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HSBC prefere Costa a governo de gestão

O HSBC espera uma descida do spread da dívida portuguesa e desvaloriza o impacto da indigitação de Costa para primeiro-ministro, defendendo que um Governo de gestão até poderá ter um impacto mais negativo nos juros da dívida.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Novembro de 2015 às 09:55
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O HSBC está optimista com a dívida portuguesa e numa nota enviada a clientes na quarta-feira recomenda o investimento em obrigações do Tesouro com prazo de cinco anos, uma vez que foi neste prazo que se registou o maior agravamento do spread face durante as últimas semanas de crise política.

De acordo com a Bloomberg, o HSBC estima uma descida da "yield" das obrigações a cinco anos para 1% (e 0,8% no médio prazo),o que compara com o actual nível de 1,15%. A 10 de Novembro o juro das obrigações a cinco anos atingiu um máximo desde Julho em 1,67%.


Quanto ao "spread" da dívida portuguesa face à italiana, que no prazo a cinco anos se situa actualmente em 70 pontos base, o HSBC estima que "normalize" em torno de 45 pontos base. Já este mês o "spread" chegou a superar os 100 pontos base.


O banco desvaloriza o impacto da nomeação de António Costa como primeiro-ministro de um Governo apoiado pelos partidos à esquerda do PS, pois este iria abrandar o programa de redução do défice e não revertê-lo.


"A indigitação de António Costa pode induzir alguma volatilidade de curto prazo, mas também irá remover uma fonte de incerteza", refere a nota do HSBC, citada pela Bloomberg.


O outro cenário, de nomeação de um governo de gestão, iria provocar uma recuperação ligeira do "spread" da dívida, mas este iria agravar-se de novo antes das eleições que o HSBC diz poderem ocorrer em Abril.

O HSBC sugere assim que prefere um cenário de governo à esquerda liderado por António Costa face a um governo de gestão, pois este último cenário iria prolongar a incerteza política em Portugal.   


O Presidente da República continua esta semana com as audições a várias personalidades no âmbito da decisão que terá de tomar sobre a formação do próximo governo. Esta sexta-feira recebe os partidos com assento parlamentar.


Além de desvalorizar o impacto do risco político na evolução dos juros da dívida portuguesa, o HSBC salienta que as obrigações vão continuar elegíveis para o programa de compra de activos do BCE, o Tesouro tem uma almofada financeira de seis meses e um perfil de reembolsos de dívida gerível. 


Spread face à dívida italiana caiu mais de 30 pontos base em poucos dias. HSBC espera que normalize em torno dos 45 pontos base
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