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50.ª AGRO
Notícia

De Portugal para o mundo

Exportações agro-alimentares aumentaram, mas empresas e tecnologia portuguesas ainda têm caminho a percorrer para se imporem em outros países.

18 de Abril de 2017 às 18:43

No contexto actual de globalização e de grande concorrência, a internacionalização assume um papel fundamental para o crescimento e para a sustentabilidade da economia.

 

"Nos últimos dez anos, as exportações agro-alimentares aumentaram 73%, com especial contributo do comércio com países terceiros", salientou o ex-secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar e professor do ensino superior, Nuno Vieira e Brito, na sua intervenção na Grande Conferência 50.ª AGRO, acrescentando que "exportar não é fácil e é uma política inerente à globalização em que vivemos, ou seja, altamente competitiva".

 

Contudo, o ex-secretário de Estado considera que, apesar destes dados favoráveis, ainda há um grande caminho a percorrer "para uma maior presença de empresas, tecnologia e conhecimento [portugueses] noutros países, nas mais diversas latitudes", já que "falar de internacionalização do agro-alimentar é referir não só as exportações (…), mas considerar igualmente a internacionalização de empresas portuguesas do sector que investem noutros mercados".

 

Nuno Vieira e Brito defende que, para o aumento da internacionalização, é fundamental a "articulação entre Governo, Administração Pública, agências de promoção ao investimento e comércio externo, rede diplomática e obviamente as empresas, pois todos têm como missão valorizar a marca Portugal, que deve ser um chapéu de identidade e qualidade nacional".

 

 

Oportunidades da CPLP

 

"A CPLP é hoje um espaço privilegiado de cooperação entre países que querem aprofundar o seu entrosamento económico e empresarial", refere o presidente da União de Exportadores da Comunidade dos Países Língua Portuguesa (CPLP), Mário Costa.

 

De acordo com Mário Costa, os países africanos e asiáticos da CPLP querem diversificar a economia e elevar o seu perfil importador, procurando acrescentar valor local aos produtos e serviços que importam. "O tempo da exportação de contentores acabou: é um modelo esgotado que não traz valor às economias dos países", defende.

 

Mário Costa afirma que, actualmente, faz sentido falar em "empresas-bandeira" da CPLP. "Empresas que não são apenas portuguesas, brasileiras, angolanas ou timorenses, mas, sim do espaço lusófono (…) capazes de gerar sinergias no espaço de língua portuguesa, procurando, na diversidade e na complementaridade, as condições para crescerem" e estabelecendo parcerias e relações equilibradas, em que todos ficam a ganhar.

 

A CPLP representa, segundo o presidente da União de Exportadores, um mercado de grande dimensão, cujo potencial vai além das suas fronteiras e abrange os espaços de influência de cada uma das regiões que integram a comunidade.

 

"Queremos passar de um modelo de exportação de produtos acabados, para estes mercados, para um modelo no qual o valor é acrescentado nos mercados de exportação, criando riqueza local, gerando emprego, potenciando a geração de novas oportunidades de negócio. Com risco partilhado e com lucro partilhado. O que a União dos Exportadores faz todos os dias no terreno é acrescentar valor às economias locais, é procurar, desenvolver e estimular parcerias que permitam ligar negócios e explorar oportunidades de crescimento", acrescenta Mário Costa.

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