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Dúvidas sobre administração Trump levam ouro a passar fasquia dos 1.300 dólares

O ouro superou a fasquia de 1.300 dólares pela primeira vez este ano. Leva já uma valorização de 13% em 2017.

Dario Pignatelli/Bloomberg
18 de Agosto de 2017 às 15:30
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O ouro voltou a ser o porto de abrigo dos investidores. O metal amarelo superou a fasquia de 1.300 dólares durante esta sexta-feira, o valor mais alto desde Novembro do ano passado. A subida ocorre numa altura em que as bolsas têm sofrido perdas, em que a Casa Branca vive dias de instabilidade e após os ataques terroristas em Barcelona.

"Há claramente mais factores para os mercados ficarem preocupados", considerou Jens Pedersen, citado pela Reuters, referindo-se à incerteza política nos EUA e aos ataques terroristas em Espanha. "Isso levou a um ambiente de aversão ao risco que é favorável para o ouro", observou.

Dúvidas sobre Trump e incertezas da Fed puxam pelo ouro

A instabilidade no seio da administração Trump causa receios de que o presidente não consiga implementar a sua agenda económica, que no final do ano passado deu força às bolsas e tirou brilho ao ouro. Trump enfrentou demissões de vários membros de órgãos de aconselhamento que discordaram da hesitação do presidente em condenar frontalmente os actos de violência de grupos de extrema-direita e de supremacistas brancos em Charlottesville.

E surgiu o rumor esta quinta-feira, entretanto desmentido, que o seu principal conselheiro económico, Gary Conh (antigo número 2 do Goldman Sachs e visto como um candidato a suceder a Janet Yellen na Fed) também poderia apresentar a demissão. O mercado interpreta estes desenvolvimentos como um sinal de que a capacidade de Trump em implementar a sua agenda económica ficará mais diminuída.

Além disso, as actas da última reunião da Reserva Federal dos EUA, divulgadas esta semana, mostram que a os responsáveis de política monetária estão divididos sobre as perspectivas para a inflação e o ritmo de subida de juros. Em teoria, uma normalização mais lenta das taxas seria benéfica para o ouro.

"A discórdia em Washington pode beneficiar o ouro, já que coloca pressão adicional no dólar num momento em que a Fed lançou novas dúvidas sobre a sequência da subida de juros", disse Edward Meir, analista da INTL FCStone, citado pela Reuters.

Marca dos 1.300 dólares dá suporte ao metal amarelo

Apesar de ter superado a fasquia de 1.300 dólares esta sessão, o ouro refreou os ganhos e segue às 15 horas desta sexta-feira, a avançar 0,72% para 1.297,44 dólares. O máximo do dia foi de 1.300,92 dólares. Nas últimas semanas, os analistas tinham vindo a indicar que a marca dos 1.300 dólares seria importante para manter o ouro em tendência de subida.

"Com o ouro a romper os 1.300 dólares, a margem para subida ficará aberta", referiu Richard Fu, analista da Amalgamated Metal Trading, citado pela Bloomberg.

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