As faculdades de Medicina, incluindo as de Lisboa e Porto, podem aumentar o número de vagas até 15% para o próximo ano letivo. O despacho governamental publicado no mês passado tem, todavia, gerado polémica, tendo o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) manifestado "discórdia e estupefação" com o mesmo. É que, em comunicado, o CEMP refere que o aumento do número de alunos iria "degradar a qualidade do ensino, sobretudo nas vertentes clínicas, dada a manifesta incapacidade de cumprir rácios aceitáveis".
Por sua vez Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, não concorda com a posição do CEMP e já disse que quer ter mais jovens a estudar Medicina. "É algo que nos deve encher de orgulho e de ambição para podermos alargar em Portugal o ensino das ciências biomédicas."
Todos os cursos em que a procura por parte de alunos com média igual ou superior a 17 valores, os considerados de excelência, exceda o número de vagas devem aumentar a oferta em pelo menos 15%, e até a um limite de 20%.
Além dos cursos de Medicina e daqueles mais procurados pelos alunos de excelência, a tutela identifica outras áreas em que a oferta deve ser reforçada, designadamente as competências digitais e ciências de dados e outras consideradas estratégicas para a especialização de cada instituição.
As médias mais altas
Aproveitando o tema deste texto, recorde-se os cursos que tiveram a média mais alta no passado ano letivo: Engenharia Aeroespacial, do Instituto Superior Técnico (IST), Universidade de Lisboa, foi em 2019 o curso com a média mais alta em Portugal. O último aluno que foi colocado neste mestrado integrado fê-lo com uma média de 18,95 valores. Na segunda posição nesta lista de cursos que registaram a nota mais alta ficou Engenharia Física Tecnológica, igualmente no IST, com a média de 18,88 valores. Em terceiro lugar surge Bioengenharia, na Universidade do Porto, com 18,65 valores.
Em quarto lugar nos cursos com as médias mais elevadas ficou Engenharia e Gestão Industrial, também da U. Porto, sendo que a nota de candidatura do último colocado pelo contingente geral foi de 18,65. As engenharias, como se constata ao longo dos últimos anos, continuam a ser uma das áreas de conhecimento mais procuradas pelos alunos.
Quanto a Medicina, classificou-se em quinto lugar, sendo a média mais alta a do curso de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da U. Porto – uma média de 18,5 valores.
Engenharia Aeroespacial, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
Engenharia Física Tecnológica Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa
Bioengenharia, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto