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Energia anima Europa com petróleo a caminho dos 50 dólares em Londres. Dólar débil e juros em alta
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Europa ganha com rally da energia após acordo da OPEP+
As bolsas europeias encerraram em alta, animadas sobretudo pelos ganhos das petrolíferas num dia de subida dos preços do crude após o acordo de ontem da OPEP+, que decidiu aumentar a sua oferta no mercado em meio milhão de barris por dia a partir de janeiro em vez dos dois milhões inicialmente previstos.
O Stoxx 600 encerrou a somar 0,6%, elevando para 0,2% o seu ganho na semana. O índice, recorde-se, fechou na segunda-feira a marcar o seu melhor novembro de sempre.
A energia destacou-se entre as valorizações setoriais desta sexta-feira, com uma subida de 3,1%. Também os setores das viagens e lazer (+1,5%) e mineiro (+1,4%) sobressaíram entre as maiores subidas do dia.
Pela negativa, destaque para o setor do retalho, penalizado pela queda das ações britânicas depois de uma semana difícil em que empresas como a B&M reembolsaram ao governo do Reino Unido os descontos nas taxas aplicadas às suas operações no pior período da pandemia.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,3%, o francês CAC-40 valorizou 0,6%, o italiano FTSEMIB avançou 0,8%, o britânico FTSE 100 subiu 0,9% e o espanhol IBEX 35 pulou 1,5%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,9%.
"O otimismo do mercado, impulsionado pela esperança de uma recuperação económica impulsionada pelos recentes desenvolvimentos de vacinas positivas, continua a aumentar o apetite de risco dos investidores", referiu Pierre Veyret, analista técnico da ActivTrades, na sua análise diária.
"A situação atual proporciona um impulso significativo para as ações de energia, bem como para os mercados do petróleo, depois de este setor ter sido um dos mais afetados pela crise da covid-19. Além da alavancagem otimista da maior procura por esses ativos, o acordo OPEP + de ontem também deu outro impulso às ações relacionadas com o ouro negro", acrescentou o mesmo analista.
Apetite pelo risco agrava juros
Tal como o dólar, as obrigações soberanas dos países do euro têm, nesta altura, menos atratividade aos olhos dos investidores, que estão voltados para os ativos de maior risco. Assim, as obrigações seguem em queda e, consequentemente, os juros em alta.
Na Alemanha, a referência para a região do euro, os juros a dez anãos sobem 1,4 pontos base para -0,545%, enquanto em Portugal o avanço é de 1,2 pontos base para 0,040%. Em Espanha, no mesmo prazo, o agravamento é de 1,4 pontos para 0,081%.
Dólar em mínimos de abril de 2018
O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres mundiais está a descer pela quarta sessão consecutiva, tendo tocado já no valor mais baixo desde abril de 2018.
Com o apetite pelo risco de volta aos mercados, os investidores estão a deixar de lado os ativos de refúgio como o dólar, penalizando o seu valor. A descida é agora de 0,05%.
"Os investidores já parecem estar a olhar para um futuro pós-COVID, onde vacinas e pacotes de estímulo orçamental irão desencadear uma recuperação sem precedentes na atividade económica. É esse otimismo que está a oferecer suporte ao euro e outras moedas relacionadas ao risco, enquanto o dólar porto-seguro continua a afundar", refere uma nota da ActivTrades.
Apetite pelo risco enfraquece ouro mas debilidade do dólar dá ânimo
O metal amarelo segue em terreno misto, com a procura de ativos de maior risco (como as ações) devido à perspetiva de mais estímulos nos EUA a pressionar, mas com a debilidade do dólar a dar alguma força.
O ouro a pronto (spot) cede 0,16% para 1.837,41 dólares por onça no mercado londrino, depois de ontem ter tocado nos 1.843,80 dólares, o valor mais alto desde 23 de Novembro.
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro avançam 0,17%, para 1.840 dólares por onça.
A depreciação do dólar continua a ser um fator de impulso para o metal precioso, uma vez que é denominado na moeda norte-americana e fica mais atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.
A expectativa da aprovação de um novo pacote de estímulos à economia dos EUA cresceu hoje, depois de um relatório fraco sobre o emprego no país em novembro, o que levou os investidores a terem mais apetite pelo risco, levando o dólar (que é considerado um ativo seguro) para um novo mínimo de dois anos e meio.
No entanto, como novos estímulos podem significar mais inflação, o ouro continua a ser procurado como valor-refúgio.
"Do ponto de vista técnico, o ouro está a aproximar-se do nível de resistência de 1.850 dólares. Esta área, anteriormente uma zona de suporte, foi rompida pelo forte cenário de risco visto nas últimas semanas. Agora, os investidores estão a perceber, mais uma vez, que o ouro continuará a ser crucial a médio e longo prazo, já que os bancos centrais serão forçados a continuar a imprimir dinheiro para sustentar as economias", sublinha Carlos Alberto de Casa, analista-chefe da ActivTrades, na sua análise diária.
O metal precioso, apesar do ligeiro recuo de hoje em Londres, está a caminho do seu primeiro ganho em quatro semanas.
Petróleo a caminho dos 50 dólares em Londres, à boleia da OPEP
As cotações do "ouro negro" estão a negociar em alta, depois de os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus 10 seus aliados (o chamado grupo OPEP+, onde se inclui a Rússia) terem ontem acordado um aumento inferior ao anteriormente estipulado da oferta de crude a partir de janeiro.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em fevereiro avança 0,70% para 45,96 dólares por barril.
Já o contrato de fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 0,68% para 49,04 dólares, depois de já ter estado a negociar em máximos de inícios de março quando tocou nos 49,92 dólares.
Tanto o Brent como o WTI estão a caminho da quinta semana consecutiva de ganhos.
Os 23 membros da OPEP+ chegaram ontem a acordo quanto ao nível de oferta em janeiro: vão aumentar a entrada de crude no mercado em meio milhão de barris por dia.
Os mercados estavam a antecipar que a a OPEP+ prolongaria, pelo menos por mais três meses, os atuais níveis de corte da produção, mas o facto de aumentar a oferta em apenas 500.000 barris agradou.
Recorde-se que a OPEP+ acordou reduzir a oferta em 7,7 milhões de barris por dia entre agosto e dezembro, para depois aliviar esse corte em cerca de dois milhões de barris diários a partir de janeiro de 2021 mas esperava-se que decidisse adiar a entrada de mais crude no mercado.
Contudo, logo no início da reunião, a Rússia (que não queria adiar a entrada de crude no mercado) e a Arábia Saudita (que era favorável à manutenção do atual nível de produção) puseram de lado o plano de deixar tudo na mesma durante mais três meses, já que não estavam a chegar a um entendimento, e trabalharam num acordo de mais curto prazo, o que resultou. Decidiram assim aumentar a oferta em 500.000 barris por dia, em vez dos dois mil milhões diários anteriormente definidos. Mas apenas em janeiro.
E é aqui que surge outra das novidades: os membros da OPEP+ vão passar a reunir-se mensalmente para reverem as suas quotas de produção. Isto porque a rapidez com que se espera que as vacinas contra a covid-19 comecem a chegar ao mercado deverá reabrir mais cedo as economias, ajudando assim a um maior consumo de combustível, pelo que os produtores poderão não ter de fazer um esforço de corte da oferta durante tanto tempo quanto inicialmente pensavam.
Esta decisão tem o seu senão para os mercados, já que reuniões mensais significam uma maior volatilidade na evolução dos preços, com os investidores renovadamente na expectativa. No entanto, por agora, a solução agradou aos mercados.
Bolsas dos EUA perto de novos recordes com fraco emprego a puxar por mais estímulos
As bolsas norte-americanas abriram em alta, com o fraco número de contratações no país em novembro a reforçar a expectativa de que será aprovado um novo pacote alargado de estímulos à economia.
O Dow Jones segue a somar 0,32%, para os 30.066,42 pontos, perto do seu máximo histórico de 30.116,51 pontos alcançado no passado dia 24 de novembro.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avança 0,30% para 3.677,78 pontos, a rondar o máximo de sempre alcançado ontem nos 3.682,73 pontos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,09% para 12.388,87 pontos, também muito perto do seu recorde de 12.439,02 pontos (estabelecido ontem)
Hoje foram divulgados os dados do mercado laboral em novembro, que ficaram aquém do esperado. No mês passado houve um incremento de apenas 245.000 postos de trabalho, numa base sasonalmente ajustada, quando as expectativas apontavam para 481.000, o que mostra que o motor do emprego está a desacelerar.
Já a taxa de desemprego desceu para 6,7%, contra 6,9% em outubro. Os analistas esperavam que tivesse caído para 6,8%. Mas a economia está ainda com menos 9,8 milhões de empregos desde fevereiro – que foi quando começou a crise pandémica.
Perante este cenário, os investidores estão na expectativa de mais estímulos à economia dos Estados Unidos, numa altura em que democratas e republicanos se alinham para tentarem aprovar um novo pacote de ajuda – que terá de passar no Congresso e depois na Casa Branca.
Alta do petróleo impulsiona bolsas europeias
As bolsas europeias fixaram-se em terreno positivo depois de uma abertura de fracas oscilações, com as petrolíferas a impulsionarem os índices à boleia da alta das cotações do petróleo, que refletem o acordo alcançado na OPEP+ para aumentar a produção em 500 mil barris por dia a partir de Janeiro.
O Stoxx600 avança 0,33% para 393,01 pontos, com o índice europeu com as cotadas de oil & gas a avançar 1,55%. Em Lisboa o PSI-20 soma mais de 0,5% com a Galp Energia a liderar os ganhos do índice português com uma valorização de 3,57% para 9,1740 euros.
Os efeitos da reunião da OPEP estão assim a ofuscar outras notícias com impacto negativo no mercado. É que persiste a incerteza sobre a aprovação de um novo pacote de estímulos no Congresso dos Estados Unidos e a Pfizer emitiu ontem um alerta sobre a sua vacina, que levou a Wall Street a inverter para terreno negativo e fechar em queda.
A farmacêutica norte-americana cortou para metade a sua meta de distribuição da vacina contra a covid-19 – que desenvolveu em parceria com a BioNTech – para este ano, citando problemas da cadeia de fornecimento.
Os investidores vão estar atentos esta sexta-feira aos números do emprego dos Estado Unidos, para avaliar o impacto da segunda vaga de covid no mercado de trabalho da maior economia do mundo.
Ouro prepara primeira semana de ganhos num mês
O ouro está em alta pela quarta sessão consecutiva, o que faz com que se encaminhe para uma semana de saldo positivo. Esta deverá ser a primeira semana de subidas entre as últimas quatro.
O ouro segue a subir 0,04% para os 1.841,83, numa altura em que os investidores fazem o balanço entre o progresso nas vacinas e eventuais novas restrições que resultem da recente evolução da pandemia.
Euro encaminha-se para terceira semana no verde
A moeda única europeia está a prolongar a maré de ganhos que tem navegado. O euro valoriza 0,14% para os 1,2161 dólares, nesta que é a quarta sessão a subir e que ajuda a completar a terceira semana sucessiva de ganhos. Esta evolução traz o ouro para perto de máximos abril 2018.
"Há uma pressão forte de venda para o dólar numa altura apta ao sentimento de risco", explica o Barclays Securities Japan em declarações à Bloomberg.
Juros de Portugal descem pela terceira sessão
As obrigações soberanas da Europa seguem em alta, com os investidores a apostarem nestes títulos numa altura em se aproxima a reunião da próxima semana do Banco Central Europeu, que deverá ser marcada por um reforço do pacote de estímulos monetários na Zona Euro.
A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos cede 0,4 pontos base para 0,024%, na terceira sessão seguida de descida das taxas de juro da dívida portuguesa, que no mês passado atingiram um mínimo histórico em terreno negativo. Nas bunds a 10 anos a "yield" desce 0,5 pontos base para -0,563% e na dívida espanhola a taxa recua 0,4 pontos base para 0,063%.
OPEP põe petróleo a cotar em máximo de março
O "ouro negro" foi alvo de um intenso debate por parte dos membros do cartel de grandes exportadores, a Organização de Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+). Após cinco dias de conversações difíceis, o grupo conseguiu concordar em aliviar os cortes para o ano, como planeado, mas com ligeireza, tendo em conta a situação presente do mercado.
O barril de Brent, negociado em Londres, soma 1,70% para os 49,54 dólares, ao lado dos 1,51% que levam o nova iorquino West Texas Intermediate até aos 46,33 dólares. O barril londrino, que é referência na Europa, conta a terceira subida consecutiva e coloca-se em níveis que já não eram registados desde 6 de março.
Bolsas divididas enquanto esperam dados económicos
As bolsas mundiais mostram pouca direção numa altura em que os investidores interrompem o rally que tem vindo a acontecer desde novembro, pesando os novos máximos históricos atingidos em vários índices.
Esta sexta-feira, mantém-se o otimismo que tem vindo a ser fomentado pelos desenvolvimentos nas vacinas para a covid-19, mas aguardam-se com cautela os dados do emprego nos Estados Unidos. É esperado que o nível de emprego aumente, ainda que modestamente em novembro, apesar de um número recorde de casos de coronavírus.
Os futuros do S&P500 apontam para cima, enquanto a Europa se vê mais cabisbaixa. Na Ásia, a Coreia do Sul e o Taiwan ganharam, mas a maioria das praças ficou na corda bamba. As tecnológicas estão em foco: um índice MSCI que agrega empresas asiáticas deste setor tocou um máximo de sempre, depois de o Nasdaq ter feito o mesmo do outro lado do Pacífico.
"Se virmos o crescimento dos resultados empresariais a ganhar força, talvez entre 25% e 30% no S&P500 no próximo ano, e se virmos as taxas de juro a manterem-se baixas e os estímulos forem aplicados, isto mantém-se um bom cenário para os ativos de risco", afirmou a Allianz Global Investors, em declarações à Bloomberg.