Notícia
Abertura dos mercados: BCE e dados fracos colocam euro e juros em queda
A reunião do Banco Central Europeu está a ser aguardada com expectativa pelos investidores, que aguardam uma alteração no discurso da autoridade monetária.
Os mercados em números
PSI-20 ganha 0,57% para 5.115,14 pontos
Stoxx600 valoriza 0,21% para 355,64 pontos
Nikkei desvalorizou 0,09% para 20.574,63 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 3 pontos base para 1,68%
Euro recua 0,18% para 1,1361 dólares
Petróleo em Londres desce 0,74% para 60,69 dólares o barril
Bolsas europeias recuperam
Após três sessões em terreno negativo, as praças europeias estão a recuperar das perdas da abertura, numa sessão em que os investidores estão a digerir dados económicos negativos na Europa e aguardam com expectativa a reunião do Banco Central Europeu para perceber se a autoridade monetária vai alterar o seu discurso para refletir as preocupações com a travagem da economia.
O Stoxx600 valoriza 0,21% para 355,64 pontos. O PSI-20 ganha 0,57% para 5.115,14 pontos, impulsionado pela forte subida das ações da Sonae SGPS, que reage em alta às vendas recorde registadas em 2018.
Dados económicos fracos penalizam euro
No dia em que decorre a reunião do Banco Central Europeu, o euro negoceia em terreno negativo pressionado por mais dados que apontam para o abrandamento da economia europeia. O índice da IHS Markit mostra que a indústria alemã contraiu em janeiro pela primeira vez em quatro anos e que a economia francesa registou uma forte travagem no arranque do ano. O euro está a descer 0,18% para 1,1361 dólares e o índice da Bloomberg que mede a variação do dólar contra as principais divisas mundiais está a ganhar 0,2%.
Juros da dívida em queda à espera do BCE
No mercado de dívida soberana a tendência é de subida das cotações, levando as "yields" das obrigações a mais descidas. O mercado aposta que na reunião desta quinta-feira, o BCE vai voltar a passar a mensagem que a retirada das medidas de estímulo só acontecerá quando a economia der sinais de recuperação. Economistas ouvidos pela Reuters esperam mesmo uma alteração na linguagem utilizada no comunicado que o BCE vai emitir, para sinalizar as preocupações da autoridade monetária com a travagem da economia europeia.
"Pensamos que o BCE pode vir a alterar um pouco o tom [do comunicado], deixando de dizer que os riscos para o crescimento económico estão equilibrados para passar a afirmar que são de pendor negativo", disse à Reuters Wouter Sturkenboom, analista da Northern Trust Asset Management.
Os juros das obrigações alemãs a 10 anos estão a recuar 1,5 pontos base para 0,21%. Em Portugal a yield das obrigações do Tesouro com a mesma maturidade desce 3 pontos base para 1,68%, na terceira sessão seguida de alívio.
Abrandamento da economia penaliza petróleo
As cotações do petróleo evoluem com sinal negativo, pressionadas pelo avolumar de sinais de abrandamento da economia global. Aos dados fracos divulgados hoje na França e Alemanha juntam-se outros revelados mais recentemente, como o crescimento anual mais fraco da China desde 1990. Além disso, o "shutdown" nos Estados Unidos ameaça reduzir de forma substancial o crescimento da maior economia do mundo no primeiro trimestre, admitiu ontem um responsável do Governo de Trump.
Estes receios com o abrandamento da economia global estão a ofuscar a expectativa de mais sanções a aplicar pelos Estados Unidos e comunidade internacional contra o governo da Venezuela de Nicolas Maduro, o que a confirmar-se vai reduzir as exportações deste país membro da OPEP.
O WTI em Nova Iorque desvaloriza 0,72% para 52,24 dólares e o Brent em Londres recua 0,74% para 60,69 dólares.
Ouro corrige de ganhos
O ouro tem vindo a beneficiar com os sinais de abrandamento económico a nível global, estando hoje a corrigir ligeiramente da tendência de alta das últimas sessões. A onça de ouro está a descer 0,1% para 1.281,64 dólares.