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Grécia lança mega oferta de troca de dívida de 30 mil milhões
Numa oferta de troca de dívida sem precedentes, a Grécia está a tomar medidas para reforçar a liquidez da sua dívida e a facilitar o lançamento de novas linhas.
O instituto que gere a dívida grega anunciou esta quarta-feira o lançamento de uma oferta de troca de obrigações no valor de 29,7 mil milhões de euros, uma medida sem precedentes que a Bloomberg diz que visa facilitar a emissão de novos títulos e dar mais liquidez ao mercado.
A proposta passa por trocar 20 linhas de obrigações lançadas em 2012, já depois da reestruturação da dívida do país, por novos títulos com maturidade em 2023, 2028, 2033, 2037 e 2042. Estas obrigações pagam taxas de cupão fixas entre 3,5% e 4,2%.
Um dos principais objectivos desta iniciativa passa por aumentar a liquidez do mercado de obrigações gregas, e assim facilitar o regresso do país em pleno aos mercados através da emissão regular de dívida de longo prazo. "O movimento vai suavizar o calendário de reembolsos e ao mesmo tempo dar profundidade ao mercado", escreve o Financial Times, citando fontes oficiais envolvidas na operação.
A reestruturação da dívida efectuada em 2012 deixou a grande maioria dos títulos nas mãos de entidades oficiais, reduzido a liquidez dos títulos a níveis muito reduzidos.
A Grécia já realizou a primeira emissão de dívida de longo prazo (em Julho colocou títulos a cinco anos) numa altura em que está ainda sob o programa de troika (o actual termina em Agosto de 2018). O objectivo passa por recorrer aos mercados de forma mais recorrente, aproveitando também as condições favoráveis, já que as "yields" dos soberanos europeus têm descido de forma acentuada nos últimos meses, com principal incidência nos periféricos. No mercado secundário, a "yield" das obrigações gregas está hoje abaixo de 4,2%.
O programa da troika prevê que antes de Agosto a Grécia angarie entre 6 e 8 mil milhões de euros através de duas ou três emissões de dívida de longo prazo.
"O objectivo passa por concluir uma almofada entre 12 e 15 mil milhões de euros antes de sair do programa, [que seja] suficiente para cobrir os reembolsos de dívida até ao final de 2019", disse uma fonte ao FT.