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Powell não abala ganhos. Europa dá continuidade a "rally" de novembro
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Powell não abala ganhos. Europa dá continuidade a "rally" de novembro
As bolsas europeias entraram em dezembro com ganhos, estendendo o "rally" de novembro - que viu o índice de referência do Velho Continente (Stoxx 600) somar mais 1,2 biliões de dólares em capitalização bolsista ao registar o melhor mês desde janeiro.
O Stoxx 600 ganhou 0,99% para 466,20 pontos, um máximo de quatro meses. Entre os 20 setores que compõem o índice de referência, o mineiro foi o que mais subiu, ao escalar mais de 4%, sustentado por dados da produção industrial da China que mostraram um crescimento inesperado em novembro.
Ainda com subidas robustas estiveram os setores das viagens, imobiliário e retalho - com valorizações a rondar os 2%.
Esta sexta-feira os investidores estiveram a avaliar as palavras do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que arrefeceu a crescente expectativa de Wall Street de que o banco central irá começar proceder a cortes nos juros diretores já no primeiro semestre de 2024, tendo afirmado que a cautela continuará a imperar.
Aliás, Powell não afastou a possibilidade de a taxa dos fundos federais – atualmente em máximos de 22 anos – poder voltar a subir, se tal for necessário.
"A combinação de números da inflação abaixo do esperado e os dados da atividade económica robustos têm levado a um 'rally' no mercado acionista", justificaram analistas do Goldman Sachs, numa nota a que a Bloomberg teve acesso.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax pulou 1,12%, o francês CAC-40 valorizou 0,48%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,64%, o britânico FTSE 100 somou 1,01% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,82%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,83%.
Juros aliviam na Europa com cenário "dovish" de Villeroy
Apesar de as bolsas estarem em alta, os investidores continuam a procurar também ativos mais seguros, como é o caso das obrigações soberanas – e a maior aposta na dívida faz descer os juros, cenário que hoje se verifica de novo na Europa.
A queda dos juros acontece também numa altura em que nos mercados monetários começam a aumentar a aposta num corte dos juros diretores na Europa, depois de François Villeroy, governador do Banco de França e membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) ter dito que o movimento de subida das taxas terminou se não houver quaisquer choques.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos encerraram a ceder 9,9 pontos base para 2,981%, ao passo que em Espanha, na mesma maturidade, recuaram 11,3 pontos base para 3,353%.
Por seu lado, as "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, seguiram a mesma tendência, a aliviar 8,6 pontos base para 2,358%.
Em Itália, o movimento foi similar, com as rendibilidades das obrigações a 10 anos a recuarem 12,9 pontos base para 4,091%.
A dívida italiana teve assim o melhor desempenho da maioria dos seus pares da Zona Euro pela maior procura que teve – após a atividade industrual ter diminuído inesperadamente em novembro. O seu "spread" face à Bunds na mesma maturidade estreitou-se pela sétima semana consecutiva, naquela que é a maior série desde julho de 2019.
Já no Reino Unido os juros das Gilts caíram 3,7 pontos base para 4,133%.
Petróleo entre ganhos e perdas a digerir anúncio da OPEP+
Os preços do "ouro negro" seguem entre ganhos e perdas nos principais mercados internacionais, depois de ontem terem caído 2% - já que muitos investidores não parecem ter ficado convencidos de que o corte adicional da oferta de crude anunciado pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) seja suficiente para fazer subir as cotações da matéria-prima.
Na sessão desta sexta-feira, os preços têm estado a oscilar entre subidas e descidas.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue com um ganho marginal de 0,04% para 75,99 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 0,06% % para 80,81 dólares.
Ouro a caminho de terceira semana de ganhos
O metal amarelo está a negociar em alta, a caminho da terceira semana consecutiva de saldo positivo, animado pela crescente convicção de que a Reserva Federal norte-americana não só já parou de subir os juros diretores como em breve poderá começar a cortá-los – isto devido ao atenuar das pressões inflacionistas.
O ouro a pronto (spot) segue a somar 0,16% para 2.039,09 dólares por onça no mercado londrino de metais (LME). No acumulado da semana avança 2,3%. O metal precioso ganhou 60 dólares em novembro, naquele que foi o segundo mês consecutivo de valorização.
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro estão a valorizar 0,45% para 2.047,20 dólares por onça.
Wall Street sem direção definida à espera de ouvir Powell
Os principais índices em Wall Street abriram entre ligeiras subidas e descidas, com os investidores a aguardarem as palavras do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, à procura de pistas sobre o futuro da política monetária.
O industrial Dow Jones avança 0,03% para 35.961,18 pontos, renovando máximos do ano registados no fecho desta quinta-feira.
Já o S&P 500 recua 0,28% para 4.555,11 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,62% para 14.137,23 pontos. Ambos tiveram o maior ganho mensal em novembro desde julho do ano passado.
Os últimos dados da inflação mostram um abrandamento na subida dos preços, mas depois de declarações opostas de membros da Fed os investidores irão estar especialmente atentos ao discurso de Powell.
Neste momento os "traders" apontam para que as taxas de juro permaneçam inalteradas em dezembro e uma possibilidade, em 48%, do primeiro corte, de 25 pontos base, ser em março. Para maio a expectativa de um corte dos juros é mais elevada, de 78%.
Entre os principais movimentos de mercado, a Tesla perde 2,88%, após ter divulgado os preços do novo Cybertruck, que ficam acima do inicialmente esperado. Cada unidade do novo veículo deverá começar nos 60.990 dólares.
Taxa Euribor desceu hoje a três, seis e 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três, a 12 e a seis meses, face a quinta-feira, tendo neste último caso ficado próxima dos 4%.
Com as alterações de hoje, a Euribor a seis meses atingiu os 4,004%, uma redução de 0,025 pontos em relação ao dia anterior, aproximando-se assim dos 4%.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, continuava hoje abaixo dos 4%, depois de ter descido, na quarta-feira, pela primeira vez desde 16 de junho. Assim, hoje, voltou a reduzir-se em 0,024 pontos para 3,902%.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respetivamente.
A Euribor a três meses estava nos 3,960%, menos 0,004 pontos do que no dia anterior.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.
*Lusa
A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa pintada de verde. Otimismo reina antes de discurso de Jerome Powell
As bolsas europeias valorizam, antes dos comentários do presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, que se espera que hoje dê luzes sobre o futuro da política monetária dos EUA.
O Stoxx 600 – "benchmark" para o bloco – ganha 0,72% para 464,95 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice de referência, o das matérias-primas é o que mais ganha, 3,43%, seguido do tecnológico, do das viagens e do retalho.
Pela negativa destaca-se apenas o petróleo, apesar de um anúncio da OPEP+ de mais cortes na oferta.
Entre as principais praças europeias, Madrid avança 0,53%, Frankfurt arrecada 0,79% e Paris soma 0,58%. Milão sobe 0,51%, Amesterdão cresce 0,90% e Londres ganha 0,82%. Por cá, a bolsa de Lisboa segue a tendência das principais praças, mas valoriza apenas 0,01%.
Jerome Powell deverá falar hoje em Atlanta. "Os dados parecem destacar que a economia dos EUA pode estar desaceleração", afirmam analistas da OCBC, numa nota citada pela Bloomberg. "O arrefecimento da procura pode reforçar a ideia de que a Fed provavelmente terminou o aperto para o ciclo atual e ajuda a criar expectativas de que o Fed comece a cortar as taxas de juro" no segundo trimestre do próximo ano.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram esta sexta-feira.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, aliviou 2,7 pontos base para 2,417%. Os juros da dívida portuguesa a dez anos recuaram 2,2 pontos base para 3,058%.
A rendibilidade da dívida espanhola, por sua vez, reduziu-se em 3,7 pontos base para 3,428%, os juros da dívida italiana recuaram 6,7 pontos para 4,153% e os juros da dívida francesa desceram 3,6 pontos para 2,982%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica recuaram 0,6 pontos base para 4,164%.
Ouro brilha com expectativa de alívio monetário. Dólar volta a cair
O ouro encaminha-se para a terceira semana de ganhos, perante sinais de que uma economia americana mais arrefecida vai apoiar o metal amarelo no próximo ano.
O ouro a pronto valoriza 0,51% para 2.046,75 dólares por onça.
O índice de despesas do consumidor norte-americano, apontado pelos especialistas como o indicador preferido da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) para a definição da sua política monetária, avançou 0,2% em termos homólogos, em linha com as expectativas do mercado. Já os pedidos de subsídio de desemprego aumentaram mais que o esperado. Os dados vêm dar força à ideia de que o aperto monetário da Fed chegou ao fim, com o mercado a apostar na possibilidade de um corte em março. Juros mais baixos são normalmente positivos para o ouro.
Já o dólar caíu esta sexta-feira, com o euro a valorizar, após quedas acentuadas durante a noite, com os traders a avaliarem dados que indicam um abrandamento da inflação e consequente possível corte de juros.
O euro valorizava esta manhã 0,09% para 1,0898 dólares. A moeda americana perdia também face ao iéne (-0,29%) e contra o dólar canadiano (-0,31%) e o franco suíço (-0,22%).
Petróleo em queda apesar de anúncio de corte de oferta da OPEP+
O petróleo desvaloriza, apesar do anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados – o chamado grupo OPEP+ – de que irá cortar a oferta de crude ao mercado. O objetivo era precisamente tentar impedir que os preços da matéria-prima continuem a cair, mas a Bloomberg refere que a proposta foi vaga e confusa.
West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – recua 0,41% para 75,65 dólares por barril.
Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cede 0,48% para 80,47 dólares por barril.
A OPEP+ decidiu esta quinta-feira cortar adicionalmente em torno de 2,2 milhões de barris por dia.
Esta redução vem juntar-se a um esforço adicional de aperto das torneiras por parte da Arábia Saudita, que retirou de mais um milhão de barris por dia à sua oferta, tendo a Rússia anunciado igualmente uma diminuição diária extra de 300.000 barris – ambas até ao final deste ano. Assim, o total da retirada de crude do mercado rondava atualmente os cinco milhões de barris diários.
Estes cortes visam manter os preços sustentados, ou pelo menos impedir que caiam muito, mas a prevista desaceleração económica mundial deixa recear uma menor procura pela matéria-prima, o que tem levado as cotações a cederem terreno.
O resultado da reunião da OPEP+ foi "um emaranhado confuso", disse à Bloomberg Vandana Hari, fundadora do Vanda Insights. "Estes são ainda cortes voluntários, e esse é um dos motivos da desilusão", explicou.