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Fecho dos mercados: Investidores à defesa na preparação para uma quinta-feira repleta de riscos
Reunião do BCE, eleições no Reino Unido e audição no Senado do antigo director do FBI. São eventos agendados para esta quinta-feira e que levaram a uma abordagem mais defensiva por parte dos investidores. O ouro e o iene saíram beneficiados. E as bolsas caíram.
Os mercados em números
PSI-20 valorizou 0,78% para 5.319,21 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,67% para 389,40 pontos
S&P 500 desce 0,10% para 2.433,82 pontos
Juros da dívida a dez anos sobem três pontos base para 3,085%
Euro ganha 0,12% para 1,1268 dólares
Brent sobe 0,22% para 49,58 dólares
Investidores à defesa antes da quinta-feira de todas as decisões
O índice europeu Stoxx 600 desvalorizou 0,67%, a segunda queda consecutiva. Os investidores aparentam estar com uma abordagem mais defensiva antes dos eventos agendados para esta quinta-feira, como as eleições no Reino Unido e a reunião do BCE. Nos 19 índices sectoriais do Stoxx 600, houve cinco a perder mais de 1% (indústria química, farmacêuticas, seguradoras, construção e serviços financeiros). E apenas quatro encerraram a sessão no verde ("utilities, mineiras, bebidas e alimentação e petrolíferas).
"A Europa teve uma subida muito forte e, tacticamente, faz sentido contar com um desempenho mais moderado por algum tempo", disseram os analistas do Morgan Stanley numa nota a investidores, citada pela Reuters.
Já o PSI-20 escapou às quedas na Europa. O índice da bolsa nacional subiu 0,78%, puxado pelas recuperações de 3,64% da REN e de 2,84% da EDP. Apenas quatro cotadas terminaram a sessão no vermelho: as unidades de participação do Montepio (-5,95%), o BCO (-1,23%) e a Sonae e Nos, que desceram cerca de 0,10%.
Juros portugueses não acompanham descidas na Zona Euro
O dia até foi marcado pela descida das taxas de juro na maior parte das obrigações soberanas da Zona Euro. Mas a taxa portuguesa subiu, no dia em que o BCE revelou que voltou a travar para um novo mínimo as compras de títulos portugueses. A "yield" nacional a dez anos aumentou três pontos base para 3,085%, a terceira sessão seguida de agravamento. Já a taxa germânica, vista como a referência na Zona Euro, baixou 3,4 pontos base para 0,252% o que, a par da subida dos juros nacionais, levou a uma subida do prémio de risco para 283 pontos base.
Nos outros países do Sul da Europa, a taxa espanhola a dez anos baixou quatro pontos base para 1,539%, enquanto a "yield" italiana caiu 1,8 pontos base para 2,256%, interrompendo uma sequência de quatro subidas seguidas.
Euribor a seis meses com novo mínimo
A taxa Euribor a seis meses atingiu um novo mínimo histórico. Baixou 0,1 pontos base para -0,257%. Também a taxa a 12 meses está renovou o valor mais baixo de sempre ao descer para -0,133% segundo dados da Lusa. Já o indexante a três meses ficou inalterado em -0,329%, o que compara com o mínimo histórico de -0,332%.
Procura por refúgio leva iene a subir
O iene avança 1,04% face à nota verde, com cada dólar a valer 109,337 ienes. A divisa nipónica está no valor mais alto em mais de um mês, beneficiando do estatuto-refúgio que o mercado tende a atribuir-lhe. Isto numa altura em que os investidores aparentam estar à defesa antes dos eventos agendados para esta quinta-feira: a reunião do BCE, as eleições no Reino Unido e a audição do antigo director do FBI, James Comey, no Senado.
"As pessoas estão atentas a quais os eventos que merecem preocupação, e com tudo a coincidir na quinta-feira, o mercado retirou algumas das posições de risco", referiu, citado pela Reuters, Jeremy Stretch, estratego do CIBC.
Brent abaixo dos 50 dólares apesar da incerteza no Qatar
O petróleo tem negociado sem tendência definida esta sessão, apesar da tensão no Médio Oriente com o corte de relações diplomáticas de vários países com o Qatar. Os analistas apostam que esse corte de relações não tenha impacto nos cortes de produção acordados entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. O Brent sobe 0,22% para 49,58 dólares, mas já esteve a desvalorizar 0,95%. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, ganha 0,49% para 47,63 dólares depois de também ter estado a perder quase 1%.
Ouro em máximo de seis meses antes de eleições no Reino Unido
O ouro sobe 1,13% para 1.294,28 dólares, negociando no valor mais alto dos últimos seis meses. O activo-refúgio está a atrair investidores numa semana marcada por vários focos de incerteza. Esta quinta-feira, os britânicos vão às urnas para escolher o futuro governo. Nos EUA, o antigo director do FBI, James Comey, será ouvido no Senado sobre as alegadas relações de Donald Trump com a Rússia. E, no Médio Oriente, os investidores tentam ainda perceber as consequências da tensão diplomática em torno do Qatar. Além disso, o mercado está na expectativa a possíveis alterações de discurso do BCE antes da reunião desta quinta-feira.