Notícia
Europa em mínimos de duas semanas e Brent em máximos de março acima dos 50 dólares
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Europa cai com retoma lenta e dificuldades no acordo comercial do pós-Brexit
As bolsas europeias encerraram quase generalizadamente em baixa, pressionadas sobretudo pelo setor financeiro, numa altura em que as dificuldades de se chegar a um acordo comercial no âmbito do Brexit continuam a pesar no sentimento dos investidores.
O facto de o Banco Central Europeu ter reforçado as medidas de combate à crise do coronavírus, com um incremento dos apoios, deu um impulso inicial às bolsas, mas não foi suficiente para as manter em terreno positivo.
O Stoxx 600 encerrou a ceder 0,31% para 393,60 pontos, em mínimos de duas semanas. Apesar do ânimo decorrente do reforço dos apoios do BCE, a banca perdeu gás com a perspetiva avançada pela autoridade monetária europeia de uma retoma mais lenta do crescimento no próximo ano.
Com efeito, a banca sobressaiu com a maior descida setorial na Europa, com um recuo agregado de 2,1%, arrastada pelas quedas das instituições financeiras britânicas num momento em que parece menos provável um acordo comercial de pós-Brexit.
Além disso, "os banqueiros centrais inundaram os balanços dos bancos, mas esse dinheiro não está a fluir normalmente na economia. Por outras palavras, a quantidade de dinheiro aumentou, mas a velocidade da sua circulação diminuiu, retirando-lhe impacto económico", comentou à Reuters um estratega da Fisher Investments, Aaron Anderson.
As perdas da retalhista britânica Ocado, que afundou 7,2% depois de reportar uma desaceleração do crescimento, contagiaram todo o setor do Velho Continente, que cedeu assim 1,5%.
Já a energia destacou-se entre as valorizações setoriais desta quinta-feira, com uma subida de 1,5%, num dia de fortes ganhos do petróleo.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perdeu 0,3%, o italiano FTSEMIB resvalou 0,2% e o espanhol IBEX 35 deslizou 0,6%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,3%.
Em contraciclo estiveram o francês CAC-40, que valorizou 0,1%, e o britânico FTSE 100, que subiu 0,5%.
Apesar do arrastar das negociações entre Londres e Bruxelas para as suas futuras relações comerciais, o índice bolsista britânico fechou o dia com uma tónica positiva devido ao impulso das empresas energéticas e farmacêuticas – com os investidores a preferirem focar-se nos estímulos à economia que se esperam nos EUA em vez de se centrarem tanto nos receios em torno do pós-Brexit.
Juros da Zona Euro mistos após decisões do BCE
Os juros da dívida dos países da Zona Euro reagiram de formas díspares aos novos reforços do BCE, na reunião de política monetária de hoje.
Em Portugal, os juros subiram logo após o anúncio do banco central, mas conseguiram terminar o dia a cair 0,2 pontos base para os -0,025%.
Já a "yield" italiana registou uma queda ainda maior (-2 pontos base) para os 0,560%, contrariando aquilo que se verificou na Alemanha, com a taxa de referência a subir 0,2 pontos base para os -0,605%.
Petróleo dispara mais de 4%. Em Londres está em máximos de março e sobe há três dias
As cotações do "ouro negro" seguem em forte alta nos principais mercados, animados sobretudo pela expectativa de uma retoma mais rápida da procura por combustível, à medida que os países vão começando a implementar os seus planos de vacinação contra a covid-19.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em fevereiro dispara 4,53% para 47,58 dólares por barril.
Já o contrato de fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, regista uma escalada de 4,13% para 50,88 dólares. Desde inícios de março que o Brent não negociava no patamar dos 50 dólares.
O otimismo em torno das vacinas contra o coronavírus ofuscou a deceção sentida ontem quando a Administração de Informação em Energia (sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia) divulgou que os inventários norte-americanos de crude dispararam em 15,2 milhões de barris na semana passada, para 503,2 milhões – o que constituiu uma surpresa para o mercado, já que os analistas inquiridos pela Reuters apontavam para uma diminuição das reservas na ordem de 1,4 milhões de barris.
Apesar do forte aumento dos stocks de crude nos EUA, depois da inicial contração aquando deste anúncio, os preços do ouro negro acabaram ontem por terminar em alta, e hoje o Brent segue a subir pela terceira sessão consecutiva.
"Não é todos os dias que o mercado ignora o aumento semanal dos inventários norte-americanos de crude", comentou à Reuters o diretor do departamento de mercados petrolíferos da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen.
"A aceleração das vacinas está a reforçar a expectativa de que a procura por petróleo beneficiará rapidamente disso", acrescentou.
"Agora que já começamos com a administração de vacinas em várias partes do mundo, há otimismo sobre a normalização da economia global e, por isso, uma expetativa de preços mais elevados", disse à Bloomberg Bart Melek, da TD Securities.
O Reino Unido iniciou o seu programa de vacinação contra a covid-19 esta semana e os Estados Unidos poderão começar a fazê-lo já este fim de semana. E ontem o Canadá aprovou a sua primeira vacina, tendo dito que a partir da próxima semana poderá dar início ao plano de vacinação.
Os receios quanto ao ataque contra um campo petrolífero iraquiano estão também a dar algum suporte aos preços. Dois poços num pequeno campo foram incendiados ontem, com recurso a explosivos, se bem que a produção dessa jazida não tenha sido toda afetada.
Além disso, a Bloomberg dá conta de um crescimento sustentado da procura na Ásia, sobretudo por parte das refinarias chinesas.
Euro em alta após nova injeção do BCE
O euro ganhou 0,31% para os 1,2118 dólares, impulsionado por uma nova atuação do Banco Central Europeu, que reforçou os programas de combate ao impacto que a pandemia está a ter na economia da Zona Euro.
Para além de um reforço de 500 mil milhões no PEPP, o banco central aligeirou ainda as condições de concessão de crédito aos bancos da região.
Já a libra voltou a cair 0,84% para os 1,3287 dólares, com novos medos de um não-acordo neste período de transição do Brexit, que termina no final do ano.
EDP e Galp levam PSI-20 ao maior ciclo de ganhos desde janeiro
O PSI-20 fechou a subir 0,45% para 4.795,47 pontos, com 12 cotadas em alta e cinco em queda. O índice português atingiu um novo máximo de 5 de março e marcou a sétima sessão consecutiva de ganhos, o que representa o ciclo de dias a fechar em terreno positivo desde a primeira metade de janeiro, altura em que a pandemia não tinha ainda chegado à Europa.
Nas praças europeias os índices fecharam mistos e pouco alterados, com os investidores a digerirem as novidades da reunião do Banco Central Europeu, o avanço preocupante da pandemia em vários países (como Alemanha e Estados Unidos) e as novidades sobre o plano de vacinação contra a covid-19 em vários países.
O Conselho do Banco Central Europeu alargou esta quinta-feira o programa de compra de ativos por emergência pandémica (PEPP, na sigla inglesa) em 500 mil milhões de euros. No total, o PEPP fica agora com 1.850 mil milhões de euros, numa tentativa de amparar os Estados-membros perante a segunda vaga de infeções por covid-19. Além disso, o programa foi alargado, pelo menos, até março de 2022.
Na bolsa de Lisboa foram as cotadas do setor energético que mais puxaram pelo PSI-20. A EDP foi a que mais impulsionou com uma valorização de 1,66% para 4,765 euros, tirando partido da notícia de que a Blackrock aumentou a sua participação na estrutura acionista da elétrica e detém agora 5,06% da empresa portuguesa. Na estrutura acionista da EDP o fundo norte-americano continua atrás da Oppidium Capital, que é dona de 7,19% da empresa, e da China Three Gorges, que se mantém como a maior acionista com uma fatia de 23,27% do capital.
A Galp Energia também se destacou com uma subida de 1,62% para 9,31 euros, com a petrolífera portuguesa a apanhar boleia do petróleo, que superou a fasquia dos 50 dólares pela primeira vez desde março.
O UBS cortou a recomendação da Galp Energia para "neutral", retirando-a do patamar "comprar". O preço-alvo apontado pelo banco suíço está abaixo da média de 11,95 euros que é registada pela Bloomberg, apontando para os 10,50 euros.
Ouro a pronto cede com otimismo em torno das vacinas
O metal amarelo segue em terreno ligeiramente negativo em Londres, a perder atratividade num contexto de otimismo em torno das vacinas, que se espera que venham a ser um impulso à retoma económica global.
O ouro a pronto (spot) cede 0,15% para 1.836,41 dólares por onça no mercado londrino
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro sobem 0,22%, para 1.838,60 dólares por onça.
"É provável que vejamos algum recuo no ouro, uma vez que não haverá muita procura por valores-refúgio no curto prazo", comentou o analista Xiao Fu, do Bank of China International, à Reuters.
Contudo, adiantou, "poderemos continuar a observar oscilações no mercado, uma vez que a situação do coronavírus nos EUA e na Europa é ainda bastante severa".
Petróleo em Londres supera 50 dólares pela primeira vez desde março
O Brent atingiu os 50 dólares por barril pela primeira vez desde março com os investidores confiantes que as vacinas contra a covid-19 vão impulsionar a procura da matéria-prima.
O petróleo negociado em Londres sobe 2,62% para 50,14 dólares. Em Nova Iorque o WTI valoriza 2,61% para 46,71 dólares. A matéria-prima acumula agora uma queda de pouco mais de 20% no ano, quando na primeira metade do ano chegou a cair mais de 50%.
Os últimos indicadores apontam para que existe ainda uma oferta excessiva no mercado, mas o foco dos investidores está nas perspetivas da procura para 2021, que são agora mas animadoras. O Reino Unido já iniciou o seu plano de vacinação, o Canadá arranca na próxima semana e outros países, como os Estados Unidos, também deverão iniciar ainda ante do final do ano.
"Agora que já começamos com a administração de vacinas em várias partes do mundo, há otimismo sobre a normalização da economia global e por isso expetativa de preços mais elevados", disse à Bloomberg Bart Melek, da TD Securities.
As notícias relacionadas com as vacinas ofuscam o forte aumento dos stocks de petróleo na semana passada nos Estados Unidos. Os inventários aumentaram em 15,2 milhões de barris, quando os analistas estimavam uma queda de 1,4 milhões de barris, o que mostra bem como a procura continua deprimida na maior economia do mundo.
A impulsionar as cotação estão também os relatos de explosões perto de um campo petrolífero no Iraque, embora não as notícias apontem para que a produção não tenha sido afetada.
Além disso, a Bloomberg dá conta de um crescimento sustentado da procura na Ásia, sobretudo por parte das refinarias chinesas.
Wall Street enrubesce com números do emprego a falharem expectativas
A bolsa nova-iorquina abriu em queda, numa altura em que um novo pacote de estímulos para a economia americana se mantém apenas uma intenção e a covid-19 continua a fazer estragos, nomeadamente no que toca ao emprego.
O generalista S&P500 desce 0,41% para os 3.657,27 pontos, o tecnológico Nasdaq cai 0,69% para os 12.253,97 pontos e o industrial Dow Jones recua 0,40% para os 29.947,20 pontos.
Os pedidos de subsídio de desemprego assustam os investidores depois de terem disparado na semana passada, excedendo todas as estimativas. No que toca aos estímulos, o impasse mantém-se, sem sinais de que democratas e republicanos estejam a avançar no sentido de um acordo breve.
Entre as empresas, o Facebook continua a cair fortemente – 1,90% para os 272,65 dólares -, abalado pelas pressões federais que querem que o gigante abdique de partes do negócio como é o caso do Whatsapp e do Instagram, acusando preocupações quanto à saúde da concorrência.
A Tesla também desce com vigor, caindo 2,69% para os 588,04 dólares, depois de o JPMorgan Chase ter considerado que esta cotada está "dramaticamente" sobrevalorizada.
Juros portugueses renovam mínimos históricos
Os juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,2 pontos base para os -0,022%, recuando esta sessão a um novo mínimo de sempre. Esta fica marcada ainda como a quarta sessão consecutiva de alívio para a remuneração da dívida portuguesa.
A referência para a Europa, a Alemanha, desce 0,8 pontos base para os -0,614%, voltando a um mínimo de 9 de novembro.
Estes movimentos acontecem numa altura em que os investidores não estão particularmente confiantes no mercado de ações, onde os ganhos são modestos.
Europa tímida no verde aproxima-se de máximos de fevereiro
No Velho Continente o ambiente é de otimismo, num dia marcado pelas reuniões do Banco Central Europeu e do Conselho Europeu, que acontecem em paralelo e deverão trazer mais estímulos à economia.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, sobe 0,06% para os 395,14 pontos, com as cotadas do setor químico a entregarem as maiores subidas. Esta é a terceira sessão consecutiva de ganhos, que coloca o índice a cotar perto de máximos de fevereiro.
A rodear o índice europeu no verde encontram-se as principais praças – Madrid, Lisboa, Londres, Paris, Amesterdão, Frankfurt – mas nenhuma ultrapassa a fasquia dos 0,5%.
Os economistas consultados pela Bloomberg esperam que o banco central aumente e prolongue o programa de compra de obrigações. Paralelamente, crê-se que o Conselho Europeu vai entender-se quanto ao plano de estímulos devido à pandemia, podendo desbloquear 1,5 biliões de euros do orçamento e do fundo de recuperação.
Ainda assim, o cenário nos Estados Unidos está a travar maiores avanços na Europa. O pacote de estímulos que está a ser negociado do outro lado do Atlântico está a abalar a confiança dos investidores, dada a demora. "A ideia aqui é que não se vai ver um enorme pacote de estímulos", defende a Invesco, citada pela Bloomberg.
Ouro reduz perdas entre incertezas do mercado
O metal amarelo desce 0,15% para os 1.836,81 dólares, depois de na sessão anterior ter apresentado uma perda pesada de 1,66%.
O ouro reduz as descidas, entre receios quanto aos estímulos nos Estados Unidos, que tardam em aparecer, e o otimismo quanto às vacinas contra a covid-19. Ainda na mira dos investidores está a reunião do Banco Central Europeu, que se concretiza esta quinta-feira. Os economistas esperam que o BCE aumente e estenda o programa de recompra de obrigações.
Libra desvaloriza com arrasto nas negociações do Brexit
A moeda britânica desvaloriza 0,60% para os 1,3319 dólares, depois de as negociações para o acordo do Brexit terem terminado com um novo impasse.
A reunião entre o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, foram estendidas até 13 de dezembro, já que as partes voltaram a não conseguir entender-se dentro do prazo definido.
A moeda única europeia sobe 0,12% para os 1,2097 dólares
Petróleo resiste a segundo maior salto de sempre nas reservas
O "ouro negro" está em terreno positivo, num dia em que o otimismo com os progressos na frente das vacinas contra a covid-19 parece estar a abafar possíveis receios em relação às reservas norte-americanas.
A Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos reportou um aumento de 15,2 milhões de barris nas reservas norte-americanas, o segundo maior salto de que há registo. Isto ao mesmo tempo que o Canadá se torna o país que aprovou a distribuição de uma vacina contra a covid-19 mais recentemente.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência na Europa, valoriza 0,2% para os 48,97 dólares e o West Texas Intermediate, de Nova Iorque, avança 0,26% para os 45,64 dólares.
Abalo das tecnológicas e falta de estímulos nos EUA abana também a Ásia
As bolsas asiáticas encerraram com nota negativa depois de o mesmo ter acontecido em Wall Street na sessão anterior. O impasse quanto a um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos trava o recente otimismo, e é agravado pelas pressões de que o Facebook está a ser alvo em território americano.
Na Ásia, o japonês Topix caiu 0,2%, perto da descida de 0,3% registada pelo sul coreano Kospi, enquanto o Hang Seng de Hong Kong desceu 0,5%. O compósito de Xangai conseguiu escapar à tendência com uma subida ligeira, de 0,1% e os futuros do norte-americano S&P500 ficam por agora "indecisos" na corda bamba. Na Europa, o Stoxx 50 aponta para uma quebra de 0,2%.
O clima é de pouco otimismo numa altura em que Trump propôs um pacote de 916 mil milhões de dólares depois de os democratas rejeitarem uma proposta inferior. Isto, enquanto as infeções por covid-19 continuam a aumentar no país.
No mundo empresarial, o Facebook deslizou e ajudou à maior quebra no espaço de um mês do índice Nasdaq. Autoridades da concorrência nos Estados Unidos processaram a empresa de Mark Zuckerberg, defendendo que esta deveria vender negócios como o Instagram ou o Whatsapp. A Tesla também teve um dia penoso, depois de o JPMorgan ter defendido que a cotada está "dramaticamente" sobrevalorizada.