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Portugal emite dívida a 10 anos com taxa de juro mais baixa desde março

O IGCP emitiu dívida a 10 anos com uma taxa de juro de 0,595%, o que representa o custo de financiamento mais reduzido em três meses.

10 de Junho de 2020 às 10:42
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O IGCP realizou esta quarta-feira um duplo leilão de obrigações, tendo encaixado um total de 1.505 milhões de euros, com um custo de financiamento mais baixo do que na emissão realizada em maio.

 

O instituto que gere a dívida do Estado colocou 920 milhões de euros em obrigações com maturidade em 18 de outubro de 2030 (10 anos), com uma yield de 0,595%. A 13 de maio o IGCP tinha colocado 742 milhões de euros em títulos desta linha, com uma taxa de 0,852%.

A taxa das obrigações a 10 anos está em linha com o registado no mercado secundário e é a mais baixa desde que em março a taxa ficou abaixo de 0,5%. A procura foi contudo mias reduzida, tendo superado a oferta em 1,5 vezes, o que compara com o rácio de 1,94 vezes em maio.

No duplo leilão de hoje foram também colocados 585 milhões de euros em obrigações com maturidade em 21 de julho de 2026 (seis anos), com uma taxa de 0,137%. Esta é também muito inferior à yield de 0,843% suportada no leilão de abril para colocar obrigações a seis anos. Em maio, para emitir obrigações com um prazo inferior (cinco anos), o IGCP teve de pagar uma taxa mais elevada (0,258%). 

A procura pelas obrigações a seis anos emitidas hoje excedeu a oferta em 2,08 vezes, o que se situa abaixo do rácio registado na emissão comparável de abril (2,34 vezes). 

O encaixe de 1.505 milhões de euros ficou acima do objetivo compreendido entre 1.250 e 1.500 milhões de euros, isto numa altura em que aumentaram as necessidades de financiamento do Estado para fazer face ao impacto da covid-19.

 

Apesar das maiores necessidades de financiamento no mercado, Mário Centeno destacou na apresentação do Orçamento Suplementar o bom comportamento dos juros portugueses, que têm permitido ao país ir aos mercados sem problemas e para o provar lembrou que Portugal vai reembolsar uma linha de quase 8.000 milhões de euros, na próxima semana, valor que já está nos cofres públicos para fazer face a este pagamento.

"O sucesso deste duplo leilão mostra a confiança dos investidores na continuidade da política orçamental e na sustentabilidade das finanças públicas, decorrente do trajeto de confiança conquistado nos últimos 5 anos", assinala o ministério das Finanças em comunicado, destacando que a descida dos custos de financiamento "acontece um dia depois de o Governo ter apresentado o Orçamento Suplementar para 2020, onde se estima que, após 4 anos de descida sustentada, o rácio da dívida pública apresente um aumento significativo este ano, em virtude dos efeitos da pandemia sobre a atividade económica e o endividamento das Administrações Públicas". 


(notícia atualizada com comentário do Ministério das Finanças)

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