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Portugal aproveita juros baixos para fazer segunda emissão de dívida sindicada do ano

O IGCP já realizou este ano dois leilões de dívida de longo prazo (janeiro e março) e em fevereiro realizou uma emissão sindicada a 30 anos. Agora vai lançar a habitual linha de títulos a 10 anos.

06 de Abril de 2021 às 14:01
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Cristina Casalinho já tinha avisado que esta era a altura de aproveitar para emitir dívida pois os mínimos das taxas de juro já teriam ficado para trás. A confirmar esta ideia, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) deverá avançar já esta quarta-feira com a segunda emissão de dívida sindicada de 2021, o que é prática pouco habitual numa altura em que se está ainda no quarto mês do ano.

 

De acordo com a Bloomberg, Portugal mandatou um conjunto de bancos (BBVA, BNP, CaixaBI, Citi e Credit Agricole CIB) para avançar com o lançamento de uma nova linha de obrigações a 10 anos, com maturidade em outubro de 2031. A realização desta emissão sindicada acaba por ser esperada, uma vez que o IGCP todos os anos abre novas linhas nesta maturidade a 10 anos e a primeira do ano foi de obrigações a 30 anos.

 

A agência de notícias dá conta de que a emissão irá concretizar-se num futuro próximo, sendo que habitualmente é efetuada logo no dia posterior à formação do sindicato bancário. Assim, deve estar no mercado já esta quarta-feira, dia da semana em que o IGCP efetua emissões.

 

Os emissores soberanos recorrem a um sindicato bancário para emitir dívida (em detrimento dos habituais leilões) quando são lançadas novas linhas, sendo que neste tipo de operções (que decorre ao longo do dia) são levantados montantes mais elevados.

 

O IGCP já realizou este ano dois leilões de dívida de longo prazo (janeiro e março) e em fevereiro realizou uma emissão sindicada. Emitiu 3 mil milhões de euros em títulos com maturidade a 30 anos, aceitando pagar um juro de 1,02%.

 

Esta emissão sindicada foi marcada por um forte interesse dos investidores, que colocaram ordens de mais de 40 mil milhões de euros, o valor mais elevado de sempre para obrigações portuguesas.

 

Numa entrevista ao Público já depois desta emissão sindicada, Cristina Casalinho, presidente do IGCP, explicou que "dificilmente as taxas de juro ficarão mais baixas no futuro e que todos os países estão a aproveitar para se financiar enquanto a janela do apoio extraordinário do BCE não se fecha". 

Se na emissão de amanhã optar por angariar mais 3 mil milhões de euros (montante habitual neste tipo de operações), o IGCP elevará para 8.500 milhões de euros o valor encaixado este ano só com dívida de longo prazo.

 

A taxa de juro das obrigações a 10 anos está esta terça-feira ligeiramente acima de 0,2%, já algo distante dos mínimos históricos do início do ano, mas ainda em níveis historicamente muito baixos. No leilão de janeiro Portugal emitiu dívida a 10 anos pela primeira vez com taxas negativas.

 

As expetativas de subida da inflação e aceleração do crescimento económico (reflação) provocou nos últimos meses um agravamento das taxas das obrigações a nível global.

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