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Juros a dois anos aquém dos 4% pela primeira vez desde pedido de demissão de Portas

As taxas de juro implícitas nas obrigações portuguesas estão a cair nos prazos inferiores a sete anos e a “yield” a dois anos encontra-se abaixo da fasquia de 4%.

25 de Julho de 2013 às 16:24
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Os juros da dívida a dois anos estão a recuar 5,1 pontos base para 3,986%, depois de o renovado Governo português ter tomado posse na tarde de quarta-feira. A descida é mais pronunciada nas maturidades mais curtas e o maior recuo verifica-se na emissão a três anos, onde a “yield” recua 19,5 pontos base para 4,662%.

 

Os juros portugueses dispararam no início do mês após o antigo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ter apresentado um pedido de demissão, na terça-feira, 2 de Julho, já depois do fecho dos mercados. Os juros a dois anos, que estavam abaixo dos 4%, superaram os 5% no dia a seguir, 3 de Julho. A tendência é de correcção de parte das subidas desde dia 16 de Julho, sinalizado que os investidores estão a recuperar a confiança no programa de ajustamento português.

 

A taxa de juro implícita na emissão de dívida a 10 anos está a descer 0,4 pontos base para 6,463%. No prazo de cinco anos a descida é de 10,4 pontos base para 5,767%.

 

A tendência de uma descida dos juros mais acentuada nas emissões de dívida portuguesa com prazos mais breves até à maturidade está de acordo com o verificado nas últimas sessões, e que os analistas do Unicredit previram que viesse a prolongar-se.

 

Em nota de investimento divulgada na quarta-feira, o Unicredit sugeriu aos seus clientes que apostassem num aumento do “spread” entre os juros portugueses de curto e de longo prazo, que foram reduzidos na sequência da crise política das últimas semanas.

 

A aposta na normalização da estrutura temporal das taxas de juro (“yield curve”) permite lucrar quando os juros das emissões de curto prazo descem mais do a “yield” das emissões de longo prazo. O banco de investimento considerou o movimento expectável porque já vinha a verificar-se nas sessões anteriores e porque ainda existia margem para uma maior normalização da “yield curve”, segundo explicaram a nota de análise.

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