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Ações europeias avançam apesar de escalada do conflito no Médio Oriente
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados financeiros durante esta segunda-feira.
Ações europeias avançam apesar de escalada do conflito no Médio Oriente
As ações europeias fecharam o primeiro dia da semana com ganhos, apesar de os riscos geopolíticos no Médio Oriente, depois do ataque do Irão ao Israel, se terem reacendido.
O "benchmark" europeu Stoxx 600 terminou ligeiramente acima da linha de água (0,06%) nos 505,57 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice de referência europeu, o retalho liderou os ganhos.
Também a banca se destacou, com o impulso do Goldman Sachs, que apresentou receitas referentes ao primeiro trimestre acima do previsto.
Entre as principais praças europeias que terminaram com ganhos, Frankfurt avançou 0,54% e Paris valorizou 0,43%. Já Amesterdão fechou ligeiramente acima da linha de água (0,07%), enquanto Milão arrecadou 0,56% e Espanha subiu 0,01%.
Pelo contrário, o índice de referência português fechou com uma perda de 1,08%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta segunda-feira, traduzindo um menor apetite dos investidores em obrigações, enquanto aguardam com cautela mais desenvolvimentos da escalada de tensão no Médio Oriente, no seguimento do ataque do Irão a Israel deste fim de semana.
Depois das previsões de três cortes nas taxas de juro ao longo do ano referidas por Gediminas Simkus, foi a vez de Peter Kazimir, membro do Banco Central Europeu e governador do Banco Nacional da Eslováquia, admitir uma primeira descida em junho, pedindo, no entanto, ponderação nos meses seguintes. "Mesmo após o primeiro corte nas taxas, a nossa política monetária permanecerá restritiva - é necessário que assim seja", afirmou.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, subiram 9,5 pontos base, para 3,110%, enquanto em Espanha a "yield" agravou-se em 9,4 pontos, para 3,273%.
Os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, registaram uma subida de 8,1 pontos base, para 2,437%.
A rendibilidade da dívida francesa aumentou 9,5 pontos base, para 2,953%, enquanto a da dívida italiana somou 11,7 pontos para os 3,871%.
Fora da Zona Euro, os juros das gilts britânicas, também a dez anos, escalaram 10,4 pontos base para 4,239%.
Ouro beneficia de tensão no Médio Oriente
Os preços do ouro estão a negociar em alta, após um fim de semana de escalada de tensões no Médio Oriente, cuja antecipação levou o metal precioso a ganhar 1,2% durante última sessão, antes de os investidores procederem à tomada de mais-valias e corrigirem o ganho.
O metal amarelo soma agora 0,21% para os 2.349,39 dólares por onça. Desde meados de fevereiro, já subiu quase 20%, aponta a Reuters.
O ouro tem estado a negociar com alguma volatilidade esta segunda-feira, devido à retaliação do Irão contra Israel no sábado, que fez aumentar a procura por ativos-refúgio, como é o caso do ouro. Na última sessão, o metal amarelo atingiu os 2.431,29 dólares, em antecipação ao ataque.
Por outro lado, as vendas mais altas do que o previsto no comércio a retalho nos EUA em março levam os investidores a recearem um adiamento do corte de taxas de juro, previsto pela Reserva Federal (Fed) norte-americana. O mercado prevê agora pelo menos dois cortes de 25 pontos base até ao final do ano. Até agora, a expectativa era de três descidas.
"Não creio que a recuperação do ouro tenha terminado de forma alguma, já que as expectativas quanto a cortes nas taxas ainda existem", disse Daniel Pavilonis, estrategista da RJO Futures à Reuters.
Outros fatores geopolíticos continuam a sustentar os avanços do ouro, como as compras pelos bancos centrais e a guerra na Ucrânia, o que levou alguns bancos de Wall Street a elevarem as previsões de preços para o metal amarelo: o Goldman Sachs, por exemplo, espera que o metal chegue aos 2.700 dólares por onça até ao final do ano, impulsionado pelo corte de taxas de juro pela Fed.
Noutros metais preciosos, a prata cresce 2,65% para os 28,62 dólares. Já a platina e o paládio caem 1,05% e 1,42%, respetivamente.
Dólar abre semana no verde depois de subida inesperada das vendas a retalho
O dólar abriu a semana ganhar contra o euro, num dia em que os dados das vendas a retalho nos EUA de março aumentaram mais do que o esperado.
As vendas a retalho aumentaram 0,7% no mês passado - acima dos 0,3% esperados pelos economistas - e os dados relativos a fevereiro foram revistos em alta, mostrando uma recuperação de 0,9% em vez dos anteriores 0,6%.
O dólar ganha, desta forma, 0,19% para 0,9409 euros. A subida da moeda norte-americana acontece apesar de alguma pressão derivada do ataque do Irão a Israel, que podia empurrar o mercado para ativos-refúgio.
Mas a maior valorização veio contra o iene japonês, com a nota verde a subir 0,65% para 154,279 ienes, num dia em os investidores de "hedge funds" apostaram contra a divisa japonesa. O iene caiu, assim, para o valor mais baixo desde 1990.
Petróleo desvaloriza perto de 1%, apesar de ataque do Irão a Israel
Ao contrário das expetativas iniciais de que o preço do petróleo podia continuar a valorizar na sequência do ataque do Irão a Israel, a matéria-prima recua esta tarde cerca de 1% no mercado norte-americano e europeu.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desvaloriza 0,92% para 84,87 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, perde 1,01% para 89,54 dólares por barril.
A diminuição do risco de retaliação por parte de Israel, uma vez que os Estados Unidos já indicaram que não participarão numa contra-ofensiva, está a ser apontada pelos analistas como responsável por esta desvalorização. No entanto, "é expectável que as condições geopolíticas sejam incorporadas no preço do petróleo no futuro previsível", afirma Bem Hoff, analista da Societe Generale, à Bloomberg.
O petróleo tem estado a ser negociado em máximos de cinco meses, justificado pelas tensões geopolíticas no Médio Oriente e pela decisão da OPEP+ de diminuir a oferta da matéria-prima. Vários observadores esperam mesmo que o preço do crude, negociado no mercado europeu, possa chegar aos 100 dólares por barril entre agosto e setembro – um valor não alcançado há dois anos.
Dados económicos robustos e alívio de tensões geopolíticas dão ganhos a Wall Street
As bolsas norte-americanas arrancaram a semana em terreno positivo, beneficiando de dados económicos animadores e de uma maior expectativa de que o conflito no Médio Oriente não irá, afinal, alastrar-se a toda a região.
Isto depois de o ataque do Irão a Israel durante o fim de semana ter feito soar alarmes um pouco por todo o mundo, com as maiores economias a temerem uma retaliação de Telavive.
O S&P 500, referência para a região, valoriza 0,77% para 5.162,88 pontos, o industrial Dow Jones sobe 0,91% para 38.328,25 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,63% para 16.277,34 pontos.
Além das perspetivas quanto às tensões geopolíticas, as ações norte-americanas estão também a beneficiar de vendas a retalho acima do esperado em março. Segundo os dados hoje publicados, as vendas a retalho subiram 0,7% no mês passado, mais do que o esperado pelos economistas.
As contas do Goldman Sachs, antes da abertura da negociação, também contribuíram para o sentimento do mercado. O banco norte-americano registou receitas de 14,21 mil milhões de dólares e lucros de 4,13 mil milhões nos primeiros três meses deste ano. Os resultados deram força às ações, que valorizam 4,55% para 407,21 dólares.
Também a Nvidia lidera hoje os ganhos entre as "megacap", empresas com uma capitalização bolsista acima dos 200 mil milhões de dólares, com uma subida de 2,34% para 902,5 dólares. Em sentido contrário, a Apple cede 1,09% para 174,62 dólares, após ter visto as entregas de iPhone para venda registarem uma queda homóloga de 9,6% no primeiro trimestre deste ano, segundo os dados da IDC.
"Temos uma economia que nos continua a surpreender pela positiva", afirmou Chris Larkin, da E*Trade, em declarações à Bloomberg. Também Jamie Cox, do grupo Harris Financial, destaca o forte consumo. "O consumidor está a consumir, muito", defendeu, acrescentando que não há sinais de um abrandamento económicos.
Europa mantém ganhos apesar de incerteza geopolítica
As bolsas europeias negoceiam maioritariamente no verde esta segunda-feira, com os investidores a mostrarem algum apetite pelo risco apesar da incerteza geopolítica. Isto porque há uma maior expectativa de que Israel não deverá responder ao ataque do Irão, que aconteceu durante o fim de semana.
O Stoxx 600, referência para a região, valoriza 0,19% para 506,21 pontos, com o setor automóvel a comandar as subidas entre os principais setores que compõem o índice (0,97%).
Entre as principais movimentações, as empresas de defesa e segurança aérea SAAB AB, Thales e a Leonardo ganharam à boleia das tensões geopolíticas no Médio Oriente. A SAAB e a Leonardo registam uma subida de mais de 1%, enquanto a Thales avança 0,8%.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax30 sobe 0,71%, o francês CAC-40 ganha 0,46%, o espanhol Ibex 35 soma 0,17%, o italiano FTSE Mib valoriza 0,87% e o AEX, em Amesterdão, regista uma subida de 0,03%. Já o britânico FTSE Mib cede 0,4%.
Os investidores vão estar hoje atentos aos desenvolvimentos no Médio Oriente, com o ataque do Irão a Israel - que desde outubro está em guerra com o grupo Hamas -, durante o fim de semana, a aumentar a hipótese de um alastramento do conflito na região.
Além da situação geopolítica, o foco estará também na divulgação de novos dados económicos na Zona Euro e na apresentação de contas relativas ao primeiro trimestre em diferentes países. Esta segunda-feira, é a vez da britânica JD Sports e do banco norte-americano Goldman Sachs.
Juros agravam-se na Zona Euro com menor procura por obrigações
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta segunda-feira, o que sinaliza uma menor aposta em obrigações. Isto num dia em que os investidores, além de tentarem perceber se haverá retaliação de Israel ao ataque do Irão, digerem as mais recentes declarações sobre a evolução dos juros do Banco Central Europeu (BCE).
Gediminas Simkus, membro do conselho de governadores do BCE, afirmou hoje que os juros na Zona Euro vão descer este ano, prevendo pelo menos três cortes. Admitiu mesmo uma hipótese superior a 50% de uma quarta.
A "yield" da dívida portuguesa com maturidade a dez anos sobe 4,2 pontos base para 3,057% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, aumenta 3,5 pontos para 2,392%.
A rendibilidade da dívida soberana italiana e francesa agrava-se 3,6 pontos base para 3,789% e 2,894%, respetivamente, enquanto a "yield" da dívida espanhola cresce 3,5 pontos para 3,214%.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, também a dez anos, sobem 5,5 pontos base para 4,19%.
Euro valoriza face ao dólar
O euro está a valorizar face à divisa norte-americana, numa altura em que as tensões geopolíticas e a evolução das taxas de juro dominam as atenções dos investidores.
A moeda da Zona Euro sobe 0,13% para 1,0659 dólares.
Depois de na semana passada o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderá ser "adequado reduzir o atual nível de restritividade da política monetária" caso a avaliação atualizada das perspetivas de inflação, a dinâmica da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária resultarem num aumento de confiança de que a inflação está a convergir para a meta dos 2% de forma sustentada, Gediminas Simkus, membro do conselho de governadores do BCE, admitiu hoje que o banco poderá descer os juros mais de três vezes este ano.
"Vejo uma hipótese de mais de 50% de que haverá mais de três cortes este ano", afirmou, em declarações aos jornalistas.
Além de perder face ao euro, o dólar cede também 0,09% perante o franco suíço e 0,25% frente à libra. Já perante o iene ganha 0,46%.
Ouro ganha com maior procura por ativos-refúgio após ataque do Irão
O ouro está a valorizar, beneficiando de um maior apetite por ativos-refúgio na sequência do ataque do Irão a Israel durante o fim de semana.
O metal amarelo sobe 0,43% para 2.354,5 dólares por onça, mantendo-se perto dos máximos históricos alcançados na sexta-feira (2.431,52 dólares por onça).
"O ouro continua em voga como ativo financeiro dada a combinação de riscos geopolíticos e as perspetivas para as taxas de juro nos Estados Unidos na segunda metade do ano", afirmou Tim Waterer, analista na KCM Trade, em declarações à Reuters. Waterer salienta, aliás, que o metal precioso parece ser "o ativo para todas as ocasiões", tendo em conta o seu desempenho este ano.
O foco dos investidores está hoje no conflito no Médio Oriente, que entrou numa nova fase após o Irão ter disparado mais de 300 mísseis e drones contra Israel. Apesar de a maior parte ter sido intercetada e de não terem sido reportadas vítimas, o ataque marca uma escalada das tensões na região, cujo futuro poderá ser ditado pela reação de Telavive.
O ataque levado a cabo pelo Irão durante o fim de semana foi descrito como "legítima defesa", em resposta ao bombardeamento recente de Israel ao consulado do Irão em Damasco, na Síria. O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, alertou que, caso Israel ou outro país aliado "mostre um comportamento imprudente" avançará "uma resposta muito mais decisiva e violenta".
Os Estados Unidos instaram Israel a não responder ao ataque.
Noutros metais, o paládio desliza 0,42% para 1.048,03 dólares e a platina recua 0,3% para 973,85 dólares.
Petróleo alivia à espera de novos desenvolvimentos no Médio Oriente
Os preços do petróleo estão a descer, numa altura em que diminui a expectativa de um alastramento do conflito no Médio Oriente.
Isto depois de, durante o fim de semana, na sequência do ataque do Irão a Israel, os preços do crude terem subido, à boleia de receios de que uma retaliação de Telavive levasse a uma escalada das tensões geopolíticas na região.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desvaloriza 0,51% para 85,22 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, perde 0,46% para 90,03 dólares por barril.
O Irão disparou mais de 300 mísseis e drones contra Israel, em retaliação a um ataque de Telavive contra um consulado iraniano na Síria. Teerão afirmou que esta resposta colocava fim ao tema, mas a incerteza sobre uma possível retaliação israelita está no centro das atenções.
"A escalada desta guerra pode diminuir um degrau se o governo israelita seguir o conselho da Casa Branca e não retaliar", defendem os analistas da RBC Capital Markets, numa nota de "research" a que a Bloomberg teve acesso.
O petróleo é uma das matérias-primas que mais valorizou desde o início do ano, impulsionado não só pelo conflito no Médio Oriente - onde é produzido cerca de um terço do crude -, mas também da redução da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+).
Europa aponta para ganhos e Ásia encerra no vermelho com foco no Médio Oriente
As bolsas europeias apontam para um início em terreno positivo, numa altura em que os investidores aguardam por novos desenvolvimentos no Médio Oriente.
Depois do ataque do Irão a Israel durante o fim de semana, o foco está em perceber se haverá retaliação de Telavive.
Mas, para já, a estabilidade mantém-se nas praças europeias, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a subirem 0,3%.
Na Ásia, a sessão encerrou maioritariamente no vermelho, com os receios de um conflito mais generalizado na região do Médio Oriente a dominarem a negociação.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, cedeu 0,72%, enquanto o Shanghai Composite valorizou 0,84%, com as novas medidas anunciadas por Pequim na sexta-feira a minimizarem a venda de ações na região.
No Japão, o Nikkei recuou 0,74% e o Topix deslizou 0,23%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,49%.
Os investidores vão estar hoje atentos ao conflito no Médio Oriente, assim como a novos dados económicos na Zona Euro e nos Estados Unidos. No Velho Continente, são conhecidos os dados da produção industrial em fevereiro, enquanto do outro lado do Atlântico são publicados os números das vendas a retalho em março.
Além disso, o foco estará também na "earnings season". Depois de, na passada sexta-feira, ter sido dado o pontapé de saída da apresentação dos mais recentes resultados trimestrais da banca nos EUA, com os números do JPMorgan, Citigroup, Wells Fargo e BlackRock, hoje é a vez de o Goldman Sachs dar a conhecer as contas do primeiro trimestre.