Notícia
Setor mineiro ganha mais de 2% e iça Europa. Juros portugueses em máximos de 2017
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
Setor mineiro ganha mais de 2% e impulsiona Europa
Os principais índices europeus terminaram a sessão em alta, com o setor mineiro a subir mais de 2% e a ofuscar receios do impacto da subida das taxas de juro na economia e da subida dos preços do petróleo.
O índice de referência, Stoxx 600, avançou 0,36% para 448,50 pontos, após ter atingido mínimos de finais de março na sessão de ontem. A banca e o setor mineiro registaram os maiores ganhos, ao passo que as "utilities" (água, luz, gás) desvalorizaram.
Entre os principais movimentos de mercado, a Scott Pharma subiu 16% na sua primeira sessão de negociação depois de ter angariado 813 milhões de euros numa oferta pública inicial, a maior na Alemanha este ano.
Apesar do ganho na sessão de hoje, o "benchmark" europeu continua a caminho da primeira queda trimestral em 2023, com o estado das economias europeias a gerar elevadas preocupações. Uma das exceções poderá ser o londrino FTSE Mib, onde as "commodities" têm um grande peso, e que tem, por isso, beneficiado do aumento dos preços do crude.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,7%, o francês CAC-40 valorizou 0,63%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,54%, o britânico FTSE 100 subiu 0,11% e o espanhol IBEX 35 pulou 1,02%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,59%.
Juros da dívida portuguesa a 10 anos em máximos de mais de seis anos
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta quarta-feira, com a "yield" da dívida pública portuguesa no nível mais alto desde finais de abril de 2017.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos agravaram-se 8,3 pontos base para 3,659%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo vencimento subiu 9,1 pontos base para 2,927%, aproximando-se dos 3%.
A rendibilidade dos juros da dívida soberana italiana aumentou 7,7 pontos base para 4,858%, os juros da dívida francesa subiram 8,8 pontos base para 3,488% e os juros da dívida espanhola avançaram 8,1 pontos base para 4,017%, ultrapassando os 4%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica agravaram-se em 12,9 pontos base para 4,481%.
Ouro desvaloriza e segue em mínimos de março
O ouro está a negociar em mínimos de março, apesar de o dólar estar a interromper os fortes ganhos registados nos últimos dias.
A subida dos juros das obrigações soberanas está também a pressionar o metal precioso, já que o ouro não rende juros.
O ouro perde 0,52% para 1.865,46 dólares por onça.
"Apesar das subidas de juros pela Fed, os novos dados económicos sobre os Estados Unidos apontam para uma economia sólida", escreveu o analista do UBS, Giovanni Staunovo, numa nota vista pela Bloomberg.
"Expectativas de que a Fed ainda não terminou [o ciclo de aperto da política monetária] e poderá fazer mais está a pesar nos preços do ouro", concluiu.
Dólar interrompe ganhos e desce de máximos de 10 meses
O dólar está a interromper os ganhos desta manhã, mas ainda assim segue a caminho de uma subida semanal. A "nota verde" tem registado uma valorização nas últimas semanas, sustentada por expectativas de que a economia norte-americana vá permanecer mais resiliente ao aperto da política monetária face a outras economias.
O dólar recua 0,56% para 0,9468 euros, enquanto que o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força do da moeda norte-americana face a dez moedas rivais, soma 0,46% para 106,1710 pontos, descendo de máximos de 10 meses.
"O dólar está num ambiente em que está a beneficiar de 'yields' mais altas, mas também de maior nervosismo do mercado", disse à Reuters o analista Vassili Serebriakov, estratega do UBS.
"As 'yields' em todo o mundo estão a subir, mas com a boa performance da economia o dólar ainda está atrativo", completou.
Petróleo cede, mas pouco. Patamar dos 100 dólares continua à vista
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em baixa nos principais mercados internacionais, a corrigirem da subida de ontem – potenciada pela queda dos stocks de crude nos EUA.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a recuar 0,66% para 93,06 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 0,32% para 96,24 dólares.
As reservas norte-americanas de crude diminuíram em 2,2 milhões de barris na semana passada, para 416,3 milhões, quando as projeções dos analistas apontavam para um recuo de apenas 320 mil barris. Isto significa que a procura continua forte, numa altura em que se prevê um maior défice da oferta, o que fez com que as cotações subissem fortemente na sessão de ontem.
Hoje, o movimento é de correção, com os investidores a procederem à tomada de mais-valias para aproveitarem os últimos ganhos – mas as cotações mantêm-se em máximos de 10 meses.
Além da renovada redução da oferta por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+), a Arábia Saudita fechou a torneira a mais um milhão de barris por dia até final do ano, tendo a Rússia anunciado também uma redução diária extra de 300.000 barris atém ao fim de dezembro.
Subida dos preços do petróleo pinta Wall Street de vermelho
Os principais índices em Wall Street abriram a negociar mistos, mas rapidamente viraram para o vermelho, com o aumento dos preços do petróleo a gerar renovados receios de que a inflação possa permanecer elevada, levando, igualmente, a uma política monetária restritiva mais prolongada.
Os investidores vão avaliando dados do PIB dos Estados Unidos e os números de pedidos de subsídio de desemprego referentes à última semana, bem como um discurso do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell.
O Dow recua 0,09% para os 33.518,60 pontos, enquanto o S&P 500 desce 0,19%, para os 4.266,18 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,41% para os 13.039,35 pontos.
A economia norte-americana manteve uma tendência de crescimento estável no segundo trimestre e, de acordo com dados do governo federal, parece ter ganho maior impulso este trimestre, devido à resiliência do mercado laboral.
Entre os principais movimentos de mercado, a Micron Technology perde mais de 4%, depois de ter revelado perdas superiores ao esperado no primeiro trimestre. Já a GameStop sobe acima de 1%, depois de a empresa ter nomeado o ativista multimilionário Ryan Cohen como novo CEO.
Euribor desce a três e a seis meses e sobe a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três e a seis meses e subiu a 12 meses face a quarta-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 4,221%, mais 0,021 pontos do que na quarta-feira, depois de ter subido em 21 de setembro para 4,224%, o atual máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, recuou hoje para 4,125%, menos 0,011 pontos do que na sessão anterior, contra o atual máximo desde novembro de 2008, de 4,136%, registado em 27 de setembro.
A Euribor a três meses também caiu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,955%, menos 0,017 pontos, depois de ter subido em 25 de setembro para 3,977%, um novo máximo também desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Preços do petróleo fazem soar alarmes com inflação e atiram bolsas para o vermelho
Depois de um arranque com ligeiros ganhos, as bolsas europeias estão a negociar no vermelho, pressionadas pela subida de preços do petróleo, que está a acentuar os receios de um novo aumento da inflação. A perspetiva está a levar a um agravamento dos juros das dívidas soberanas na Zona Euro e a eliminar o apetite dos investidores pelo risco.
O Stoxx 600, referência para a região, perde 0,22% para 445,93 pontos, com praticamente todos os setores a desvalorizarem. Os setores das viagens e do retalho registam as quedas mais acentuadas (-1,72% e -0,99%, respetivamente), enquanto o do petróleo & gás é o que mais valoriza, com uma subida de 0,81%.
"A combinação de preços do petróleo e de taxas de juros a subirem não é, obviamente, boa para o mercado acionista. Isto precisa de acalmar. É um 'cocktail' tóxico", afirmou Arnaud Girod, analista na Kepler Cheuvreux.
Juros agravam-se na Zona Euro
As "yield" das obrigações na Zona Euro estão a agravar-se, com os juros da dívida pública portuguesa no nível mais alto desde 2017.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos sobem 6,4 pontos base para 3,639%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo agrava-se 4,8 pontos base para 2,885%. No caso da maior economia europeia, trata-se do nível da "yield" da dívida soberana mais alto desde 2011.
Os juros da dívida soberana francesa aumentam 5,4 pontos base para 3,453% e os juros da dívida italiana agravam-se 7,7 pontos base para 4,858%. Já os juros da dívida espanhola somam 5,9 pontos base para 3,994%, no dia em que foi divulgado que a taxa homólogoa da inflação em Espanha fixou-se nos 3,5% em setembro.
É o terceiro aumento consecutivo da inflação no país, depois de uma tendência de descida no último ano. Já a inflação subjacente (que exclui os preços da energia e dos alimentos) foi de 5,8% em setembro, menos três décimas do que em agosto.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica sobem 7,4 pontos base para 4,426%.
Euro valoriza face ao dólar
O euro está a esta hora a valorizar ligeiramente face ao dólar, que, ainda assim, continua em máximos desde novembro.
A moeda única europeia sobe 0,09% para 1,0512 dólares.
O dólar tem sido fortemente impulsionado pelas perspetivas de que a política monetária vai manter-se restritiva durante mais tempo. E a previsão, segundo o UBS, é de que os bons ventos a favor da nota verde vão continuar. O banco reviu em alta a recomendação do dólar e em baixa a do euro.
A robustez da moeda norte-americana está também a pressionar o iene, com o economista Eisuke Sakakibara, ex-membro do governo japonês e conhecido por ter forte influência no desempenho da moeda, admitiu que o banco do Japão poderá intervir no mercado cambial caso a moeda atinja os 150 ienes.
A esta hora, o dólar desliza 0,22% para 149,3 ienes.
Ouro com ganhos ligeiros após queda para mínimos de março
O ouro está a valorizar ligeiramente, depois de ontem ter caído para mínimos de março ao tocar nos 1.872 dólares por onça. O metal precioso tem sido penalizado pela força do dólar, que tem brilhado como ativo-refúgio, numa altura em que a perspetiva de que as taxas de juro vão manter-se elevadas durante mais tempo está a gerar incerteza nos mercados.
O ouro a pronto (spot) valoriza 0,13% para 1.877,59 dólares por onça, enquanto o paládio soma 0,35% para 1.230,13 dólares e a platina cresce 0,14% para 893,42 dólares.
São esta quinta-feira divulgados os números de novos pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos, o que poderá ter influência na negociação do ouro, uma vez que sinalizam o estado do mercado laboral - um aspeto para o qual a Reserva Federal (Fed) norte-americana olha no momento de decidir o curso da política monetária.
Menor oferta de "crude" impulsiona petróleo. Gás valoriza
O petróleo dá esta quinta-feira continuidade aos ganhos, impulsionado por uma quedas das reservas de crude nos Estados Unidos.
As reservas em Cushing, no estado de Oklahoma, que é o ponto de entrega dos contratos de futuros do WTI, recuaram para 22 milhões de barris, o nível mais baixo desde julho de 2022, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento norte-americano da Energia. Os números estão a ser vistos como prova de um défice na oferta global da matéria-prima, o que está a impulsionar os preços de crude.
O West Texas Intermediate (WTI na sigla em inglês), referência para os Estados Unidos, valoriza 0,83% para 94,46 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,75% para 97,27 dólares por barril.
No início de setembro, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEC na sigla em inglês), previu um défice de 3 milhões de barris de petróleo por dia no quarto trimestre. E com a procura por parte das duas maiores economias, Estados Unidos e China, a mostrar-se estável, o mercado vê como muito provável que o ouro negro atinja os 100 dólares por barril.
No mercado do gás natural, a matéria-prima negociada em Amesterdão, o TFF, valoriza 3,4% para 40,6 euros por megawatt-hora, num dia em que a Gazprom deu como concluída a manutenção do gasoduto na Sibéria.
Europa aponta para ganhos ligeiros. Vermelho domina na Ásia
As bolsas europeias apontam para um arranque com ligeiros ganhos, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a subirem 0,3%.
A Europa dá assim sinais de um arranque positivo, apesar de a narrativa de que as taxas de juro vão manter-se elevadas durante mais tempo se mostrar cada vez mais sólida. A reforçar a possibilidade está a subida dos preços do petróleo, que ameaça dar gás à inflação.
Na Ásia, a negociação fechou maioritariamente no vermelho, num dia em que as bolsas continuam a ser pressionadas pela perspetiva de taxas de juro elevadas e pelos receios quanto à crise imobiliária na China. A negociação das ações de duas subsidiárias da Evergrande, a Evergrande Property Services, dedicada aos serviços imobiliários, e a Evergrande New Energy Vehicle, que opera veículos elétricos, foi interrompida às 09h00 (02h00 em Lisboa), de acordo com avisos publicados no site da bolsa de Hong Kong. A suspensão acontece um dia depois da agência de informação financeira Bloomberg ter avançado, citando fontes não identificadas, que o presidente do Evergrande, o bilionário Xu Jiayin, foi detido no início deste mês pelas autoridades chinesas.
Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,34%, enquanto no Japão, o Topix desvalorizou 1,43% e o Nikkei cedeu 1,54%. Os índices japoneses registaram quedas de mais de 1% num dia em que várias cotadas entraram em ex-dividendo e que os investidores continuam a monitorizar o risco de elevadas taxas de juro. Apenas Xangai, na China, e Kospi, na Coreia do Sul, registaram ganhos, embora muito ligeiros (0,02% e 0,08%, respetivamente).
"O mercado precisa de se ajustar a custos de financiamento mais altos e ao risco de uma duração mais longa. A chave da incerteza que adiciona complicação é, claro, o preço do petróleo", afirmou Koon How Heng, analista no United Overseas Bank, à Bloomberg.