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Estímulos nos EUA animam bolsas. Juros de Itália em mínimos históricos e petróleo e dólar no vermelho
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Bolsas europeias valorizam com perspetiva de estímulos económicos nos EUA
As principais bolsas do velho continente negociaram em alta na última sessão desta semana, apenas com o índice lisboeta PSI-20 (-0,96% para 4.181,73 pontos) e o espanhol Ibex (-0,60%) em contraciclo face às congéneres.
Já o índice de referência europeu somou 0,55% para 370,35 pontos no segundo dia seguido em alta, o que permitiu ao Stoxx600 transacionar no nível mais alto desde 18 de setembro.
As subidas dos setores europeus da tecnologia, matérias-primas, media e viagens foram os que impulsionaram as praças europeias, sendo que a queda do setor automóvel travou valorizações mais expressivas.
A justificar o otimismo nas bolsas europeias esteve a especulação ao longo de toda a sessão acerca da possibilidade de a Casa Branca estar prestar a firmar um novo pacote de estímulos económicos alargados, isto depois de, no início desta semana, o presidente americano, Donald Trump, ter dado por concluídas as conversações com os democratas e anunciado que o assunto apenas seria retomado depois das presidenciais de 3 de novembro.
Entretanto, já depois do encerramento das bolsas europeias, um dos principais conselheiros de Trump para os assuntos económicos, Larry Kudlow, revelou que o presidente acabara de aprovar um pacote revisto de medidas para o relançamento da maior economia mundial.
Juros em queda e "yield" da Itália em mínimos de sempre
As taxas de juro negociaram em queda na Zona Euro durante a sessão desta sexta-feira, permitindo a várias "yields" tocarem em mínimos.
O maior destaque foi mesmo para a dívida da Itália negociada no mercado secundário, já que a "yield" associada às obrigações soberanas transalpinas com prazo a 10 anos estabeleceu um novo mínimo histórico nos 0,707%. Neste prazo, a taxa de juro no final da negociação recuava 4,7 pontos base para 0,709%.
Itália tem vindo a beneficiar da redução dos riscos políticos, sobretudo depois de as últimas eleições regionais terem dado novo fôlego ao executivo chefiado por Giuseppe Conte.
Por outro lado, o acordo alcançado pela União Europeia com vista a um plano de recuperação global de 1,8 biliões de euros tem salvaguardado um país fragilizado pela elevada dívida pública, a segunda mais alta na Zona Euro.
Foi assim um dia de alívio generalizado para as dívidas dos países do espaço do euro. A taxa de juro correspondente aos títulos de Portugal e Espanha recuou respetivamente 2,6 e 3,4 pontos base para 0,169% e 0,163%. Ao tocar nos 0,143% e nos 0,136%, as "yields" portuguesa e espanhola transacionaram em mínimos de 31 de outubro de 2019 e de 4 de março de 2020, respetivamente.
Nota ainda para a taxa de juro referente às obrigações alemãs (bunds) a 10 anos, que caiu 1,4 pontos base para -0,540%.
Ouro e prata ganham com quebra do dólar
O ouro está a valorizar 1,67% para 1.925,51 dólares por onça na terceira valorização seguida, o que permite ao metal precioso transacionar em máximos de 21 de setembro. A matéria-prima segue ainda a valorizar acima de 1% no acumulado da semana, isto após ter apreciado mais de 2% ao longo de toda a semana passada.
Dado que o ouro é cotado em dólares norte-americanos, a desvalorização da moeda americana tende a refletir-se num reforço do valor do ouro. E como ganha força um cenário de acordo com vista a novas medidas de apoio à retoma da economia dos Estados Unidos, o que causou a terceira desvalorização consecutiva do dólar na sessão desta sexta-feira, o ouro voltou a beneficiar desse facto para assegurar nova subida.
Nota ainda para a prata que está a valorizar 3,5% para 24,67 dólares por onça, o que significa que o metal prateado está a negociar em máximos de 22 de setembro na terceira sessão seguida em alta.
Euro em máximos de 21 de setembro face ao dólar
A moeda única europeia transacionou em máximos de 21 de setembro contra o dólar numa altura em que segue a ganhar 0,51% para 1,1819 dólares. Já o dólar recuou pelo terceiro dia consecutivo para transacionar em mínimos de 21 de setembro face a um cabaz composto pelas principais moedas mundiais.
A perspetiva crescente quanto à aprovação de um novo pacote de estímulos à economia dos Estados Unidos voltou a pesar na negociação da divisa norte-americana.
Petróleo cede terreno mas está a caminho de maior ganho semanal desde junho
As cotações do petróleo seguem em baixa nos principais mercados internacionais, mas estão a caminho da maior subida semanal desde junho.
Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em novembro cede 0,56% para 40,96 dólares por barril.
No mercado londrino, o contrato de dezembro do Brent do Mar do Norte, crude de referência para as importações europeias, recua 0,58% para 43,09 dólares.
A pressionar a matéria-prima está a notícia de que os trabalhadores noruegueses do setor aceitaram encetar conversações de mediação para pôr fim à greve que ameaça a produção de um milhão de barris por dia de petróleo e gás.
Na semana, o crude está a caminho do maior ganho desde junho, com o WTI a valorizar 11% desde segunda-feira, sustentado sobretudo pela passagem do furacão Delta no Golfo do México, que obrigou ao encerramento de quase 92% da produção de petróleo naquela região.
Wall Street sobe, de olho nos estímulos
As bolsas do outro lado do Atlântico abriram em alta, sustentadas pela renovada expectativa de um pacote alargado de estímulos.
O Dow Jones segue a somar 0,43% para 28.551,58 pontos e o Standard & Poor’s 500 avança 0,80% para 3.446,83 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,71% para 11.502,52 pontos.
Os principais índices de Wall Street estão a subir pela terceira sessão consecutiva, a caminho do maior ganho semanal desde julho, depois de a Casa Branca ter sinalizado uma abertura para estímulos em larga escala e de algumas empresas terem revisto em alta as suas previsões para os lucros deste ano.
Há relatos de que o secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, disse à líder (democrata) da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que o presidente Donald Trump quer um acordo para um pacote alargado de estímulos à economia.
Recorde-se que o presidente norte-americano declarou na terça-feira que tinha decidido interromper as conversações com os democratas com vista a um novo pacote de estímulos à economia, acusando Pelosi de não estar a negociar de boa fé. O chefe da Casa Branca disse que só depois das eleições presidenciais é que seriam retomadas as negociações, o que abalou as bolsas.
Entretanto, algumas horas depois, Trump disse que o Congresso deveria alargar rapidamente 25 mil milhões de dólares em novas ajudas salariais às companhias aéreas norte-americanas que estão a colocar em licença milhares de trabalhadores numa altura em que as viagens de avião continuam a ser fortemente afetadas pela pandemia de covid-19 – e esta abertura a mais estímulos deixou os investidores na expectativa de que pudessem ser aprovadas pelo menos ajudas setoriais nos EUA antes das eleições. Mas ontem os democratas disseram que recusariam acordar assistência financeira a qualquer setor específico antes de um pacote global de ajuda e hoje há nova reviravolta a mexer com os mercados.
Entre os destaques pela positiva, a fabricante de microchips Xilinx segue a disparar com a informação de que está em conversações avançadas para ser comprada por 30 mil milhões de dólares pela rival Advanced Micro Devices.
Europa divide-se mas deixa algumas estrelas brilhar
As principais praças europeias estão a mover-se em direções distintas, numa distribuição equilibrada entre o verde e o vermelho. Apesar do panorama mais nebuloso, há empresas que se destacam.
A incerteza quanto ao pacote de estímulos que tem vindo a ser negociado nos Estados Unidos mantém-se, entre constantes avanços e recuos. Mais recentemente, a Casa Branca mostrou abertura para discutir um pacote mais abrangente, que não se concentre apenas no setor da aviação, ao contrário daquilo que Trump havia defendido no dia anterior.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, aprecia 0,24% para os 369,20 pontos, e é acompanhado no verde por Paris, Londres, Amesterdão. O setor do petróleo e gás, tal como o das matérias-primas, impulsiona a negociação, num dia em que o ouro negro se prepara para fechar uma semana com ganhos acumulados de mais de 10%. Numa nota mais negativa, Lisboa, Madrid e Frankfurt alinham-se no vermelho.
Ainda a puxar a Europa para o terreno positivo estão várias cotadas, refletindo as perspetivas melhoradas que foram publicadas pelas entidades em questão. É o caso da farmacêutica Novo Nordisk, que salta 3,72% para as 455,70 coroas dinamarquesas, ainda assim abaixo dos 13,88% que valorizam os títulos da Pandora. Já a British Land beneficia 4,38%, depois de ter anunciado uma restituição dos dividendos.
Sim-e-não nos estímulos deixa dólar em dia não
A nota verde está a desvalorizar, invertendo novamente a tendência da sessão anterior, numa altura em que tem oscilado entre o verde e o vermelho diariamente, desde 29 de setembro.
Este ativo de refúgio perde terreno com mais uma reviravolta na negociação do pacote de estímulos nos Estados Unidos, depois de o secretário do Tesouro ter afirmado que, afinal, a administração de Trump está disponível para avançar com um pacote mais abrangente. Esta tinha sido uma condição sine qua non apresentada no dia anterior pela democrata Nancy Pelosi, e que na altura fez adivinhar um novo bloqueio nas discussões para os apoios.
Neste cenário, o euro sobe 0,31% para os 1,1795 dólares.
Petróleo sobe mais de 10% na semana, puxado pelo furacão
O "ouro negro" está a valorizar no final de uma semana de subidas pujantes, o que resulta em ganhos acumulados de mais de 10% nos últimos cinco dias.
O petróleo segue em alta guiado pelo movimento do furacão Delta, que está a forçar os produtores a interromperem 92% da produção de crude ao longo do Golfo do México. As previsões apontam para que este furacão atinja a costa do Louisiana esta sexta-feira, depois de ter afetado a península de Yucatan. Paralelamente, greves na Noruega também afetam a produção neste país, que cai para quase um quarto na semana.
Contudo, uma parte relevante dos ganhos semanais surgiu no início da semana, na altura em que foi anunciado que Donald Trump abandonaria o hospital onde estava a ser tratado para combater o coronavírus.
O barril de Brent, negociado em Londres, avança 0,37% para os 43,50 dólares, o correspondente a uma valorização semanal de 10,80%. Já o nova-iorquino West Texas Intermediate avança 0,36% para os 41,34 dólares, e na semana supera mesmo o "irmão" londrino, ao somar 11,61%, no maior ganho semanal desde junho.
Ouro sobe pela terceira sessão
O ouro está a negociar em alta pela terceira sessão consecutiva, numa altura em que o dólar segue em queda devido à expectativa de que a Casa Branca poderá avançar em direção a um pacote de estímulos abrangente para apoiar a economia.
Depois de vários avanços e recuos durante os últimos dias, ontem o secretário do Tesouro Steven Mnuchin comunicou a Nancy Pelosi que o presidente Donald Trump quer um pacote de estímulos abrangente. Isto depois de o presidente dos Estados Unidos ter suspendido as negociações entre democratas e republicanas sobre os apoios orçamentais, a meio da semana, para depois sugerir que podiam avançar apenas com apoios setoriais, como às companhias aéreas.
Agora, o presidente volta a mostrar interesse em avançar com apoios mais abrangentes, o que está a penalizar o dólar norte-americano.
Nesta altura, o ouro avança 0,85% para 1.909,98 dólares.
Juros de Itália e Grécia atingem mínimos históricos
Esta sexta-feira está a ser marcada por novas descidas nos juros da dívida dos países do euro que, em alguns casos, já atingiram novos mínimos históricos.
É o caso de Itália, onde a yield associada às obrigações a dez anos cai 0,7 pontos para 0,750%, o valor mais baixo de sempre, e o da Grécia, onde os juros a dez anos estão num novo mínimo histórico, a descer 2,7 pontos para 0,854%.
Em Portugal, a tendência é semelhante, com a yield das obrigações a dez anos a negociar no valor mais baixo em um ano. A queda é de 1,3 pontos para 0,182%, o valor mais baixo desde 31 de outubro do ano passado.
Em Espanha, os juros recuam 0,9 pontos para 0,188% e na Alemanha descem 0,6 pontos para -0,533%.
Roda-viva dos estímulos volta a permitir otimismo
As bolsas asiáticas fecharam em direções muito díspares, mas os futuros dos Estados Unidos e da Europa mostram-se mais unânimes no verde, depois de mais uma reviravolta quanto ao pacote de estímulos norte-americano.
O japonês Topix caiu 0,5%, o australiano S&P/ASX 200 e o Hang Seng de Hong Kong não mostraram alterações, enquanto o Compósito de Xangai reforçou em força, 1,7%.
A democrata Nancy Pelosi já havia vindo a público informar que o seu partido se opunha a avançar com um pacote de estímulos que olhasse apenas ao setor da aviação, exigindo uma abordagem mais abrangente para chegar a entendimento. Mas depois deste aparente bloqueio nas negociações, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin assegurou a Pelosi que a administração Trump pretende lançar um pacote mais alargado.
"Provavelmente não vamos ver nenhum apoio adicional à economia até janeiro de 2021, na melhor das hipóteses", afirmou uma analista do Pacific Investment Management, em declarações à Bloomberg.
Os investidores parecem estar a ultrapassar a incerteza quanto aos estímulos à economia norte-americana reconfortados pela convicção de que Joe Biden ganhará as eleições presidenciais, à medida que este candidato vai reforçando a liderança nas sondagens.