forte desenvolvimento tecnológico, no qual as marcas automóveis estão a criar tecnologias novas com impacto ao nível da gestão de frotas e que irão permitir uma redução de custos, uma maior eficiência no desempenho da frota e um maior conforto e segurança para quem conduz uma viatura."

 

Por fim, a sustentabilidade, o controlo do risco e o melhoramento do desempenho das frotas que, destaque-se, é uma necessidade premente. Neste ponto, João Soromenho aponta a telemática, tecnologia que foi "bastante desenvolvida durante 2018, e que, apesar de não ser um elemento de decisão na compra, é uma decisão de gestão que permite ajudar a empresa a otimizar o uso das viaturas".


Números

60% do mercado de automóveis ligeiros de passageiros tem os registos de propriedade em nome de pessoas coletivas
12% do total de vendas é composto pelo mercado de renting
26% das vendas totais foi quanto subiu o mercado de rent-a-car em 2018.

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