O mercado das frotas de automóveis é relevante para a economia nacional e internacional. Há uns anos, este sector passou por dificuldades. No entanto, hoje, está de boa saúde e o futuro prevê-se igualmente positivo para construtores e empresas do ramo, como revelam vários estudos internacionais. Nestes percebe-se que as empresas e os gestores estão a acompanhar as novas realidades, mostrando-se atentos às mesmas, pelo que no horizonte está o sucesso, desde que haja adaptação.
Esta área representa um canal de vendas muito importante para o sector automóvel, sendo inegável que ganhou importância generalizada em todos os mercados desenvolvidos. Acto contínuo, as gestoras de frotas tornaram-se no presente um importante "player" em todo o mundo, como explica nas páginas deste especial Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal. Aliás, as empresas portuguesas estão hoje a investir mais nas frotas de automóveis. "Sem dúvida de que, numa economia desenvolvida e em que a mobilidade assume um papel fundamental, as empresas têm de dar uma atenção especial às suas frotas automóveis. Em Portugal, e segundo os indicadores que nos apresentam um crescimento da actividade económica, esta questão assume, ainda, maior importância", salienta o responsável da ACAP.
Pedro Teles, responsável de Frotas da Nissan Portugal, explica que o mercado de frotas e empresas "tem estado a crescer nos últimos anos e continua com um elevado potencial de crescimento". "As empresas de um modo geral estão novamente a investir nos seus negócios e na renovação das suas frotas. Neste sentido, a Nissan quer aproveitar este bom momento para expandir as suas vendas nas empresas. Temos vindo a crescer de forma sustentada nas vendas a empresas desde 2014 e, no ano passado, o nosso crescimento situou-se acima dos 25% neste canal de negócio." Elucidativo.
Ricardo Oliveira, director de Comunicação e Imagem da Renault, refere que "o sector das frotas tem uma grande representatividade no mercado automóvel português e conhece uma grande dinâmica". "O crescimento do sector de frotas será mesmo, eventualmente, superior ao do mercado de particulares", diz.
O presente e o futuro
Car sharing, os carros autónomos, e a preocupação crescente de as frotas terem veículos ecológicos para minimizarem o impacto ambiental são realidades para o presente (e futuro), as quais deixam antever que este negócio vai continuar a crescer e está mesmo a ganhar importância estratégica no mundo da mobilidade. Diversos estudos demonstram a importância do mercado de gestão de frotas no futuro, mas já se fazem sentir esses efeitos.
As marcas percebem a importância desta área de negócios e têm estratégias apropriadas, possuindo nas suas estruturas serviços específicos para os clientes de frotas, os quais são personalizados, completos, localizados estrategicamente nas redes de concessionários e com serviços financeiros apelativos.
Os "verdes"
Os carros autónomos existem, circulam, mas ainda têm um longo caminho para percorrer até estarem acessíveis a todos. Já os eléctricos e os híbridos plug-in estão ao virar da esquina e a estratégia das marcas passa muito por eles. A DS esclarece que a electrificação é uma das suas prioridades. "A partir do próximo ano, todos os nossos modelos vão ter uma versão eléctrica ou híbrida", garante António Santos, director da PSA Retail Portugal. A marca decidiu seguir a electrificação por dois motivos: "Em primeiro lugar, as nossas versões electrificadas serão sempre as topo de gama, com grande prazer de condução e performances elevadas, mantendo as zero emissões. A segunda razão é que a electrificação vai ser chave para uma mobilidade sem restrições. E nós dirigimo-nos a clientes premium que não querem ser confrontados com nenhum tipo de restrições."
Para os clientes que procuram uma alternativa aos motores convencionais, pela responsabilidade social e compromisso ambiental, a Nissan apresenta os veículos eléctricos LEAF e e-NV200. Pedro Teles, responsável de Frotas da Nissan Portugal, diz mesmo que cerca de 60% das vendas do LEAF têm como origem vendas a empresas.
Em Portugal, 22% das empresas dizem já ter automóveis híbridos ou eléctricos nas suas frotas e 29% referem a intenção de o fazer nos próximos dois anos. Para já, fica aquém de outras geografias, mas é um começo.