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Tecto ao petróleo russo pode não chegar para estrangular orçamento de guerra de Putin

O acordo para fixar o limite máximo ao preço do barril de petróleo russo pode não ser suficiente para deixar de olear a máquina de guerra do presidente russo de Vladimir Putin, referem os especialistas ouvidos pela Bloomberg.

RIA Novosti via Twitter
08 de Dezembro de 2022 às 16:00
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O limite máximo imposto pelo G7, União Europeia e Austrália para a compra do petróleo russo, mesmo que leve a uma queda da produção de ouro negro, não ésuficiente baixo para ser capaz de reduzir drasticamente as receitas do Kremlin no próximo ano, defendem os especialistas consultados pela Bloomberg.

A 60 dólares por barril, "o limite ao preço parece ser muito generoso", considera a economista da Renaissance Capital, Sofya Donets, em declarações à Bloomberg.

Para a especialista, este nível "está próximo do que foi incorporado nos preços pelo mercado para 2023" e em linha "com o nível sugerido no orçamento russo".

Por sua vez, segundo a economista da Finam, Olga Belenkaya, uma queda de 10 dólares no preço do barril, a partir dos 70 dólares tem potencial para cortar um bilião de rublos (15,21 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) das receitas russas.

Belenkaya adianta ainda que o défice na receita será colmatado "através de empréstimos mais elevados ou do aumento das despesas do fundo de riqueza".

Além disso, a economista recorda que se o tecto ao preço do petróleo reduzir as receitas de exportação no próximo ano, isso poderá enfraquecer o rublo no próximo ano, impulsionando o orçamento, já que os impostos sobre a energia são denominados sobretudo em dólares e euros, logo o valor pago quando convertido para rublos cresce, quando a moeda russa cede.

Também a economista russa Natalia Lavrova do BCS Financial Group acredita que a imposição deste limite estará dentro do orçamento do Governo russo para o próximo ano, mesmo que o tecto se mantenha abaixo dos 70 dólares por barril.

Banco central e Governo russos discordam sobre efeitos
Esta quarta-feira, os economistas do banco central russo consideraram que o limite imposto aos preços do petróleo russo e as restrições importas às exportações do país têm potencial para gerar "choques capazes de reduzir significativamente a atividade económica nos próximos meses".

Mais tarde, porém, o Ministério russo da Energia emitiu um comunicado em que discordava desta conclusão, afirmando que o impacto destas medidas possivelmente será limitado.

O Kremlin prevê que a queda de quase 9% da produção de petróleo no próximo ano, o que segundo as contas da Bloomberg Economics pode significar uma perda entre 1 bilião e 1,4 biliões de rublos em receita (entre 15 mil milhões a 21 mil milhões de euros).

Os preços mais baixos ditados pelas sanções e outras restrições às exportações poderão tirar ainda mais 500 mil milhões de rublos das receitas de Moscovo.

"Acreditamos que o défice na receita irá pressionar o Governo a tomar medidas de austeridade orçamental, caso pretenda manter a inflação e os custos do serviço da dívida estáveis", defende Alexander Isakov, economista russo da Bloomberg.

Há menos de uma semana, o G7, a UE e a Austrália chegaram a acordo para impor um limite de preço de 60 dólares por barril de petróleo russo.
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