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Sete grandes formações de xisto dão recorde de produção petrolífera aos EUA

A produção norte-americana de crude a partir de xisto deverá atingir um recorde de 8,4 milhões de barris no próximo mês, de acordo com estimativas do governo.

Reuters
19 de Fevereiro de 2019 às 21:34
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A produção de petróleo das sete principais formações rochosas de xisto betuminoso dos EUA deverá aumentar em 84.000 barris por dia em março, atingindo assim um recorde de cerca de 8,4 milhões de barris nesse mês, estimou esta terça-feira a Administração de Informação em Energia (EIA – sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia).

 

No relatório publicado hoje, e citado pela Reuters, a EIA aponta que a alteração de maior relevo nas suas projeções está na bacia do Permiano (que abrange os Estados do Texas e Novo México), onde se espera que a produção aumente em 43.000 barris por dua para um recorde de 4,024 milhões em março.

 

Nos EUA, a expansão do petróleo de xisto, extraído das rochas betuminosas, tem estado a sobressair no Texas, que conta com dois vastos campos petrolíferos deste tipo.

 

E se antes a prospecção do petróleo de xisto era muito cara, isso já não acontece hoje em dia, visto que os custos desceram bastante, o que acelerou a produção na bacia do Permiano, que cobre parte do oeste do Texas e do sudeste do Novo México.

 

Com efeito, segundo um relatório recente do HSBC, o Texas está a bombear tanto crude que em 2019 deverá superar a produção de dois importantes membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o Iraque e o Irão.

 

"Se fosse um país, o Texas seria o terceiro maior produtor mundial, atrás da Rússia e da Arábia Saudita", de acordo com aquele banco de investimento.

 

Actualmente, recorde-se, os maiores produtores de petróleo do mundo são a Rússia, Arábia Saudita, Iraque e Irão.

 

Além da Bacia do Permiano, o outro campo petrolífero extremamente importante do Texas é o Eagle Ford, que fica no sul daquele Estado.

 

A ascensão do Texas enquanto produtor mostra de que forma a revolução do petróleo de xisto tem vindo a revolucionar o panorama energético mundial. Com efeito, os EUA estão a produzir mais "ouro negro" do que nunca, tornando o país menos dependente das importações do Médio Oriente.

 

A produção agregada dos campos do Permiano e Eagle Ford deverá aumentar para 5,6 milhões de barris por dia em 2019, contra 2,5 milhões diários em 2014, de acordo com as estimativas do HSBC. Isso significa que o Texas será responsável por mais de metade da produção total dos Estados Unidos.

 

As sete principais formações de rocha betuminosa nos Estados Unidos são as de Bakken, Permiano, Eagle Ford, Haynesville, Marcellus, Niobrara, e Utica. 

 

A melhoria das técnicas de prospecção para extrair petróleo das rochas de xisto betuminoso fez com que as empresas conseguissem negociar melhores condições com os empreiteiros desejosos de manterem os seus equipamentos em funcionamento, levando a que os custos de produção diminuíssem. 

 

A produção de petróleo a partir de xisto betuminoso já não é, pois, uma operação com um processamento tão dispendioso como há meia dúzia de anos. Nessa altura, tal como acontecia com o petróleo do pré-sal brasileiro, que é prospeccionado a grandes profundidades, se as cotações do crude não estivessem num determinado patamar, não compensava estar a apostar numa extracção que saía muito cara. 

 

Na sessão desta terça-feira, o West Texas Intermediate, crude de referência negociado em Nova Iorque, negociou perto de máximos de três meses, beneficiando da informação de que a Arábia Saudita, tal como tinha sido avançado, reduziu na primeira metade de fevereiro em 1,3 milhões de barris por dia a sua oferta de "ouro negro" – mais do que tinha sido estipulado no âmbito do acordo de corte de produção na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus principais aliados (como a Rússia).

 

Já o Brent do Mar do Norte, "benchmark" para as importações europeias que é transacionado em Londres, cedeu terreno na sessão de hoje. Na passada sexta-feira, recorde-se, atingiu máximos do ano ao superar os 65 dólares por barril.

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